“O único e verdadeiro caminho através do qual Deus pode ser percebido em Sua Palavra, ESSÊNCIA e Vontade, é quando o homem alcança um estado de unidade consigo mesmo, e quando — não só em sua imaginação, mas em sua vontade, possa deixar tudo o que é eu pessoal, ou o que pertence ao eu: dinheiro e bens, pai e mãe, irmão e irmã, esposa e filhos, corpo e vida, quando o seu próprio eu se transforma num nada. Ele deve entregar tudo e se tornar mais pobre que um pássaro no ar, que possui um ninho. O homem não deve ter um ninho para o seu coração neste mundo. Não que se deva fugir de casa, abandonar esposa, filhos ou parentes, cometer suicídio, ou jogar fora suas propriedades, a fim de não estar corporalmente presente; deve-se matar e anular a vontade própria, aquela que clama por todas essas coisas como sua possessão. O homem deve entregar tudo isso ao seu Criador, e dizer com todo consentimento de seu coração: ‘Senhor, tudo é seu’! Sou indigno de governar tudo isso, mas como Tu me colocastes ali, devo cumprir meu dever entregando minha vontade a Ti, de forma total e completa. Aja através de mim da forma que quiseres, a fim de que a Sua vontade seja feita em todas as coisas e em tudo que eu seja chamado a fazer para o benefício de meus irmãos, a quem sirvo segundo o teu mandamento. Aquele que penetra neste estado de resignação suprema entra em união divina com Cristo, a fim de ver ao Próprio Deus. Ele fala com Deus e Deus fala com ele, ele sabe qual é a Palavra”, a. “ESSÊNCIA, e a Vontade de Deus”. (Mysterium, XLI. 54-63).
“Quando meu espírito, cheio de sofrimento, movimentando-se como que numa grande tormenta, sinceramente surgiu em Deus, carregando consigo todo o meu coração e minha mente, com todos os meus pensamentos e com toda a minha vontade; quando eu não podia mais parar de lutar contra o amor e a misericórdia de Deus, a menos que sua Benção descesse sobre mim — ou seja, a menos que Ele iluminasse minha mente com Seu Espírito Santo, para que eu pudesse compreender a Sua vontade e me livrar de minha dor, então a luz do Espírito rompeu das nuvens. Enquanto que em meu fervor, lutava poderosamente contra os portais do inferno, como se tivesse mais forças do que as que estavam em minha posse, desejando arriscar a própria vida (que teria sido insuportável, sem o auxílio de Deus); após duras lutas contra os poderes das trevas, meu espírito rompeu as portas do inferno, e penetrou a ESSÊNCIA mais íntima da Divindade recém-nascida, onde foi recebida com grande amor, tal qual aquele oferecido por uma noiva ao receber seu amado noivo. As palavras não podem expressar a grande satisfação e triunfo que experimentei então; tampouco poderia comparar tal satisfação com qualquer outra coisa, senão com o estado no qual a vida nasce da morte, ou com a ressurreição do morto. Durante este estado, meu espírito imediatamente viu através de todas as coisas, e reconheceu à Deus em todas as coisas, até mesmo nas ervas e nas pragas, e soube o que era Deus e qual era a Sua vontade. Então, minha vontade cresceu rapidamente nessa luz, e recebi um forte impulso de descrever o estado divino.” (Aurora, XIX. 4).
“A sabedoria coloca-se diante de Deus como um espelho ou reflexo, onde a Divindade vê seu próprio ser e todas as grandes maravilhas da eternidade, que não tem começo, nem fim, no tempo, cujo princípio e o fim são eternos. A sabedoria é uma revelação da Santíssima Trindade; isso não deve ser compreendido como se ela revelasse a si mesma à Deus, através de seu próprio poder ou escolha, mas o centro divino, o coração e ESSÊNCIA de Deus, torna-se revelado nela. Ela é como um espelho da Divindade, e como qualquer outro espelho, simplesmente permanece quieta; ela não produz imagem alguma, mas simplesmente a concebe”. (Encarnação de Cristo…, I, 1, 12).
“A ESSÊNCIA eterna, desejando revelar-se a si mesma (para obter auto consciência), teve que conceber em si uma vontade; mas como em si mesma não havia objeto para sua vontade ou desejo, exceto o Verbo poderoso, que na eternidade tranquila não existia, os sete estados da natureza eterna tiveram que nascer ali. Daí procede então, de eternidade em eternidade, o Verbo poderoso, o poder, o coração e a vida da eternidade tranquila e de sua sabedoria eterna”. (A Vida Tríplice…, III 21).
“O fogo recebendo em si a ESSÊNCIA do desejo como seu alimento, a fim de poder queimar, fornece um espírito alegre e abre o poder da humilde essencialidade na luz”. (Seis Pontos Teosóficos…, I.57).
“Para constituir a vida audível, ou o som dos poderes, é necessário solidez e brandura, o compacidade, delgadeza e movimento. Para constituir o sexto princípio, portanto, se faz necessária a presença de todas as outras qualidades da natureza. A primeira forma fornece a aspereza, a segunda o movimento, através do qual a terceira divisão ocorre. O fogo transforma a aspereza da ESSÊNCIA concebida ao consumi-la num ser espiritual, representando delicadeza e suavidade, e esta se forma num som, de acordo com as qualidades que contém”. (Mysterium, V. II).
“Assim como a terra continua a produzir plantas, flores, árvores, metais e seres de várias espécies, um mais glorioso, forte e belo que o outro; e como no nosso plano terrestre uma forma aparece enquanto outras perecem, havendo um contínuo trabalho e envolvimento das formas, do mesmo modo a geração eterna com o santo mistério, continua ocorrendo com grande poder; em consequência dessa contorção de poderes espirituais, os frutos divinos aparecem um ao lado do outro, todos e cada um deles, numa radiação de belas cores. Tudo aquilo pelo qual estamos rodeados no mundo terrestre, não passa de um símbolo terrestre, que existe no reino celestial numa bela perfeição, num estado espiritual. Não existem ali meramente como um espírito, uma vontade ou um pensamento, mas numa substancialidade corporal, em ESSÊNCIA e poder, e aparece inconcebível se comparado com o mundo material externo” (Assinatura…, XVI. 18).
“Nós, Cristãos, dizemos que Deus é ternário, mas um em ESSÊNCIA; isso é mal interpretado pelo ignorante ou pelo mal informado, pois Deus não é uma pessoa, exceto em Cristo. Deus é um poder gerado eternamente e o reino com todos os seres”. (Myst. Magn., VII. 5).
“Ele gera a si mesmo num aspecto ternário, e nessa geração eterna deve-se compreender uma única ESSÊNCIA e geração; nem o Pai, nem o Filho; mas unicamente a Vida eterna, ou Deus”. (Myst. Magn., VII . II).
“Sempre que algo nasce da ESSÊNCIA divina, é trazido para a forma, não meramente por um espírito, mas por todos os setes”. (Aurora, X.4).
“O demônio era um anjo; seu dever era colocar sua imaginação (fé) na luz de Deus. Nesse caso teria recebido a substancialidade divina em sua imaginação e sua luz permaneceria luminosa. A fonte fogo teria permanecido naquela ESSÊNCIA e qualidade; ele teria permanecido um anjo”. (Tilk I. 187).
“A vida da criatura eterna era em seu princípio inteiramente livre, porque estava em temperatura harmoniosa e apropriada. Os anjos foram criados pelo céu, e mesmo se o mundo de trevas, com o reino da fantasia estivessem contidos ali, era numa condição latente, e não manifesta. Pela ação da vontade livre nos anjos caídos o mundo das trevas tornou-se objetivo neles; porque estavam inclinados para a fantasia (especulação), e consequentemente essa tomou posse deles, surgindo em ESSÊNCIA”. (Graça, IV. 45).
“Quando Lúcifer encontrava-se em tal forma majestosa, em tão alta glória, ele deveria ter se movimentado em Deus, assim como Deus se movimentava nele; mas isso ele não fez, pois depois que seus espíritos de origem foram tomados por tão gloriosa luz, foram preenchidos por tanta satisfação, que se revoltaram contra o direito natural (a lei), e desejaram uma qualificação ainda maior, mais magnificente e suprema do que o próprio Deus. Ocorreu então, que a qualidade adstringente contraiu sua ESSÊNCIA a um tal estado de solidez que a água doce que ali existia se secou. Simultaneamente, o raio de luz ficou tão claro, que se tornou intolerável aos espíritos emergentes; isso porque o raio de luz foi até a qualidade adstringente de forma tão terrível, como se quisesse explodi-los repentinamente com grande satisfação”. (Aurora, XIII. I. 16).
“Quando o Verbo eterno se movimentou, por causa da malícia de Lúcifer, e a fim de expulsar esses parasitas demoníacos de sua residência, rumo as trevas eternas, a ESSÊNCIA se compactou (coagulou). Deus não queria mais deixar os poderes manifestados sob o comando de Lúcifer, no lugar em que reinava como um príncipe, e fez com que penetrassem um estado de coagulação, guspindo-os em seguida para fora de ali”. (Mysterium, X.13).
“Ao dizer: ‘Que haja a Luz’, o santo poder concebido juntamente com a cólera, movimentou-se, fazendo com que o poder do demônio fosse completamente extraído dele, em sua ESSÊNCIA”. (Mysterium, XII. 14).
“Assim, as trevas permaneceram na qualidade da cólera, na substância da terra e em toda profundidade desse mundo; e na substância da luz, a luz da natureza do céu, ou seja, da quinta ESSÊNCIA, surgiu aquilo do que a constelação foi criada. Essa ESSÊNCIA está em todo lugar, na terra e acima da terra” (Aurora, XII. 15).
“Quando Deus pronunciou: ‘Que haja a Luz’, a ESSÊNCIA, o ser dentro da qualidade da luz, não se movimentou apenas na terra, mas em toda a profundeza, com grande poder; com isso, o sol foi criado no quarto dia, quer dizer, foi aceso”. (Mysterium, XII.13).
“Não que chamando o sol de centro queremos dizer que todas as estrelas originaram-se de um ponto central, chamado ‘sol’. O sol é o centro dos poderes das estrelas, a causa pela qual se movimentam em sua ESSÊNCIA. Ele desenvolve seus poderes e coloca seu poder dentro delas, esse poder constitui seu coração”. (Mysterium XI.32).
“O Mercúrio é agitador, barulhento e retumbante; mas ainda não possui a verdadeira vida. Essa se origina no fogo. Assim, ele deseja a ESSÊNCIA tempestuosa e penetrante, para fazer com que surja o fogo, que é Marte”. (A Vida Tríplice… IX 78).
“Como o espírito das estrelas, ou o espírito na forma-ígnea, pelo poder de sua duração, misturou-se com o da água, de uma única ESSÊNCIA surgiram duas essências. Uma, a masculina na forma ígnea, e a outra, a feminina na forma aquosa (estado)”28. (Três Princípios… VIII. 43).
“O corpo de Adão (o corpo etéreo do homem aborígine) foi criado dos quatro elementos da natureza externa, e das estrelas (da ESSÊNCIA das estrelas), por meio do Fiat eterno. Desta forma, ele estava em posse da essencialidade terrestre e divina; mas a terrestre estava na divina como que consumida ou impotente (latente). A substância ou a matéria da qual o corpo foi feito ou criado também continha o primeiro princípio em si, mas não estava em movimento”. (Encarnação de Cristo…, I 3, 15).
“O espírito de Deus reside de eternidade em eternidade unicamente no céu, ou seja, em Sua própria ESSÊNCIA, no poder da majestade. Quando ele foi soprado na imagem de um homem, surgiu o céu no homem; pois, Deus quis revelar-Se no homem, como numa imagem criada à Sua própria semelhança, e manifestar as grandes maravilhas de Sua sabedoria eterna”. (Cons. Stiefel…, I. 36).
“O homem interior permanecia no céu; suas essências estavam no Paraíso; seu corpo era indestrutível. Ele conhecia a linguagem de Deus e dos anjos, e a linguagem da natureza, como se pode perceber ao vermos Adão dando nomes a todas as criaturas, cada uma segundo sua própria ESSÊNCIA e qualidade”. (Quarenta Questões, IV 7).
“Adão, depois de ter sido criado por Deus, encontrava-se no Paraíso num estado de satisfação, glorificação e beleza, pleno de conhecimento. Deus então, trouxe diante dele, como senhor do mundo, todos os animais, a fim de que os observasse e desse um nome a cada um, segundo a ESSÊNCIA e poder específico. Adão sabia que ele estava dentro de cada criatura, e deu a cada um seu nome apropriado. Deus pode ver nos corações de toda as coisas, e o mesmo podia ser feito por Adão.”38 (Três Princípios…, X 17).
“A alma encontrava-se em sua própria ESSÊNCIA na eternidade, mas como algo criado, foi formada para representar a imagem de Deus no momento da criação do corpo. No entanto, ela não é, per se, a verdadeira imagem, mas apenas um fogo essencial para a sua produção”. (Tilken… I 8 I).
“Quando Adão e Eva encontravam-se no Paraíso como homem e mulher, ainda em posse de uma ESSÊNCIA celeste, ainda que misturada (com materialidade), o demônio não podia suportar, pois sua inveja era grande. Então, depois que Adão foi trazido à queda e privado de sua forma Angélica e viu que Eva era sua esposa, o demônio pensou que eles pudessem gerar filhos no Paraíso e lá permanecerem. Ele se convenceu de seduzi-los a comer do fruto proibido, a fim de que com isso se tornassem terrestres”. (Encarnação de Cristo…, I 7).
“Tudo o que é poderoso na ESSÊNCIA do mundo santo está oculto na cólera e na maldição de Deus na qualidade do mundo de trevas; mas floresce através do poder do sol e da luz da natureza externa através da maldição e da cólera”. (Mysterium, XXI 8).
“O sol não é tão diferente da água; a água possuía a qualidade e a ESSÊNCIA do sol. Sem isso a água não receberia sua luz. Embora o sol seja um corpo que possui uma forma, sua ESSÊNCIA também está na água, mas não manifestada. De fato, reconhecemos que o mundo como um todo é um sol, e que seu lugar seria em todos os lugares se Deus quisesse inflamá-lo e torná-lo manifesto, pois toda existência começa na luz do sol”84 (Seis Pontos Teosóficos, VI 10).
“Com a criação da constelação o bem e o mal se manifestaram, pois neles está manifestado o poder ígneo e colérico da natureza eterna, assim como o poder do santo mundo espiritual, como uma ESSÊNCIA soprada. Assim, há muitas estrelas escuras que não podemos ver, e há muitas estrelas brilhantes que podemos ver”87 (Mysterium, X 36).
“A ESSÊNCIA da alma, que emana da vontade insondável, não morreu. Nada pode destruí-la. Ela permanece para sempre um vontade livre. Mas perdeu o estado divino, onde queimava a luz de Deus e o fogo de Seu amor. Não que esse amor havia se tornado um nada, embora isso tenha ocorrido na alma criada (não manifestada) e inconsciente; mas o santo poder, ou seja, o espírito de Deus, que era a vida ativa ali, tornou-se oculto” (Grace, VI 2).
“Deus fez a alma penetrar a carne e o sangue, a fim de que não pudesse ser, tão facilmente, receptiva à cólera. Assim, (durante a existência terrestre) ela aprecia a si mesma no espelho do sol, e está satisfeita em sua ESSÊNCIA sideral”. (Seis Pontos Teosóficos…, VII 19).
“Quando Eva alcançou a árvore e arrancou o fruto, ela o fez através do limus terrestre e através da vontade da alma, que desejou o conhecimento do centro da natureza. Ao realmente comer do fruto, a ESSÊNCIA de seu corpo, ou seja, a ESSÊNCIA humana, tomou a ESSÊNCIA na árvore”107. (Mysterium XX 29).
“Antes do pecado a imagem celestial penetrava totalmente o homem externo, revestindo-o com o poder divino. O elemento animal não estava manifestado nele; mas quando a imagem, formada da ESSÊNCIA celestial, empalideceu e desapareceu, então a pobre alma, formada do primeiro princípio, viu-se rodeada pelo corpo animal, nua, despida”. (Mysterium XXI 15).
“O desejo de conjunção nos homens e mulheres resulta da separação da tintura do fogo e da luz em Adão. Esses princípios em sua própria ESSÊNCIA são ainda mais nobres e puros que a carne. É verdade que agora estão separados, e não contém a verdadeira vida; mas estão cheios de desejo por aquela vida verdadeira, e quando se encontram novamente na unidade de todos os seres, despertam a verdadeira vida para qual seu desejo está direcionado. Querem ser novamente o que eram na imagem de Deus quando Adão era homem e mulher” (Cons. Stiefel…, II 388).
“Por outro lado, a semente externa também possui sua própria ESSÊNCIA, que participam das qualidades dos elementos externos. Esses elementos externos participam das qualidades dos planetas externos, e estão conectados com a cólera e a malícia externa; estas estão conectadas com o abismo do inferno, que pertence aos demônios”. (Três Princípios…, XV 31).
“Não é na tintura do homem, que representa a ESSÊNCIA ígnea, que a palavra da promessa desejou incorporar-se, mas na tintura da luz, no centro virginal, quem Adão, geraria magicamente, na substância celeste da santa geratriz porque na tintura da luz a alma-essência ígnea era mais fraca do que na natureza ígnea do homem”. (Mysterirum, XXIII 43).
“Adão, através de sua Eva, produziria ainda um novo ramo da árvore da vida, um filho, cuja imagem poderia ser similar e semelhante à Adão, chamado Set (uma raça); nele um raio da vontade-amor está preservado dentro da vontade ígnea; tal raio ainda se encontrava aprisionado pela ESSÊNCIA do mundo externo, a casa corrupta (matéria que mais tarde se tornaria) carne”. (Mysterium, XXIX 24).
“Isaac não foi feito inteiramente de ESSÊNCIA celeste, mas de ambas, ou seja, da ESSÊNCIA Adâmica de Abraão e da palavra concebida da fé, ou a substância do Cristo; mas Ismael tinha apenas a natureza própria de Adão, de acordo com a qualidade corrupta, e não da palavra concebida da fé, que estava atuando com força superior sobre Isaac”. (Mysterium, XL 13).
“Tanto Esaú como Jacó, além das suas raças descendentes, originaram-se de uma semente. O primeiro, procedendo unicamente da natureza Adâmica, era o maior, comparável ao primeiro homem que Deus criou em sua própria imagem; imagem que se tornou corrupta e morta com relação a Deus. O outro (Jacó) também procedeu da mesma natureza Adâmica; mas nesta natureza encontrava-se o reino da graça na ESSÊNCIA da fé, constituindo um conquistador. Mesmo que o último fosse inferior, segundo a natureza Adâmica, no entanto, Deus estava (mais) revelado em Jacó, de modo que o maior deveria servir e se subjugar ao menor. Não é mostrado que Esaú tenha se subjugado a Jacó, mas a história representa-nos um símbolo espiritual, mostrando como o reino da natureza no homem deveria subjugar-se e submeter-se em humildade ao reino da graça; mostra como se tornaria inteiramente submerso na humildade divina, e como desta humildade se tornaria regenerado”. (Mysterium, LII 29).
“De Esaú segue-se Jacó como a imagem do Cristo, concebido na ESSÊNCIA da fé e assegurando-se no calcanhar de Esaú. A imagem Adâmica criada por Deus havia primeiro que nascer e viver eternamente, mas não em seu estado animal e grosseiro de existência. Com a expressão ‘Jacó apegando-se ao calcanhar de Esaú’, está simbolizado que o outro Adão, ou seja, o Cristo, deveria nascer depois do primeiro Adão, e alcança-lo por trás, atraindo-o de volta da direção de sua vontade própria para a primeira matriz, onde a natureza originou-se, a fim de que renascesse”. (Mysterium, LII 37).
“Por que os irmãos (Caim e Abel) desejaram fazer sacrifício a Deus, sendo que o pacto só é encontrado no sincero desejo pela misericórdia de Deus, na oração e no convencimento do próprio homem da necessidade de abandonar sua vontade própria e demoníaca, da necessidade de transformar e arrepender-se e de trazer sua fé e esperança para a misericórdia de Deus? A vontade livre da alma é tênue como um nada; ainda que seu corpo (material) esteja envolvido por algo (substancial), sua ESSÊNCIA concebida e própria encontra-se num estado de falso desejo, devido ao pecado. Se, então, essa vontade livre, com seu desejo (acompanhada pelo) deve atuar em direção a Deus, terá, em primeiro lugar, que se projetar de seu próprio algo ilusório, e toda vez que de lá se projetar, estará nua e impotente, e novamente dentro do nada original. Se a vontade deseja penetrar em Deus, deve morrer para seu próprio egoísmo e deixar o (eu) ilusório; toda vez que a vontade abandona o eu, fica como que nada e não pode agir, lutar ou realizar nada. Se a vontade deseja mostrar seu poder, deve estar dentro de algo onde possa conceber e formar a si mesma, como é o caso da fé; pois, se há uma fé ativa, então essa fé deve conceber algo (ter algum objeto) onde possa agir. Até mesmo a vontade livre de Deus concebeu a si mesma (tem como objeto) o mundo espiritual interno, através do qual atua. Assim, a vontade livre da alma do homem, tendo sua origem no abismo (a vontade incognoscível e primordial), deve conceber a si mesma em algo, a fim de manifestar-se e movimentar-se diante de Deus”. (Mysterium, XXVII. I 4-6).
“Deus desejou cheirar (durante o sacrifício) nada além do que a vontade do homem, ou seja, a vida humana, a qual, antes do tempo deste mundo encontrava-se dentro da palavra de Deus — não ainda como um ser criado, mas como um poder, soprado na imagem criada. Isso é o que foi “cheirado” por Deus através do sacrifício e na ESSÊNCIA de Cristo ou a graça, comunicada ao homem e foi o que reajustou a vontade por meio da graça no fogo resultante da combinação do fogo-vida humano e do fogo-amor divino, constituindo assim um verdadeiro sacrifício do pecado e da restituição, porque o pecado foi sacrificado ao fogo da cólera divina, para que ali fosse consumido”. (Communion, I 32).
“O Verbo da promessa, que era para os judeus uma espécie de antítipo, ou como uma imagem no espelho, onde o pai colérico imaginou e onde extinguiu Sua cólera, começou a se movimentar essencialmente, como se não tivesse se movimentado desde a eternidade; pois, quando o anjo Gabriel trouxe a Maria a mensagem de que teria um filho, e quando ela expressou seu desejo dizendo: ‘Que seja feita a tua vontade’, o centro da Santíssima Trindade movimentou-se; isso quer dizer que, a virgindade eterna perdida por Adão, se abriu nela, no Verbo da vida. O fogo do amor divino no ser de Maria, na ESSÊNCIA virginal corrompida em Adão, fora novamente restaurado”. (Encarnação de Cristo…, I 8, 3. 4).
“Quando Deus movimentou-se em Maria como Seu desígnio, ela foi então altamente abençoada, e nesta benção do Redentor ela se tornou impregnada. Ora, sabe-se que a semente do homem comunica suas qualidades ao corpo. Quando a vida divina penetra a ESSÊNCIA da semente (poder) de Maria, seu corpo todo, que então envolvia o corpo da imagem (divina), tornou-se abençoado e vivificado por este maravilhoso movimento de Deus. O reino externo deste mundo não foi com isso separado de Maria, ela ainda estava aprisionada ali; mas a tintura de seu sangue tornou-se iluminada com a tintura divina; ou seja, com a tintura da semente; comunicando suas qualidades à forma corpórea”. (Tilk I. 331).
“A ESSÊNCIA humana não poderia ser concebida na santidade de Deus, sem a presença de um mediador apropriado; a vontade encontrava-se separada dessa ESSÊNCIA. Portanto, Deus tornou-se homem, a fim de que pudesse doar ou abençoar a humanidade com Sua divindade, e para que Ele pudesse ser concebido por nós”. (Baptism, II. 36).
“Cristo, o homem interior, tomou nossos pecados para Si, e deixou o corpo, no qual havia derramado a maldição de Deus, pendurando na Cruz como uma maldição de Deus. Assim Ele morreu, e em Sua morte espalhou Seu sangue, o sangue do homem santo, na ESSÊNCIA do homem externo, onde reside a morte. Mas quando seu sangue santo penetrou a morte (com a ESSÊNCIA externa), então a morte se tornou terrificada diante da vida santa, e a cólera, terrificada diante do amor, e caiu em seu próprio veneno, como que morta ou aniquilada”. (Cons. Stiefel…, II 205).
“A humanidade de Cristo se entregou como sacrifício à cólera do Pai, penetrando inteiramente em Seu fogo-essência; o amor-espírito de Deus venceu a ESSÊNCIA colérica do fogo, de modo que esta não pode consumir a humanidade (a qualidade humana). Ele simplesmente retirou da humanidade sua vontade-própria, trazendo-a novamente para a vontade universal primordial, de onde a vontade foi originalmente concedida ao homem. A vontade humana veio novamente ao encontro da vontade do Pai, como se estivesse em sua primeira raiz (fonte ou origem)”. (Mysterium, XXXIX 24).
“Pelo poder da tintura celestial Deus acendeu o fogo que havia se tornado escuro na ESSÊNCIA da alma, dali por diante, aquele fogo passou a queimar num poder limpo, branco e majestoso, na luz e glória, e a cólera de Deus foi extinta na ESSÊNCIA da alma e foi feita amor”. (Tilk II 259).
“O fundamento mais interno no homem é Cristo; mas não de acordo com a natureza humana do homem, mas segundo a natureza de Cristo, a qualidade divina em Sua ESSÊNCIA celestial, a qual Ele regenerou. O segundo fundamento é a alma, ou seja, a natureza eterna, onde o Crksto (a luz) se revelou; e o terceiro fundamento é o homem exterior, proveniente do limus da terra com as estrelas e os quatro elementos. No primeiro fundamento está a vida ativa do amor divino; no segundo fundamento está a vida-fogo natural da alma criada, onde Deus é chamado de Deus ígneo; e no terceiro, está a criação de todas as qualidades nas quais Adão permaneceu na temperatura, e que foi objetificada na queda”. (Grace, IV 37).
“Observamos o mundo eterno com suas estrelas e os quatro elementos onde vivem os homens e todas as criaturas. Isso não é Deus, e não é chamado de ‘Deus’. Deus habita ali, mas a ESSÊNCIA do mundo externo não O compreende. Da mesma forma, a luz brilha nas trevas, e as trevas não a compreende”.
“Se uma pessoa está na ansiedade do inimigo, e a picada da morte e da raiva move-se dentro dele, tornando-o avarento, invejoso, raivoso e irritável, não se deve permanecer na ESSÊNCIA maligna; é preciso parar, considerar e atrair (da fonte eterna) uma outra vontade, ou seja, a vontade de sair da malícia e penetrar na liberdade de Deus, onde há perpétuo repouso e paz. Se sua angústia provar da liberdade, então a tortura da angústia ficará terrificada, e neste terror de morte, será destruída; pois esse terror serve de grande satisfação e consiste num assassinar a vida de Deus. Por esse intermédio, o ramo de pérolas aparece, e o homem permanece numa alegria trêmula, mas também em grande perigo, pois a morte e a tortura da angústia são sua raiz; do mesmo modo, a angústia na natureza externa possui a qualidade que sai do demônio, ou seja, da angústia nasce grande vida. Da natureza, por exemplo, um belo ramo verde cresce, tendo, é claro, uma constituição, um odor e um estado diferente (de vida) daquele que o produziu” (Encarnação de Cristo…, XI 8).
“O desejo é a introdução (da vontade) em algo, e do desejo resulta a formação de um ser corpóreo (no plano astral). Ali está oculta a fonte do pecado. É muito mais fácil afastar o desejo do que destruir o corpo (formado pela ação). Isso é muito difícil. Portanto, é aconselhável que se volte os olhos para longe dos maus desejos, para que a tintura (o princípio da vida) não penetre a ESSÊNCIA e a mente não seja preenchida por eles, pois é através da mente que o desejo se torna substancial, o que exigirá uma ruptura (forçada)”. (Três Princípios…, XX 28).
“Devemos morrer continuamente em Cristo e continuamente matar o homem do pecado dentro de nós, a fim de que o novo homem possa viver; mas não podemos destruir completamente o primeiro; podemos meramente mantê-lo aprisionado, derramando sobre sua ESSÊNCIA ígnea água da humildade de Deus”. (Cons. Stiefel…, I 63).
“Aquele que espera realizar algo bom e perfeito, onde possa regozijar-se eternamente e disso desfrutar, que saia de seu egoísmo e vontade-própria e penetre a submissão na vontade de Deus. Mesmo que o desejo terrestre pelo egoísmo o perseguir em sua carne e sangue, se sua vontade-alma não é infectada por aquele desejo do eu, tal eu não será capaz de produzir nada; pois a vontade interna da alma, repousando na submissão de Deus, destrói continuamente a ESSÊNCIA da auto afirmação, e desta forma a cólera de Deus não pode alcançá-la. Se a cólera atingisse a ESSÊNCIA, então a vontade submetida surgiria ali com seu poder, e permaneceria ali, firme, diante de Deus, como um produto da vitória que irá herdar a infância”. (Quietude…, XI I).
“Se teu domínio sobre todas as criaturas é apenas exterior (através de meios externos), sua vontade encontra-se numa qualidade animal, e teu governo é do tipo exterior, lidando apenas com formas. Seu desejo será então levado para uma ESSÊNCIA animal, que irá te infectar e capturar, e irás receber qualidades animais. Mas se deixares aquilo que está relacionado unicamente com a forma, serás superior a ela, e capaz de governar sobre todas as criaturas, no fundamento, onde foram criadas”. (Vida Suprasensual…, VIII).
“Enquanto uma pessoa permanece numa vontade estranha a sua verdadeira natureza, e não quer ser curada, penetrando o Verbo santo, esse ser estranho vai tomando substância e mantendo a ESSÊNCIA celestial na sujeição; essa permanece aprisionada após a morte e não pode alcançar o reino de Deus, e disso resulta a morte eterna”. (Mysterium, XXIV 13).
“Cada um precisa simplesmente examinar sua própria qualidade e ver em que direção é carregado pela sua vontade. Então saberá a que reino pertence e se é realmente um homem (na imagem de Deus), como ele fantasia ou pretende ser, ou uma criatura do mundo de trevas, um cachorro raivoso, um pavão vaidoso, um macaco luxurioso ou uma cobra venenosa. Se, então, a ESSÊNCIA dos quatro elementos o deixarem na morte, nada irá permanecer com ele senão a consciência interna, má e envenenada”. (Seis Pontos Teosóficos…, VII 37).
“A alma condenada penetra magicamente na ESSÊNCIA incrédula e dela desfruta, e instruem pessoas durante o sono sobre como realizar todos os tipos de enganos, pois está a serviço do demônio. Se uma pessoa fraca (sinceramente) deseja algo, o demônio está pronto para ajudar, pois pode mais facilmente atuar através da alma de um ser humano do que por si mesmo”. (Quarenta Questões…, XXVI 18).
“Se a vontade interna batalha a cada instante, diariamente, contra as qualidades demoníacas que a aflige, apaziguando-as e não permite que tomem substância em si, ao mesmo tempo em que as qualidades malignas perturbam a pessoa, não permitindo que ela atue sempre com sua boa vontade, essa pessoa deve acreditar e saber, com certeza, que o fogo de Deus está queimando dentro dela e tentando tornar-se luz; e quando quer que o corpo maligno com sua condição maligna é rompido, a fim de não mais impedir que a centelha flamejante queime, então o fogo divino, em sua ESSÊNCIA, irá queimar numa chama, e a imagem divina será reconstituída de acordo com a qualidade mais forte que aquela pessoa tenha introduzido em seu desejo”. (Seis Pontos Teosóficos…, VII 41).
“Se um homem tem um desejo constante por Deus; se seu desejo é tão poderoso a ponto de possibilitá-lo a parar e voltar-se para a humildade, as essências malignas, quaisquer que sejam, começarão a queimar; se ele puder resignar a todas as coisas que neste mundo brilham e enganam; se puder fazer o bem no lugar do mal; se é poderoso o bastante para dar aos necessitados tudo o que pertence ao exterior, seja dinheiro ou bens; e se está pronto a desertar todas as coisas por causa de Deus, penetrando um estado de miséria com esperança certa no eterno; se nele surgir o poder divino, para que possa despertar ali o reino da alegria e provar Deus; tal pessoa carrega consigo a imagem divina com a ESSÊNCIA celestial mesmo durante sua vida terrestre, a imagem em que Jesus nasce da virgem. Ele não irá morrer eternamente, mas simplesmente irá deixar o reino terrestre abandoná-lo, este que foi, durante essa vida, uma oposição e um impedimento com o qual Deus o cobriu”. (Seis Pontos Teosóficos…, VII 44).
“Deus é o centro do homem, mas ele reside apenas em si mesmo, a menos que o espírito do homem torne-se um espírito com Deus; neste caso, ele se tornará manifesto na natureza humana, na alma, na mente e no desejo, por onde se tornará perceptível aos sentidos interiores do homem. A vontade envia os sentidos para Deus, e Deus grava os sentidos e se torna um ser com eles. Então, os sentidos passam a carregar o poder de Deus para a vontade, e a vontade os recebe com gratidão, mas com tremor; pois reconhece ser indigna e sabe que vem de uma morada instável. Assim, ela recebe aquele poder ao mergulhar-se diante de Deus e de seu triunfo surge a doce humildade. Essa é a verdadeira ESSÊNCIA de Deus, e essa ESSÊNCIA concebida na vontade é o corpo celestial, e é chamado de fé verdadeira e justa, recebida pela vontade, no poder de Deus. Ela mergulha na mente e reside no fogo da alma”. (Menschw. X 8).
“Deus não tinha outro material do qual criar algo, senão sua própria ESSÊNCIA. Mas Deus é um espírito, intangível, que não possui nem princípio, nem fim. Sua profundeza e grandeza é tudo. Um espírito nada faz senão que surge, incita-se, movimenta-se e dá à luz a si mesmo. Neste nascimento há especialmente três formas — o amargor, a adstringência e o calor; mas nestas três formas não há uma primeira, segunda ou terceira; mas todas as três são uma só, sendo que uma dá nascimento à outra”. (Princípios, L 3).
“A palavra Sul e é a alma de algo; pois na palavra Súlfur ela é o óleo ou a luz, que nasce da sílaba Phur. É a beleza ou a bondade de algo; seu amor ou o amado. Na criatura é a inteligência e o sentido, é o espírito nascido da sílaba Phur. A palavra ou sílaba Phur é a Prima Matéria, penetrando o terceiro princípio em si mesmo, o Macrocosmo de onde nasce a ESSÊNCIA ou o reino (terrestre) elemental; mas, no primeiro princípio é a ESSÊNCIA da geração mais interna, de onde Deus, o Pai, desde a eternidade dá nascimento a Seu Filho. No homem também é a luz que nasce do espírito sideral em outro centro do Microcosmo, mas no Spiraculum é um espírito-alma no centro interior. É a luz de Deus, que por si só, possui aquela alma que está no amor de Deus, pois ela é iluminada e soprada pelo Espírito Santo”. (Três Princípios…, II 7).
“No espírito do verbo é que se deve compreender a divindade como um todo, com todos seus poderes e efeitos, e com toda sua ESSÊNCIA; é sua admiração, penetração e transformação; toda a ação e toda a geração”. (Aurora XIX 72).