“Centenas de vezes já orei à Deus, implorando para que Ele tirasse de mim todo conhecimento, caso esse não servisse para a Sua glorificação e para o melhoramento das condições de meus irmãos, e para que Ele apenas me mantivesse junto ao Seu amor. Mas quanto mais eu oro, mais o FOGO interno se inflama, e em tal estado de ignição registro meus escritos”. (Cartas, XII.60).
“Algumas vezes posso escrever com mais elegância e com um melhor estilo, mas o FOGO que queima dentro de mim, me impulsiona. Minha mão e minha caneta tentam seguir os pensamentos, da melhor forma possível. A inspiração vem como uma chuva abundante. Aquilo que alcanço, eu tenho. Se fosse possível alcançar e descrever tudo o que percebo, meus escritos seriam mais explícitos”. (Cartas,X45).
“Deus em seu aspecto primitivo não deve ser concebido como um ser, mas como um poder ou inteligência constituindo a potencialidade para ser — uma vontade insondável e eterna, onde tudo está contido e que embora sendo tudo é um, mas desejoso de revelar-se e de entrar num estado de ser espiritual. Isso ocorre através do FOGO no desejo do amor, ou seja, no poder da luz”. (Mysterium, VI 1).
“Não temos porque falar que Deus é três pessoas, nesse ponto, mas Ele é ternário em sua evolução eterna. Ele dá nascimento a Si mesmo na trindade; nesse desdobramento eterno continua sendo um ser, nem o Pai, nem o Filho, nem o Espírito Santo, mas unicamente a vida eterna ou Deus. A vontade ternária torna-se compreensível em Sua eterna revelação, só quando Ele revela a Si mesmo por meio da natureza eterna — ou seja, na luz através do FOGO”. (Mysterium, VII 9 — 12).
“Se existe luz é porque existe FOGO. O FOGO produz a luz, e a luz é o FOGO manifesto; ela recebe a natureza do FOGO em si e reside no FOGO”. (Mysterium, XL . 2)
“A majestade de Deus não se revelaria com todo poder, alegria e magnificência, se não fosse pela atração causada pelo desejo. Do mesmo modo, não haveria luz, se o desejo não fosse penetrante e obscurecedor, criando um estrado de trevas, que cresce até que ocorra a ignição do FOGO”. (Grace, II. 14)
“A vida-luz tem seu impulso e movimento próprio, assim como o fogo-vida; mas esse gera a primeira, que é o senhor da segunda. Se não houvesse FOGO, não haveria nem luz, nem espírito; e se não houvesse espírito para soprar sobre o FOGO, esse seria extinto e as trevas governariam. Nenhum dos dois seria nada sem o outro; ambos são dependentes um do outro”. (Quarenta Questões…, I. 62).
“Deus é desde a eternidade Poder e Luz, e é chamado Deus por causa disso, mas não de acordo com o espírito-ígneo. Quanto a esse, não falamos dele como Deus, mas como ‘a cólera de Deus’ e a parte de Seu poder que consome. A luz de Deus também possui a qualidade do FOGO, mas em nela a cólera é transformada em amor; ódio e amargor doem numa humilde beneficência e doce desejo ou satisfação”. (Encarnação de Cristo…, I 5-16).
“A fonte do amor é uma detentora e mantenedora da corrente colérica, um superar do poder áspero, pois a brandura afasta o comando do poder duro e pungente do FOGO. A luz da paz mantém as trevas aprisionadas e reside nas trevas. O poder rigoroso deseja unicamente o colérico e o aprisionamento na morte; mas a brandura emerge como um doce crescimento, ela desabrocha e supera a morte, dando a vida eterna”. (A Vida Tríplice…, II 92).
“Quando o amor revela-se na luz através do FOGO, corre pela natureza e a penetra, como o brilho do sol penetra uma erva ou o FOGO penetra o ferro”. (Clavis, VIII 36).
“O FOGO é originalmente, trevas, aspereza, frio eterno e secura, e não há nada nele, senão uma fome eterna. Como então se transforma em FOGO? O Espírito de Deus, em seu aspecto de luz eterna, vem em auxílio da fome-ígnea. A fome origina-se da luz, porque quando o poder divino espelha-se nas trevas, essas se tornam cheias de desejo da luz, e esse desejo é a vontade (da natureza eterna). Mas a vontade ou o desejo na secura, não podem atingir a luz, consistindo então de angústia e súplica pela luz. Essa angústia e essa súplica persistem até que o Espírito de Deus entre como que um raio de luz”. (Três Princípios…, XI.45).
“A liberdade por meio da vontade eterna alcança as trevas, essa alcança a luz da liberdade, mas não pode retê-la. A vontade aprisiona-se pelo próprio desejo que há em si, tornando-se trevas. Dessas duas coisas, ou seja, da impressão de trevas e do desejo da luz ou liberdade, que é direcionado para as trevas, resulta o raio de luz nas trevas, a condição primitiva do FOGO. Mas como a liberdade é um nada, e portanto inapreensível, não pode reter a impressão. Assim, a impressão entrega-se à liberdade; essa, por sua vez, devora a natureza obscura da impressão. Assim, a liberdade governa nas trevas, e não é compreendida por ela”. (Assinatura…, XIV. 22).
“A unidade eterna ou liberdade, per se, é de infinito amor e brandura, mas as três qualidades são ásperas, dolorosas e até mesmo terríveis. A vontade das três qualidades anseia pela unidade branda, e a unidade anseia pelo fundamento ígneo e pela sensibilidade. Assim, um penetra o outro, e quando isso ocorre o raio de luz aparece, comparável à chispa produzida pela fricção entre a pedra e o aço. É desta forma que a unidade retém a sensibilidade, e a vontade da natureza recebe a unidade suave. Assim a unidade torna-se uma fonte de FOGO, e o FOGO penetrado pelo desejo, uma fonte de amor”. (Clavis, IX. 49).
“Quando o FOGO e a luz espirituais são acesos nas trevas (tendo, contudo, queimado desde a eternidade), o grande mistério do poder e do conhecimento divino revela-se eternamente ali, porque no FOGO todas as qualidades da natureza aparecem exaltadas na espiritualidade. A natureza permanece o que é, mas a sua expressão, ou seja, aquilo que ela produz, torna-se espiritualizado. A vontade obscura é consumida no FOGO, expressando com isso o puro espírito-fogo, penetrado pelo espírito-luz”. (Clavis, IX. 64).
“Se algo se torna àquilo que não era antes, isso não se constitui um princípio; um princípio está onde uma forma de vida e movimento começa, o qual não existia anteriormente. Desta forma, o FOGO é um princípio, assim como a luz que nasce do FOGO, mas que, contudo, não é uma qualidade do FOGO, mas tem uma vida própria.” (Seis Pontos Teosóficos…, II. I).
“Como o sol no plano terrestre transforma a amargura em harmonia, do mesmo modo age a luz de Deus nas formas da natureza eterna. Essa luz brilha dentro delas e fora delas; a luz incendeia as formas, a fim de que obtenham sua vontade e se rendam à ela completamente. As formas então, abandonam sua própria vontade e tornam-se como se não tivessem poder algum, desejando unicamente o poder da luz”. (Seis Pontos Teosóficos…, V. 3). Pela união do FOGO e da luz o terceiro princípio conquista a substancialidade.
“O FOGO recebendo em si a essência do desejo como seu alimento, a fim de poder queimar, fornece um espírito alegre e abre o poder da humilde essencialidade na luz”. (Seis Pontos Teosóficos…, I.57).
“O FOGO, atraindo para si a humilde essencialidade da luz, emana, através da cólera da morte, o humilde espírito que ali estava, o qual contém em si as qualidades da natureza”. (Tilken…, I. 171).
“Os primeiros três princípios são meramente qualidades condutoras da vida; o Quarto é vida propriamente dita, mas o quinto é o verdadeiro Espírito. Toda vez que esse poder se envolve do FOGO, vive em todos os outros e transformando-os em sua própria natureza doce, de modo que a dor e a inimizade não podem ser encontradas ali, de forma alguma”. (Tabulae Principice, I. 46).
“A Quinta Qualidade é o verdadeiro fogo-amor, que na Luz separa-se do FOGO doloroso, e onde o amor divino aparece como um ser substancial. Ele tem consigo todos os poderes da sabedoria divina; é o tronco ou o centro da árvore da vida eterna, onde Deus, o Pai, revela-se em Seu Filho através do Verbo pronunciado”. (Grace, III. 26).
“Para constituir a vida audível, ou o som dos poderes, é necessário solidez e brandura, o compacidade, delgadeza e movimento. Para constituir o sexto princípio, portanto, se faz necessária a presença de todas as outras qualidades da natureza. A primeira forma fornece a aspereza, a segunda o movimento, através do qual a terceira divisão ocorre. O FOGO transforma a aspereza da essência concebida ao consumi-la num ser espiritual, representando delicadeza e suavidade, e esta se forma num som, de acordo com as qualidades que contém”. (Mysterium, V. II).
“A luz e o poder do sol revelam os mistérios do mundo externo através da produção e crescimento de vários seres. Da mesma forma Deus, representando o Sol eterno ou o único e eterno Bem, não se revelaria sem a presença de sua natureza espiritual eterna, único lugar em que pode manifestar seu poder. Somente quando o poder de Deus se torna diferenciado e relativamente consciente, de modo que haja poderes individuais combatendo entre si durante seu jogo de amor, se abrirá Nele o grande, imensurável FOGO de amor, através da aproximação da Santíssima Trindade”. (Grace, II.28).
“A vontade eterna, o Pai, conduz Seu coração, Seu Filho eterno, pelo FOGO, ao grande triunfo, ao Seu reino de glória”. (Grace, II. 21).
“Quando o Pai pronuncia Seu Verbo — ou seja, quando Ele gera Seu Filho — o que é feito contínua e eternamente, esse Verbo tem sua origem, em primeiro lugar, na primeira qualidade adstringente, onde se torna concebido. Na segunda qualidade ou qualidade doce recebe sua atividade; na terceira, se movimenta; no calor ele surge e acende o doce fluxo do poder e do FOGO. Todas as qualidades são feitas para queimar pelo FOGO aceso, e o FOGO é por elas alimentado; mas esse FOGO é só um, não muitos. Esse FOGO é o verdadeiro Filho de Deus, que continua nascendo de eternidade em eternidade”. (Aurora, VIII. 8 I).
“O Pai é o primeiro de todos os seres concebíeis, mas se o segundo princípio não se tornasse manifesto no nascimento do Filho, Ele não seria revelado. Assim, o Filho, sendo o coração, a luz, o amor e a bela e doce beneficência do Pai, mas sendo distinto Dele em Seu aspecto individual, entrega-se ao Pai reconciliado, amoroso e misericordioso. Seu nascimento ocorre no FOGO, mas Ele obtém sua personalidade e nome pela ignição da luz clara, branca e suave, que Ele próprio é”. (Três Princípios…, IV. 58).
“O Pai Eterno manifesta-se no FOGO; o Filho manifesta-se na luz do FOGO; o Espírito Santo manifesta-se no poder da vida e no movimento que emana do FOGO e da luz”. (Assinatura…, XIV 34).
“Nenhum espírito criado pode existir sem o mundo-ígneo. Até mesmo o amor de Deus não existiria, se a cólera de Deus, ou o mundo do FOGO, não existisse Nele; pois a cólera ou o FOGO de Deus é a causa da luz, força, poder e onipotência. (Stief. II. 4)”.
“A cólera (o FOGO) é a raiz de todas as coisas e a origem de toda vida; nela está a causa de toda força e poder, e dela emanam todas as maravilhas (manifestação de poder). Sem aquele FOGO não haveria consciência, mas tudo seria um mero nada”. (Três Princípios… XXI. 14).
“Originalmente o espírito é um fluxo mágico ou uma explosão de FOGO, que deseja a substancialidade, ou seja, a forma. Essa é então causada pelo desejo, e continua a corporalizar o espírito, e o espírito passa a ser chamado de ser criado”. (Tilken… I 186).
“Quando Deus criou os anjos, o príncipe do FOGO e da luz se manifestou. Seu espírito ou vida-angústia (consciência) tem sua origem no FOGO. Ele foi então passado pela luz, tornando-se ali a angústia do amor, através da qual a cólera foi extinta”. (Encarnação de Cristo…, I 3-10).
“Há uma vida superior à vida neste mundo, na eternidade. O espírito deste mundo (a mente terrestre) não pode conceber a sua natureza. Ela contém em si todas as qualidades desta vida terrestre, mas não em essências inflamadas como no último. Verdadeiramente, ela também contém um FOGO, e muito poderoso, mas que queima de forma diferente; ele é doce, humilde e sem dor; ele não consome, mas causa majestade e esplendor vivo, seu espírito é puro amor e alegria”. (A Vida Tríplice…, VIII. I).
“Cada país possui seu espírito guardião principal com suas legiões. Do mesmo modo, há anjos governando os quatro elementos — FOGO, água, ar e terra”. (Mysterium, VIII. 9).
“Cada anjo que deseja viver na luz e poder de Deus deve abandonar o egoísmo da dominação do FOGO no desejo; deve render a si e tudo o que lhe pertence à vontade de Deus; deve morrer com relação à sua vontade própria e desdobrar-se na luz do amor, como um fruto do amor divino, a fim de que a vontade-espírito (a vontade espiritual) de Deus comande sua vida”. (Stiefel 11. 49).
“O demônio era um anjo; seu dever era colocar sua imaginação (fé) na luz de Deus. Nesse caso teria recebido a substancialidade divina em sua imaginação e sua luz permaneceria luminosa. A fonte FOGO teria permanecido naquela essência e qualidade; ele teria permanecido um anjo”. (Tilk I. 187).
“No raio de luz, a quarta forma da natureza, está a origem da vida, ela contém a perfeição na constância do FOGO. Aqui, no objeto da divisão, nasce o espírito, que pode voltar e penetrar com sua imaginação em sua mãe, o mundo de trevas, ou ir em frente, e através da morte afundar-se na angústia do FOGO, e explodir na vida. O espírito é livre, e, portanto cada um desses dois caminhos estão dentro de sua escolha”. (Pontos Teosóficos, VII. 2).
“Deus não criou um inferno ou um estado especial de sofrimento para atormentar as criaturas que dele desertaram; mas tão logo os demônios deixaram a luz e tentaram governar através do poder do FOGO sobre a beatitude no coração de Deus, no mesmo momento foram para fora de Deus, penetrando as quatro qualidades inferiores da natureza eterna. Com isso, foram mantidos aprisionados no abismo do inferno”. (A Vida Tríplice…, II.53).
“A qualidade adstringente foi a primeira assassina, ao perceber que o ser gerava uma bela luz, ela se contraiu de forma ainda mais dura do que quando Deus a criou. A segunda qualidade, a segunda assassina, partiu com grande força para a qualidade adstringente, como se quisesse transformar seu corpo em pedaços. O calor ou o terceiro espírito assassino matou sua mãe, a água doce. O som surgiu tão furioso que soou como um trovão; pretendia com isso, provar sua própria nova divindade; o FOGO surgiu como um terrível raio de luz. Assim, o corpo todo se transformou num vale escuro; não houve conforto, nem ajuda. O amor transformou-se em inimigo, e o anjo da luz tornou-se um escuro demônio de trevas”. (Aurora, XIV. 19-25).
“Lúcifer viu a criação e conhecia seu fundamento. Portanto, ele também quis ser um deus, e governar em todas as coisas pelo poder do FOGO. Ele quis trazer para a forma seus próprios pensamentos, e não aquilo que o Criador desejou. Assim, tornou-se um inimigo de Deus, e desejou destruir o que fora formado pela ação de Deus com o propósito de colocar em seu lugar seus próprios efeitos e figurações”. (Questões Teosóficas, X.I).
“A imagem do ser criado foi vista na sabedoria, com seus aspectos de cólera e amor. Aqui também o Espírito de Deus, emanando eternamente da luz e do FOGO do Pai, previu a queda, ou seja, que essa imagem, moldada num ser corporal, seria atraída pela cólera, e perderia seu esplendor divino”. (Considerações Stiefel III. 58).
“Pode ser que se pergunte: Por que Deus não restringiu Lúcifer do desejo maligno? Mas como isso poderia ser feito? Se esse ser de FOGO fosse levado ainda mais para a humildade e para o amor, sua luz gloriosa se manifestaria ainda mais para ele, e sua ígnea vontade própria cresceria ainda mais com isso. Deveria Ele educá-lo punindo-o? O Objetivo de Lúcifer já era o de excitar em si a fundação mágica, e brincar com o centro das qualidades”. (Mysterium, IX.14).
“O mesmo salitre (a base material ou fundação), que no tempo da ignição da cólera pereceu na morte, é elevado no raio de FOGO, na regeneração. Não que tenha se tornado algo novo, mas apenas adquiriu outra forma de corporalidade, que no momento se encontra num estado de morte” (sua existência é relativa, como a matéria bruta)”. (Aurora, XXII.80).
“Nisso consiste a queda de Lúcifer; ele despertou a mãe do FOGO e quis governar sobre a benevolência, no coração de Deus. Esse FOGO é agora seu inferno; mas esse inferno foi capturado por Deus através do céu, ou seja, a mãe da água. Pois enquanto a localidade desse mundo dera para queimar por conta própria, Deus movimentou-se para criar, e criou a água. Disso resultou o oceano e a insondável profundeza aquosa. Foi o que ocorreu em Sodoma e Gomorra, pois quando o pecado era grande e o demônio habitava ali, desejando manifestar seus poderes, Deus permitiu que o príncipe desse mundo acendesse aqueles cinco reinos, para ali ser senhor e ter sua morada. Deus pensava em destruir seu orgulho; Ele fez com que a água chegasse até lá, e desta forma extinguiu sua glória”. (A Vida Tríplice… VIII. 24).
“Toda água deste mundo encontra-se degenerada, portanto, a água superior deve vir em auxílio da terra, extinguindo seu FOGO e apaziguando-a, a fim de que a verdadeira água possa nascer”. (Aurora, XX. 33).
“Deus, a luz eterna e a vontade eterna, brilha nas trevas e as trevas capturaram a vontade (recebeu sua atividade). Nessa vontade surgiu a ansiedade, e nela está o FOGO, e no FOGO a luz. Assim, as estrelas foram produzidas do FOGO; o sol, do poder dos céus”. (Três Princípios… VIII. 22).
“No sol do mundo externo, e através dele, Deus despertou um rei, ou como chamaria simbolicamente, uma divindade natural, junto com seis conciliadores, para serem seus assistentes, ou seja, o sol e os seis outros planetas, pronunciados das sete qualidades do lócus (lugar ou centro) do sol. O sol recebe seu esplender da tintura do mundo ígneo e o mundo da luz, sendo manifestado como um ponto revelado com relação ao mundo de FOGO”. (Mysterium, XIII. 16).
“Na morte, no centro, no corpo ou ainda na substância corporal da terra, Deus despertou a tintura, com seu brilho, esplendor e luz, onde está contida a vida da terra; mas na profundeza acima do centro Ele deu o sol, que é uma tintura de FOGO, e que com seu poder, alcança a liberdade fora e além da natureza, e de onde a natureza recebe seu esplendor. Ele é a vida de todo o círculo das estrelas, e todas essas estrelas são Seus filhos. Não que ele contenha suas essências, mas a vida deles surgiu de seu centro, no princípio”. (A Vida Tríplice… IV. 27).
“O Mercúrio é agitador, barulhento e retumbante; mas ainda não possui a verdadeira vida. Essa se origina no FOGO. Assim, ele deseja a essência tempestuosa e penetrante, para fazer com que surja o FOGO, que é Marte”. (A Vida Tríplice… IX 78).
“Quando o sol se inflamou, o terrível raio de FOGO saiu da localidade do sol para uma região superior como um furioso rompimento de relâmpago, que se torna Marte. Este é um tirante, um elemento de atrito, aquele que coloca em movimento todo o corpo do mundo, para que toda vida tire dele sua origem”. (Aurora, XXV 72).
“Depois de Deus ter desenvolvido as estrelas e os quatro elementos, foram produzidas as criaturas em todos esses quatro elementos, tais como pássaros na constelação do ar, peixes na constelação da água, animais e seres de quatro patas na constelação da terra e espíritos na constelação do FOGO”. (Mysterium XLIV I).
“Na vida do homem há três estados que devem ser distinguidos um do outro — primeiro, o mais interno, ou seja, Deus eternamente oculto no FOGO; segundo, a parte do meio, que desde a eternidade permanece como uma imagem ou semelhança nas maravilhas de Deus, comparável a uma pessoa que se vê no espelho; terceiro, essa imagem viva que recebe ainda um outro espelho na criação, onde se observou, ou seja, o espírito do mundo externo, ou o terceiro princípio, que também é uma forma (estado) do Eterno”. (A Vida Tríplice…, XVIII. 4)
“A alma, ou o primeiro princípio, é encontrada no FOGO da natureza eterna; o espírito, ou o segundo princípio tem sua raiz na luz; e o corpo é o terceiro princípio, ou a substancialidade do mundo visível”31 (Tabulae Principice, 65).
“O homem interior mantinha o homem exterior aprisionado em si mesmo e o penetrava tal qual o ferro incandescente é penetrado pelo FOGO, de forma que parece ser ele o próprio FOGO. Mas quando o FOGO se extingue, então o ferro negro e duro se manifesta”. (Mysterium, XVI 7).
“O elemento puro penetra o homem externo e subjuga os quatro elementos; além do mais, o poder do calor e do frio estava na carne. Mas, como a luz de Deus brilhava ali, estavam numa harmonia equilibrada, de forma que nenhuma delas se manifestava diante da outra. Assim, Deus o Pai, é chamado de Deus colérico e ciumento, um FOGO consumidor; Ele é realmente tudo isso com relação as suas qualidades; mas destas qualidades nada se torna manifestado na Sua luz”. (Cons. Stiefel…, XI 75).
“O corpo interior era um lugar onde a Divindade podia habitar, uma imagem da divina substancialidade. Naquele corpo, a alma tinha a sua brandura, e seu FOGO havia se tornado brando, pois ela havia recebido o amor e a brandura de Deus”. (Tilken… I 233).
“Assim como o ouro é incorruptível no FOGO, o homem não estava subjugado a nada, somente ao Deus Único que nele habitava e Se manifestava pelo poder de Seu ser santo”. (Mysterium, XVI 12).
“Antes de sua queda, o homem podia governar o sol e as estrelas. Tudo estava em seu poder. O FOGO, o ar, a água e a terra não podiam subjuga-lo; nenhum FOGO o queimava, nenhuma água o afogava, nenhum ar o sufocava; tudo o que vivia o temia”. (A Vida Tríplice…, XI 23).
“A alma encontrava-se em sua própria essência na eternidade, mas como algo criado, foi formada para representar a imagem de Deus no momento da criação do corpo. No entanto, ela não é, per se, a verdadeira imagem, mas apenas um FOGO essencial para a sua produção”. (Tilken… I 8 I).
“Sendo a alma essencial e sua substância um desejo, fica claro que está em dois tipos de Fiat. O primeiro é sua própria propriedade-alma; o outro pertence ao segundo princípio, emanado da vontade de Deus na alma. A alma deseja Deus, a fim de se tornar Sua imagem e semelhança; esse desejo de Deus atua como um Fiat em seu próprio centro; pois o desejo de Deus quer possuir a alma. Por outro lado, ela própria deseja possuir o centro no poder do FOGO, onde a vida da alma se origina”. (Eye, VII).
“A vontade da alma é livre, e ela pode mergulhar no nada de si mesma e se conceber como o nada, quando irá despontar como um ramo da árvore da vida divina, e provar do amor de Deus; ou poderá em sua vontade-própria surgir no FOGO e desejo de se tornar uma árvore separada”. (Quarenta Questões… II. 2).
“A Razão (o raciocínio do homem) diz: ‘Por que Deus permitiu que Adão extraísse a árvore da tentação da terra, através de sua imaginação?’ O Cristo diz: ‘Se você tiver fé do tamanho de uma semente de mostarda, e disser à montanha: mova-se para o mar; assim será feito’. A alma-espírito (alma espiritual) foi produzida da onipotência divina, do centro da natureza eterna, onde todos os seres foram criados. Por que então não seria ela poderosa? Ela era uma centelha de FOGO emanada do poder de Deus, mas depois de ter sido reunida num ser criado (individualizada como um organismo) deu passagem a seu próprio desejo egoísta, rompendo-se com o todo, causando corrupção em si mesma. O poder da alma, antes da invasão da vaidade, era tão grande que não podia ser subjugado a nada; o mesmo ocorreria agora, hoje mesmo, se a compreensão não tivesse sido retirada”. (Mysterium, XVII 41).
“Quando Adão deixou Deus e penetrou o egoísmo, Deus permitiu que um grande sono caísse sobre Adão. Se não fosse por estas circunstâncias, ele poderia, em todo seu egoísmo, ter até mesmo se tornado um demônio, pelo poder do FOGO”. (Cons. Stiefel… II 363).
“Os poderes da eternidade trabalham através dos poderes do tempo, como o sol que brilha através da água, enquanto que a água não apreende o sol, mas somente recebe o calor; ou, como o FOGO, que brilha no ferro, mas o ferro continua sendo ferro”. (Mysterium XII 20).
“Este mundo possui um Deus natural que lhe é próprio, o sol; mas ele toma sua existência do FOGO de Deus, e este da luz de Deus. Assim, o sol oferece seu poder aos elementos, e os elementos dão sua força as criaturas e eras da terra”. (Seis Pontos Teosóficos…, V. 13).
“Tudo o que vive e existe é despertado e trazido à vida pelas estrelas, pois elas não são apenas FOGO e água, mas também possuem dureza e maciez, amargura e doçura, todos os poderes da natureza e tudo o que está contido na terra”. (A Vida Tríplice… VII 46).
“A terra está girando porque possui dois fogos, o FOGO frio e o quente, e aquilo que está embaixo sempre deseja elevar-se em direção ao sol, porque a terra recebe espírito e poder unicamente do sol. Portanto, ela está girando. O FOGO, seu desejo de luz, a faz girar, pois ela deseja ser inflamada e ter vida própria. Tendo, contudo que permanecer na morte, até que deseje e atraia a vida que está acima, abrindo seu centro para sempre receber a tintura e FOGO do sol”. (A Vida Tríplice… XI 5).
“Do FOGO origina-se o ar e do ar a água e da água a terra; ou seja, uma substância que é de natureza terrestre; os elementos são meramente uma manifestação externa do elemento eterno interior e um fumaça inflamada do último”. (Mysterium, VII 19).
“Os quatro elementos surgiram do elemento único, que possui uma única vontade; eles existem agora num único corpo, havendo entre eles muita luta e disputa. O calor está contra o frio, o FOGO contra a água; o ar está contra a terra e cada um causa a morte e o rompimento do outro”. (Assinatura… XV 4).
“Cada coisa é como um FOGO. Contudo, a tortura do FOGO não é uma vida verdadeira, mas a tintura que se origina do FOGO”. (A Vida Tríplice… VIII 18).
“Onde existe um desejo, existe um FOGO, pois o FOGO deseja substancialidade, a fim de ter algo para consumir. Ele não pode fazer para si qualquer substancialidade, mas faz uma tintura e essa tintura produz a substancialidade”. (A Vida Tríplice… VIII 33).
“A tintura produz todas as cores, porque introduz a qualidade do FOGO e da luz na água. Assim, ela também transforma água em sangue”. (Six Mystical Points, I 5).
“A alma em sua substância é um fluxo mágico de FOGO da natureza de Deus, o Pai. A alma é um desejo ardente pela luz. Assim, Deus o Pai, deseja seu coração, o centro de luz, de forma muito forte e desde toda a eternidade; Ele a gera em Sua vontade desejante, da qualidade do FOGO”. (Quatro Complexões…, II).
“A essência da alma, que emana da vontade insondável, não morreu. Nada pode destruí-la. Ela permanece para sempre um vontade livre. Mas perdeu o estado divino, onde queimava a luz de Deus e o FOGO de Seu amor. Não que esse amor havia se tornado um nada, embora isso tenha ocorrido na alma criada (não manifestada) e inconsciente; mas o santo poder, ou seja, o espírito de Deus, que era a vida ativa ali, tornou-se oculto” (Grace, VI 2).
“A alma é per se um fogo-tortura, e contém em si o primeiro princípio, a acidez áspera, que tem por seu objeto o FOGO. Se deste nascimento (evolução) for extraída da alma a humildade e o amor de Deus, ou se ela tornar-se fortemente contaminada pela matéria (desejo material grosseiro) ela permanecerá sendo uma dureza severa, consumindo-se e, no entanto, gerando continuamente nova ânsia em sua vontade própria”. (Encarnação de Cristo…, I 2).
“Depois que Adão perdeu sua imagem bela e pura, sua alma permaneceu apenas na qualidade do Pai, ou seja, na natureza eterna, a qual, aparte da luz de Deus, é uma cólera e um FOGO consumidor”. (Tilk I 285).
“Através da análise de nós mesmos descobrimos que, no geral, o espírito externo (nossa natureza humana) é muito útil. Muitas almas se tornariam corruptas se o espírito animal não mantivesse o FOGO capturado e apresentasse o fogo-espírito terrestre, a ocupação animal e a satisfação, com as quais podem se divertir até obter novamente um lapso de sua nobre imagem, e começar a buscá-la novamente”. (Quarenta Questões… XVI 10).
“O homem não era como os animais, criados do bem e do mal, (da substância meramente terrestre). Se ele não tivesse se alimentado do bem e do mal não haveria nele o FOGO e a cólera; mas agora ele também possui um corpo animal”. (Aurora, XVIII 109).
“A alma penetrou com Adão uma habitação estranha, ou seja, o espírito deste mundo. Há, de fato, quatro habitações nas quais aquela jóia preciosa está aprisionada. Destas quatro, há sempre uma especialmente manifestada na pessoa, não as quatro, de acordo com os quatro elementos que se encontram dentro do homem; um deles sempre predomina na vida da pessoa. Esses quatro estados, formas ou temperamentos são conhecidos como: colérico ou bilioso, sanguíneo, fleumático ou linfático e o melancólico ou nervoso. No temperamento colérico está manifestada a natureza e qualidade do FOGO; no sanguíneo, a do ar; no fleumático, a da água e no melancólico, a qualidade do elemento terra”. (Quatro Complexões…, I.6).
“Adão era uma completa imagem de Deus, macho e fêmea, não separados, mas puro como uma casta virgem. Ele tinha em si o desejo (poder) do FOGO e da luz, a mãe do amor e da cólera, e o FOGO dentro dele amava a luz, recebendo dela quietude e beneficência; enquanto que a luz amava o FOGO como sendo a sua vida, do mesmo modo que Deus,em Sua qualidade de Pai, ama o Filho e o Filho ama o Pai”. (Cons. Stiefel…, II 35 I).
“O coração é a verdadeira origem da alma, e no sangue interior do coração (a vontade) está a alma, o FOGO, enquanto que na tintura a alma é seu espírito (sua luz); o espírito flutua sobre o coração, e comunica-se ao corpo e a todos os órgãos”. (Quarenta Questões…, XI 3).
“O desejo de conjunção nos homens e mulheres resulta da separação da tintura do FOGO e da luz em Adão. Esses princípios em sua própria essência são ainda mais nobres e puros que a carne. É verdade que agora estão separados, e não contém a verdadeira vida; mas estão cheios de desejo por aquela vida verdadeira, e quando se encontram novamente na unidade de todos os seres, despertam a verdadeira vida para qual seu desejo está direcionado. Querem ser novamente o que eram na imagem de Deus quando Adão era homem e mulher” (Cons. Stiefel…, II 388).
“Antes da queda, Adão recebeu a luz divina de Iahweh , ou seja, do Deus único, onde se encontrava oculto o nome de Jesus. Mas durante o tempo do sofrimento, quando a alma caiu, Deus manifestou o tesouro de Sua glória e santidade, e por meio da viva voz do Verbo, Ele incorporou-Se com o FOGO divino na imagem eterna, representando o estandarte da alma, o qual ela seguiria como a um guia. Mas se ela não fosse capaz de penetrar ali, sendo como morta com relação a Deus, o sopro divino a penetraria, advertindo-a a interromper sua atividade maligna, a fim de que sua voz voltasse a ser ativa na alma”. (Grace, VII 32).
“Sem representa o mundo da luz; Jafé, o mundo do FOGO, onde a luz é visível. Jafé representa também uma imagem do Pai, Sem a do Filho; mas Ham é uma imagem do mundo externo”. (Mysterium, XXXI 10).
“O corpo de Adão foi criado do Limus da terra, e também do Limus do céu da santidade; mas o Limus do céu, onde a vontade livre poderia conceber-se numa forma celeste e assim mover-se, agir, pensar e orar diante de Deus estava enfraquecido em Adão, e, portanto, os dois irmãos inflamaram (sacrificaram) os frutos da terra. Caim trouxe dos frutos da terra (matéria), mas Abel trouxe do primogênito seus rebanhos (do espírito), e isso foi inflamado através do FOGO”. (Mysterium, XXVII 7).
“Embora madeira e animais haviam sido usados nos sacrifícios, o FOGO usado ali não fora produzido por meios externos, mas originado da mais elevada tintura da fundação paradisíaca. Esse FOGO santo consumiu as vítimas através da imaginação e inflamação de Deus, e assim, a vontade humana, introduzida ali e que ainda estava inclinada à condição terrestre, foi (e ainda é) purificada no FOGO e redimida do pecado. A grosseria dos elementos havia de ser consumida, e desta consumação pelo FOGO deveria emanar a imagem espiritual, bela, pura e verdadeira, criada em Adão; a qual, enquanto contida no FOGO da cólera divina, não podia aparecer em sua clareza através desse FOGO santo”. (Batismo, II 2 16).
“Nos tempos do Antigo Testamento o acordo pelo sacrifício aconteceu através do FOGO santo, que era um símbolo da cólera de Deus. que haveria de consumir o pecado junto com a alma. A qualidade do Pai na cólera estava manifesta nesse FOGO, e a qualidade do Filho, no amor e na humildade introduziu-se na cólera. Eles sacrificaram a carne dos animais, mas introduziram a imaginação e oração na graça de Deus”. (Baptism, I 2, 23).
“Havia uma qualidade animal, a alma animal, originária dos planetas, anexada à mente do homem, em consequência da qual sua vontade e oração não eram puras diante de Deus, portanto o fogo-cólera de Deus consumiu esta vaidade animal dos homens através do sacrifício; mas a concebida imagem da graça seguiu com a oração para o FOGO santo. Assim, os filhos de Israel foram reconciliados com Deus e libertados de seus pecados de forma espiritual, e com relação a futuros, porque o Cristo estava por vir, tomar o estado humano e penetrar em Deus como um sacrifício para o Seu fogo-cólera, transformando a cólera em amor”. (Baptism, II 25).
“A vítima, a madeira, a fumaça, tudo era terrestre, assim como o homem era terrestre, no que se refere ao seu corpo externo; mas depois que o objeto sacrifical fora inflamado (pelo FOGO mágico) tornou-se de natureza espiritual, pois da madeira surgiu o FOGO, que recebeu e consumiu o objeto. Desta consumação resultou a fumaça do FOGO, seguida pela luz, e essa luz foi o símbolo em que a imaginação do homem e a de Deus, produziram uma conjunção”.(Mysterium, XXVII 29 — 30).
“Deus desejou cheirar (durante o sacrifício) nada além do que a vontade do homem, ou seja, a vida humana, a qual, antes do tempo deste mundo encontrava-se dentro da palavra de Deus — não ainda como um ser criado, mas como um poder, soprado na imagem criada. Isso é o que foi “cheirado” por Deus através do sacrifício e na essência de Cristo ou a graça, comunicada ao homem e foi o que reajustou a vontade por meio da graça no FOGO resultante da combinação do fogo-vida humano e do fogo-amor divino, constituindo assim um verdadeiro sacrifício do pecado e da restituição, porque o pecado foi sacrificado ao FOGO da cólera divina, para que ali fosse consumido”. (Communion, I 32).
“O Verbo da promessa, que era para os judeus uma espécie de antítipo, ou como uma imagem no espelho, onde o pai colérico imaginou e onde extinguiu Sua cólera, começou a se movimentar essencialmente, como se não tivesse se movimentado desde a eternidade; pois, quando o anjo Gabriel trouxe a Maria a mensagem de que teria um filho, e quando ela expressou seu desejo dizendo: ‘Que seja feita a tua vontade’, o centro da Santíssima Trindade movimentou-se; isso quer dizer que, a virgindade eterna perdida por Adão, se abriu nela, no Verbo da vida. O FOGO do amor divino no ser de Maria, na essência virginal corrompida em Adão, fora novamente restaurado”. (Encarnação de Cristo…, I 8, 3. 4).
“A alma e o Verbo não estão lado a lado, como duas pessoas, mas o Verbo penetra a alma e do Verbo brilha a vida-luz; a alma, contudo, permanece livre. Um ferro quente e vermelho encontra-se nela preto e obscuro, mas o FOGO a penetra, para que se torne luminoso. Não há transformação no ferro propriamente dito; o ferro continua sendo ferro e o calor continua sendo calor; um é livre com relação ao outro, e um não é o outro; Assim a alma tem sido mergulhada no FOGO da divindade, a fim de que a divindade possa penetrar e iluminar a alma, e ali habitá-la e concebê-la, embora a alma não possa conceber a divindade; no entanto, ela não é transformada. A divindade concebe a alma e a dota do poder da majestade”. (A Vida Tríplice…, VI 83).
“Foi da vontade de Deus transmutar a humanidade numa qualidade celeste, após esta ter se tornado terrestre, transformar a terra humana (elemento material) em céu, fazer dos quatro elementos apenas um e transformar a ira de Deus, na qualidade humana, em amor. Mas a ira de Deus, tento sido inflamada no homem, era um poder de FOGO e fúria, ao qual se deve resistir e transformar em amor, era necessário que o amor propriamente dito, penetrasse a ira, circundando-a totalmente. Não bastava para tanto, que Deus permanecesse no céu (em Sua própria auto consciência divina) olhando para a humanidade de forma amorosa. Isso não teria subjugado o poder da fúria e da cólera, a humanidade tão pouco poderia penetrar um estado de amor”. (Assinatura…, XI. 7).
“A alma de Adão havia se afastado de Deus e morrido com relação a essencialidade da luz. O segundo Adão trouxe novamente a alma para o FOGO, ou seja, na fonte da cólera, e acendeu novamente a luz na morte. A luz foi portanto novamente manifestada nas trevas, e a morte morreu, e para a cólera ou inferno foi criada uma praga”. (Tilk I. 513).
“Como nos afastamos da liberdade do mundo angélico e adentramos a tortura escura, o poder e o verbo da luz tornou-se homem, e nos conduziu para fora das trevas, através da morte no FOGO para a liberdade da vida divina, na essencialidade divina. O Cristo tinha que morrer e penetrar a essencialidade divina através do inferno e através da cólera da natureza eterna, para abrir um caminho para a nossa alma através da morte e através da cólera, onde devemos entrar com Ele pela morte, na vida divina”. (Encarnação de Cristo…, I 3, 7).
“Depois que a alma de Cristo recebeu o pão celeste, era preciso observar se ela se manifestaria no poder do FOGO da vaidade, ou, se plena de humildade, se manteria unicamente no coração e na vontade de Deus, entregando Sua alma e se tornando um anjo da humildade. Nota-se aqui, a astúcia do demônio, pois ele toma as Escrituras e diz: ‘Os anjos irão conduzi-lo sobre suas mãos’. Esta passagem tem sido mal aplicada, pois não se refere ao corpo físico, mas à alma. Isso ele quis introduzir no orgulho, para que se confiasse em ‘ser carregado pelos anjos’; mas o Redentor disse: ‘Também está escrito: Tu não tentarás o Senhor teu Deus’. Desta forma, ele venceu o orgulho do demônio para penetrar a humildade e o amor de Seu Pai celestial”. (Três Princípios…, XXII 108).
“Quando o Verbo pronunciado de Deus na qualidade humana aprisionou-se no Redentor, a essencialidade que havia morrido em Adão, mas que se tornou novamente viva em Cristo, clamou juntamente com a alma: ‘Meu Deus! Meu Deus! Por que me abandonastes?’ Isso significa que a cólera de Deus havia penetrado, através da qualidade da alma, a imagem da essencialidade divina, e que havia absorvido a imagem de Deus, porque era essa a imagem da serpente na alma ígnea, a cabeça da cólera de Deus, para transformar seu poder ígneo na vida-sol eterna. Como uma vela se extingue ao queimar-se, e assim como desta morte surge a luz e o poder, da mortificação e da morte de Cristo havia que surgir o sol divino e eterno na qualidade humana. Assim, havia que morrer, neste caso, não só o egoísmo da qualidade humana, ou seja, a vontade-própria da alma com relação à (seu desejo pela) vida no poder do FOGO, e se perder na imagem do amor; mas, essa mesma imagem do amor havia que penetrar a cólera da morte, a fim de que tudo mergulhasse na morte e através da morte e da humildade perfeita, e na vontade e misericórdia de Deus, surgisse novamente na substancialidade paradisíaca, a fim de que o espírito de Deus pudesse ser tudo em tudo”. (Assinatura…, XI 87).
“A humanidade de Cristo se entregou como sacrifício à cólera do Pai, penetrando inteiramente em Seu fogo-essência; o amor-espírito de Deus venceu a essência colérica do FOGO, de modo que esta não pode consumir a humanidade (a qualidade humana). Ele simplesmente retirou da humanidade sua vontade-própria, trazendo-a novamente para a vontade universal primordial, de onde a vontade foi originalmente concedida ao homem. A vontade humana veio novamente ao encontro da vontade do Pai, como se estivesse em sua primeira raiz (fonte ou origem)”. (Mysterium, XXXIX 24).
“Pelo poder da tintura celestial Deus acendeu o FOGO que havia se tornado escuro na essência da alma, dali por diante, aquele FOGO passou a queimar num poder limpo, branco e majestoso, na luz e glória, e a cólera de Deus foi extinta na essência da alma e foi feita amor”. (Tilk II 259).
“’Cristo significa um penetrador; o ato de afastar o poder da cólera; a iluminação das trevas pela luz; a transmutação (na alma do homem), pela qual a satisfação do amor rege sobre o brilho do FOGO em seu aspecto colérico; a superioridade da luz sobre as trevas”. (Assinatura…, VII 32).
“Deus habita no mundo e preenche todas as coisas; no entanto, Ele nada possui. A luz habita nas trevas, mas não a possui; o dia habita na noite e a noite habita no dia, o tempo na eternidade e a eternidade no tempo; o mesmo ocorre com o homem. Ele próprio é o tempo, e vive com ele segundo seu aspecto externo; é desta mesma forma que o mundo externo existe no tempo; mas o homem interior é eternidade, mundo e tempo espiritual, tal como é criado na luz, de acordo com o amor de Deus, e nas trevas de acordo com Sua cólera. Seu espírito vive naquele princípio que nele está manifestado, seja nas trevas, seja na luz. Cada um deles habita em si mesmo; nenhum deles possui o outro; mas, se um penetra o outro e deseja possuí-lo, este o outro irá perder sua supremacia e poder. Se a luz se manifesta nas trevas, então as trevas deixam de ser trevas; e se as trevas surgem na luz, então a luz e seu poder serão extintos. As trevas eternas da alma constituem o reino do inferno; a luz eterna na alma é seu céu. O homem, portanto, é criado e vive nos três mundos. Um é o mundo das trevas eternas que surge do centro da natureza — natureza eterna — onde nasce o FOGO como o tormento eterno; o outro mundo, é o da luz eterna, onde reside a alegria e o Espírito de Deus. É neste mundo de luz que o espírito de Cristo assume substancialidade humana. O terceiro mundo onde vive o homem, e do qual foi gerado, é o mundo visível externo, com seus quatro elementos, e as estrelas visíveis”. (Regeneração, I).
“A pobre alma aprisionada, encerrada nas trevas da morte, é um FOGO mágico faminto, que atrai da encarnação de Cristo, a substancialidade reaberta de Deus, e deste engolir ou nutrição, produz um corpo similar ao da Divindade. Assim, a pobre alma será revestida com um corpo de luz, comparável ao FOGO de um pavio”. (Cartas, XI 21).
“Ninguém deve se imaginar seguro após ter obtido a coroa de pérolas, pois pode perdê-la novamente. A alma, durante sua vida terrestre, está acorrentada por três temerosas correntes. Primeiro pela severa cólera de Deus, o abismo e as trevas do mundo, que é o centro da vida criada da alma, cuja raiz mais íntima é o desejo. A segunda corrente é a ânsia ígnea do demônio pela alma, que tenta a alma e busca, incessantemente, tirá-la do repouso da verdade divina para cair na vaidade, no orgulho, na avareza, na inveja e na raiva; através destas propensões malignas, ele procura ventilar o FOGO na alma, a fim de que se afaste de Deus e penetre o egoísmo. Mas a terceira e mais perigosa corrente é a do corpo e do sangue, corruptíveis, fúteis, terrestre e mortal, cheios de desejos e inclinações malignas, juntamente com a região astral (plano astral), onde, como num grande oceano, a alma está flutuando, o que a faz ser, diariamente, inflamada e infectada pelo pecado”. (Três Princípios…, XXV 7).
“Não há três almas separadas no homem, mas apenas uma. Essa alma permanece em três princípios, ou seja, no reino da cólera, no reino do amor de Deus e no reino deste mundo. Quando o ar do reino externo deste mundo deserta a alma, ela se manifesta ou no obscuro reino do FOGO ou no santo reino da luz, que é o reino do fogo-amor, o poder de Deus. Seja qual for o plano com a qual ela se envolveu durante sua existência terrestre, ali ela permanece depois que o reino externo a deixa”. (Mysterium, XV 24).
“Se a alma-fogo não se tornou substancial no Espírito de Deus, nem buscou esta substância em seu desejo, é então um FOGO negro, queimando em grande angústia e terror, pois há em sua constituição apenas as quatro qualidades inferiores da natureza. Se a vontade nada tem do poder divino da verdadeira humildade, não poderá haver em nela penetração da vida através da morte; a alma fica como uma roda viva furiosa, buscando continuamente elevar-se, enquanto se afunda cada vez mais do outro lado. Há neste estado, com certeza, uma espécie de FOGO, mas não uma combustão, pois ali governa uma severa dureza e amargor. O amargor busca o FOGO e quer aumentá-lo; mas a acidez o mantém aprisionado, o que resulta uma terrível ansiedade que assemelha-se a uma roda viva, girando perpetuamente em torno de si mesma”. (Quarenta Questões…, XVIII 14).
“A alma é como uma pessoa que sonha estar em grande angústia e tortura, buscando alguma coisa que a alivie, sem poder encontrar. Ela então se desespera, e não encontrando saída rende-se ao seu condutor (ao impulso interior que a conduz), para que este faça com ela o que quiser. Assim, a alma abandonada cai no poder do demônio, onde não pode, e nem lhe é permitido seguir suas inclinações; mas o que quer que o demônio faça, ela também é compelida a fazer. É desta forma que ela se torna um inimigo de Deus, e facilmente ergue-se ali o orgulho e o FOGO sobre o trono principesco dos anjos. Na terra e em seu corpo físico ela se fazia de tola; agora, ela continua sendo tola e traquina, e seja qual for a bobagem que cometeu na vida, é o que agora passará a representar. A própria tolice é seu tesouro, e isso é, como diz o Cristo, seu coração e sua vontade”. (A Vida Tríplice…, XVIII 10).
“Se a vontade interna batalha a cada instante, diariamente, contra as qualidades demoníacas que a aflige, apaziguando-as e não permite que tomem substância em si, ao mesmo tempo em que as qualidades malignas perturbam a pessoa, não permitindo que ela atue sempre com sua boa vontade, essa pessoa deve acreditar e saber, com certeza, que o FOGO de Deus está queimando dentro dela e tentando tornar-se luz; e quando quer que o corpo maligno com sua condição maligna é rompido, a fim de não mais impedir que a centelha flamejante queime, então o FOGO divino, em sua essência, irá queimar numa chama, e a imagem divina será reconstituída de acordo com a qualidade mais forte que aquela pessoa tenha introduzido em seu desejo”. (Seis Pontos Teosóficos…, VII 41).
“O princípio do pai dentro da alma tem sua base num FOGO incandescente que origina a luz, e nesta luz repousa a nobre imagem de Deus. Essa luz modera o FOGO incandescente através da substancialidade do amor, tornando-o beneficente para a natureza e para a vida”. (Cartas, VIII 78).
“Não há luz, nem deste mundo, nem de Deus, apenas a luz da ignição de seu próprio FOGO, sendo ele um terrível inimigo, a carne de sua cólera. O tipo de angústia destas almas diferem segundo à qualidade daquilo que a alma se carrega. Para tal alma não há auxílio; ela não pode penetrar a luz de Deus; e mesmo que São Pedro tivesse deixado mil chaves sobre a terra, nenhuma delas abriria a porta, pois ela já rompeu o laço que a conectava com a Divindade”. (Veja: Três Princípios…, XIX).
“Deus é o centro do homem, mas ele reside apenas em si mesmo, a menos que o espírito do homem torne-se um espírito com Deus; neste caso, ele se tornará manifesto na natureza humana, na alma, na mente e no desejo, por onde se tornará perceptível aos sentidos interiores do homem. A vontade envia os sentidos para Deus, e Deus grava os sentidos e se torna um ser com eles. Então, os sentidos passam a carregar o poder de Deus para a vontade, e a vontade os recebe com gratidão, mas com tremor; pois reconhece ser indigna e sabe que vem de uma morada instável. Assim, ela recebe aquele poder ao mergulhar-se diante de Deus e de seu triunfo surge a doce humildade. Essa é a verdadeira essência de Deus, e essa essência concebida na vontade é o corpo celestial, e é chamado de fé verdadeira e justa, recebida pela vontade, no poder de Deus. Ela mergulha na mente e reside no FOGO da alma”. (Menschw. X 8).
“Na quinta qualidade a glória e majestade de Deus manifesta-se como luz de amor. Está escrito que Deus reside na luz, na qual ninguém pode penetrar. Isso significa que nenhum ser criado nasceu do FOGO central do amor, pois este é o mais sagrado FOGO, o próprio Deus em Sua Trindade. Deste FOGO santo foi emanado o JAH, um raio da unidade sensível. Este é o precioso nome de Jesus, redimindo a pobre alma do fogo-colérico, e ao tomar a natureza humana, abandona-se ao FOGO central de Deus na alma, na cólera de Deus dentro da alma; acendendo-a novamente com o fogo-amor, e unindo-a à Deus”. (Theos. Quest. III 25).
“O homem é a cabeça; ele possui o regimento superior, com a tintura do FOGO, e em sua tintura, possui a alma que deseja Vênus como sua matriz corporal. A alma deseja ter espírito e corpo, e isso está na matriz mulher. Mas o regimento inferior é o feminino, e seu regimento encontra-se na Lua; pois o Sol fornece o calor, Vênus a tintura, não de natureza ígnea, mas aquosa”.
“A alma ígnea, pura como o ouro limpo, testada no FOGO de Deus, é o esposo da nobre Sophia, pois ela é a tintura da luz. Se a tintura do FOGO é perfeitamente pura, então a Sophia se unirá à ela e Adão receberá novamente a noiva mais nobre, que foi dele afastada durante seu sono; ele a tomará em seus braços. Não se trata de homem ou mulher, mas um ramo na árvore de pérolas que encontra-se no paraíso de Deus. Mas como a noiva recebe seu noivo na qualidade-ígnea clara e brilhante dele, e como lhe dá um beijo de amor, isso só será compreendido por aqueles que estiveram no casamento do Cordeiro. A todos os outros isso permanecerá um mistério”. (Mysterium Magnum, XXV 14).
“O Sal é a Prima Materia, adstringência. Na adstringência forte surge o amargor; pois, a poderosa atração surge na dificuldade do espírito. Por exemplo, se uma pessoa se torna raivosa, seu espírito atrai aquilo que a faz ficar amargurada e trêmula; e se ela não resiste e se abate, então o FOGO da cólera se acende em seu interior, a fim de que queime na malícia. Então, em sua mente e alma isso se torna substancial, um ser”. (Três Princípios…, I 9).
“Assim, cada criatura possui seu próprio centro para sua própria expressão ou o som do verbo formado em si mesmo, tanto nos seres temporais como eternos; tanto no homem racional como no irracional; pois o primeiro Ens foi pronunciado do som de Deus, pela sabedoria, de seu centro no FOGO e luz e foi formado no Fiat, e entrou em “compactação”. O Ens emana do eterno, mas a compactação emana do temporal; portanto, em todas as coisas há algo eterno oculto no tempo”. (Mysterium Magnum, XXII 2).