“O único e verdadeiro caminho através do qual Deus pode ser percebido em Sua Palavra, Essência e Vontade, é quando o homem alcança um estado de unidade consigo mesmo, e quando — não só em sua imaginação, mas em sua vontade, possa deixar tudo o que é eu pessoal, ou o que pertence ao eu: dinheiro e bens, pai e mãe, irmão e irmã, esposa e filhos, CORPO e vida, quando o seu próprio eu se transforma num nada. Ele deve entregar tudo e se tornar mais pobre que um pássaro no ar, que possui um ninho. O homem não deve ter um ninho para o seu coração neste mundo. Não que se deva fugir de casa, abandonar esposa, filhos ou parentes, cometer suicídio, ou jogar fora suas propriedades, a fim de não estar corporalmente presente; deve-se matar e anular a vontade própria, aquela que clama por todas essas coisas como sua possessão. O homem deve entregar tudo isso ao seu Criador, e dizer com todo consentimento de seu coração: ‘Senhor, tudo é seu’! Sou indigno de governar tudo isso, mas como Tu me colocastes ali, devo cumprir meu dever entregando minha vontade a Ti, de forma total e completa. Aja através de mim da forma que quiseres, a fim de que a Sua vontade seja feita em todas as coisas e em tudo que eu seja chamado a fazer para o benefício de meus irmãos, a quem sirvo segundo o teu mandamento. Aquele que penetra neste estado de resignação suprema entra em união divina com Cristo, a fim de ver ao Próprio Deus. Ele fala com Deus e Deus fala com ele, ele sabe qual é a Palavra”, a. “Essência, e a Vontade de Deus”. (Mysterium, XLI. 54-63).
“O Cristo diz: O Filho do Homem não faz nada além do que vê o Pai fazendo. Se o Filho do Homem tornou-se o nosso CORPO e Seu espírito o nosso próprio espírito, seria possível não conhecermos à Deus? Se vivemos no Cristo, o Espírito de Cristo verá através de nós e em nós aquilo que deseja, e aquilo que o Cristo deseja veremos e conheceremos Nele. O mundo dos anjos é mais simples e mais claramente compreensível para o homem regenerado do que o mundo terrestre. Ele também vê no céu, e observa a Deus e a eternidade”. (Encarnação de Cristo…, II. 7,3).
“Não sou um mestre da literatura ou das ciências deste mundo, mas um homem de mente simples. Nunca desejei aprender ciência alguma, mas desde tenra idade busquei a salvação de minha alma, e descobrir como poderia herdar ou possuir o reino do céu. Encontrei em meu interior um poderoso contrarium, ou seja, os desejos pertencentes ao CORPO e ao sangue; Ingressei numa árdua batalha contra a minha natureza corrupta, e com o auxílio de Deus, decidi superar a vontade demoníaca que havia herdado, vencê-la e penetrar totalmente no amor de Deus no Cristo. Daquele momento em diante, resolvi considerar-me como um morto quanto a minha forma herdada, até que o Espírito de Deus tomasse forma em mim, para que Nele e através Dele, pudesse conduzir a minha vida. Isso era praticamente impossível, mas permaneci firme em minha sincera resolução, travando uma dura batalha contra mim mesmo. Enquanto buscava e lutava, com o auxílio de Deus, uma luz maravilhosa surgiu em minha alma. Era uma luz completamente estranha à minha natureza descontrolada; nela reconheci a verdadeira natureza de Deus e do homem, a relação existente entre eles, algo que nunca havia compreendido, e que nunca teria buscado”. (Tilken… 20-26).
“Somos todos um só CORPO em Cristo e todos temos o Espírito de Cristo ao nosso alcance. Se, portanto, penetrarmos o Cristo, poderemos ver e conhecer todas as coisas pelo poder de Seu Espírito”. (Quarenta Questões…, XXVI. 5).
“A sabedoria é a panavra revelada do poder divino, conhecimento e santidade, uma antítese da insondável unidade na essencialidade, onde o Espírito Santo forma uma imagem. Ela é passiva, mas o Espírito de Deus é ativo, como a alma no CORPO”. (Clavis, V. 18).
“Não imaginem esses sete espíritos como as estrelas, vistas uma ao lado da outra no céu; todos são como que um espírito. Da mesma forma, o CORPO do homem possui vários órgãos, mas cada órgão participa do poder dos outros”. (Aurora, X.40).
“Assim como os órgãos do CORPO do homem amam uns aos outros, o mesmo ocorre com os espíritos no poder divino. Não há nada senão ânsia, desejo e plenitude e cada um triunfa e regozija-se no outro”. (Aurora, IX.37).
“O Sétimo Princípio é a compreensão corpórea das outras qualidades. É chamado de “Sabedoria Essencial” ou “O CORPO de Deus”. O terceiro princípio aparece nas sete formas da natureza desde que eles tenham sido trazidos para a compreensibilidade no sétimo. Esse princípio ou estado de ser é santo, puro e bom, É chamado de eterno céu incriado ou de reino de Deus, e emerge do primeiro princípio, do obscuro mundo-fogo e do santo mundo-amor de luz flamejante”. (Grace, IV. 10).
“A Sétima forma é o estado de ser onde todas as outras manifestam sua atividade, como a alma no CORPO. É chamada de Natureza, e também de eterna e essencial sabedoria de Deus”. (Tabulae Principice, I.49).
“O sétimo espírito de Deus é o CORPO, que nasce dos outros seis espíritos, e nele todas as figuras celestiais tomam forma. Dele surge toda beleza, toda satisfação. Se esse espírito não existisse Deus seria imperceptível”. (Aurora, XI. I).
“A Sabedoria é a substancialidade do espírito. O espírito dela se reveste, como um ornamento, e assim se revela. Sem a sabedoria a forma do espírito não seria conhecida; ela é a corporalidade do espírito. Não se trata de um CORPO de substância tangível, como os corpos dos homens, mas contém qualidades visíveis e substanciais que o espírito per se não possui”. (A Vida Tríplice…, V. 50).
“Não é a sabedoria, mas o Espírito de Deus, o centro ou o revelador. Como a alma está manifestando-se num CORPO através da carne, e como a carne não teria poder algum se não fosse habitada por um espírito vivo, da mesma forma a sabedoria de Deus é a corporalidade do Espírito Santo, através da qual ele adquire substancialidade, a fim de manifestar-Se. A sabedoria dá à luz, mas isso não seria possível se o Espírito não atuasse nela. Ela revela sem o poder da vida-fogo, ela não possui desejo ardente, mas sua satisfação encontra sua perfeição na manifestação da Divindade, e, portanto é chamada de virgem em castidade e pureza diante de Deus”. (Tilken…, II 64).
“O CORPO dos anjos, ou seja, sua apreensibilidade, origina-se dos sete espíritos, e os espíritos geradores de poder naquele CORPO são os sete espíritos”. (Aurora, XVI 15).
“A qualidade adstringente foi a primeira assassina, ao perceber que o ser gerava uma bela luz, ela se contraiu de forma ainda mais dura do que quando Deus a criou. A segunda qualidade, a segunda assassina, partiu com grande força para a qualidade adstringente, como se quisesse transformar seu CORPO em pedaços. O calor ou o terceiro espírito assassino matou sua mãe, a água doce. O som surgiu tão furioso que soou como um trovão; pretendia com isso, provar sua própria nova divindade; o fogo surgiu como um terrível raio de luz. Assim, o CORPO todo se transformou num vale escuro; não houve conforto, nem ajuda. O amor transformou-se em inimigo, e o anjo da luz tornou-se um escuro demônio de trevas”. (Aurora, XIV. 19-25).
“Falar sobre o céu e o nascimento dos elementos, não é falar de coisas que estão longe ou que são estranhas a nós, mas daquilo que está ocorrendo dentro de nosso próprio ser; não há nada mais perto de nós do que esse nascimento, pois é como se estivéssemos falando de nossa própria mãe. Falar do céu é falar de nosso lar, de nosso lugar próprio, onde a alma iluminada pode ver, mesmo que esse lugar esteja oculto aos olhos do CORPO”. (Princípios, VII. 7).
“A água da vida separou-se da água da morte, de tal forma que no tempo deste mundo elas encontram-se unidas como o CORPO e a alma. Mas o céu, tendo sido feito da parte do meio da água, é como um abismo entre os dois, de modo que a água concebível é a morte, mas a inconcebível é a vida”. (Aurora, XXI. 7).
“Depois que o céu foi feito, para a distinção entre a luz de Deus e o CORPO corrupto deste mundo tudo mudou; o mundo corrupto era uma vale de trevas, sem luz, onde todos os poderes encontravam-se capturados, como que na morte; era uma situação muito difícil, até que se tornasse iluminado no meio de todo o CORPO. Mas quando isso ocorreu o amor na luz de Deus rompeu aquele céu da divisão e acionou o calor”. (Aurora XXV 68).
“Na morte, no centro, no CORPO ou ainda na substância corporal da terra, Deus despertou a tintura, com seu brilho, esplendor e luz, onde está contida a vida da terra; mas na profundeza acima do centro Ele deu o sol, que é uma tintura de fogo, e que com seu poder, alcança a liberdade fora e além da natureza, e de onde a natureza recebe seu esplendor. Ele é a vida de todo o círculo das estrelas, e todas essas estrelas são Seus filhos. Não que ele contenha suas essências, mas a vida deles surgiu de seu centro, no princípio”. (A Vida Tríplice… IV. 27).
“Assim como o sol é o coração da vida e origem de todos os espíritos no CORPO deste mundo, Saturno é o princípio de toda corporalidade e tangibilidade. Desta forma, seu princípio e descendência não vêm do sol; sua origem é a intensa, azeda e severa ansiedade de todo CORPO deste mundo”. (Aurora, XXVI I).
“Quando o sol se inflamou, o terrível raio de fogo saiu da localidade do sol para uma região superior como um furioso rompimento de relâmpago, que se torna Marte. Este é um tirante, um elemento de atrito, aquele que coloca em movimento todo o CORPO do mundo, para que toda vida tire dele sua origem”. (Aurora, XXV 72).
“Todas as criaturas, foram criadas da vida de baixo e da vida de cima. A matriz da terra forneceu o CORPO e as estrelas, o espírito”. (A Vida Tríplice… XI 7).
“Deus quis criar um exército angélico. Para tanto, criou Adão, que deveria gerar de seu próprio CORPO, criaturas de sua mesma espécie; mas no meio tempo, deveria nascer do CORPO de um homem o Rei de todos os homens; Ele deveria tomar posse do novo reino como um governante destes seres criados, no lugar do degenerado e banido Lúcifer”29. (Aurora, XXIV 18).
“Adão deveria ser um perfeito símbolo de Deus, criado da Magia eterna, a substância de Deus; ele era para ser algo feito do nada, do espírito — o ideal — para um CORPO”. (Encarnação de Cristo… I.5).
“Os anjos são criados de dois princípios, mas a alma com o CORPO da vida exterior é criada de três princípios. Portanto o homem é superior aos anjos, contanto que permaneça em Deus”. (Quarenta Questões… I 263).
“As trevas no homem que deseja a luz, é o primeiro princípio; o poder da luz, o segundo; e o poder desejante que atrai e se torna pleno (substancial), e onde o CORPO material cresce, é o terceiro princípio”. (Três Princípios… VII 26).
“A alma, ou o primeiro princípio, é encontrada no fogo da natureza eterna; o espírito, ou o segundo princípio tem sua raiz na luz; e o CORPO é o terceiro princípio, ou a substancialidade do mundo visível”31 (Tabulae Principice, 65).
“O CORPO de Adão (o CORPO etéreo do homem aborígine) foi criado dos quatro elementos da natureza externa, e das estrelas (da essência das estrelas), por meio do Fiat eterno. Desta forma, ele estava em posse da essencialidade terrestre e divina; mas a terrestre estava na divina como que consumida ou impotente (latente). A substância ou a matéria da qual o CORPO foi feito ou criado também continha o primeiro princípio em si, mas não estava em movimento”. (Encarnação de Cristo…, I 3, 15).
“Se Moisés diz que Deus criou o homem de um monte de barro, e que soprou nele o sopro da vida, não se deve compreender com isso que Deus tenha atuado de maneira pessoal — como se fosse um homem tomando um punhado de barro para fazer um CORPO; mas o Fiat, ou seja, o desejo do Verbo, estava contido no modelo do homem percebido eternamente, que permaneceu no espelho da sabedoria, e que extraiu os Ens (o princípio) de todas as qualidades da terra (matéria) num CORPO, e essa era a quinta-essência feita dos quatro elementos”. (Grace, V. 27).
“Os espíritos originais, no todo, não podiam ser imediatamente inflamados pela alma, pois a alma era apenas uma semente no todo, oculta no coração de Deus em seu céu, até que o criador expandisse o todo pelo Seu sopro. Então os espíritos originais inflamaram a alma, fazendo com que CORPO e alma vivessem imediatamente. A alma realmente possuía sua vida antes que o CORPO existisse; mas ela encontrava-se no coração de Deus, oculta no todo e no céu, e nada mais era do que uma semente santa, um centro de poder em Deus”. (Aurora, XXVI. 126).
“A corporalidade santa interior do elemento puro penetrou os quatro elementos e manteve consigo o Limo da terra, ou seja, o CORPO sulfúrico (terrestre) exterior, como num estado de absorção; este CORPO estava realmente presente, mas do mesmo modo que as trevas habitam na luz, não podendo manifestar-se, por causa da luz”. (Mysterium, XVI. 6).
“Todas as qualidades do CORPO santo e interior, juntamente com as qualidades externas, encontravam-se no homem primordial sintonizadas em uma só harmonia. Nenhuma delas vivia em seu próprio estado de desejo; o desejo de cada uma estava na alma, onde a luz divina manifestava-se. A luz divina irradiava através de todas as qualidades, produzindo nelas uma temperatura equilibrada e harmoniosa”. (Mysterium, XVI. 5).
“O CORPO interior era um lugar onde a Divindade podia habitar, uma imagem da divina substancialidade. Naquele CORPO, a alma tinha a sua brandura, e seu fogo havia se tornado brando, pois ela havia recebido o amor e a brandura de Deus”. (Tilken… I 233).
“O homem interior permanecia no céu; suas essências estavam no Paraíso; seu CORPO era indestrutível. Ele conhecia a linguagem de Deus e dos anjos, e a linguagem da natureza, como se pode perceber ao vermos Adão dando nomes a todas as criaturas, cada uma segundo sua própria essência e qualidade”. (Quarenta Questões, IV 7).
“Nenhum calor, frio, doença, acidente ou medo algum podia tocá-lo ou terrificá-lo. Seu CORPO podia passar pela terra e pedras sem que nada fosse quebrado; pois um homem que fosse subjugado pela natureza terrestre, ou que pudesse ser quebrado em pedaços, não seria eterno”. (Encarnação de Cristo…, I 2 13).
“A alma encontrava-se em sua própria essência na eternidade, mas como algo criado, foi formada para representar a imagem de Deus no momento da criação do CORPO. No entanto, ela não é, per se, a verdadeira imagem, mas apenas um fogo essencial para a sua produção”. (Tilken… I 8 I).
“O Homem foi criado no Paraíso, que brotou sobre a terra, e da terra do paraíso foi criado o CORPO de Adão, pois ele era um senhor da terra; ele estava destinado a revelar as maravilhas da terra. Se esse não fosse seu propósito, Deus o teria dotado de um CORPO angélico; mas nesse caso o ser substancializado com suas qualidades maravilhosas não seria revelado”. (Encarnação de Cristo…, II 12).
“A previsão divina reconheceu que o demônio estava preste a separar a humanidade, introduzindo-a no desejo demoníaco; portanto, Deus colocou diante dela a árvore da vida e a do conhecimento do bem e do mal; com isso deu-se início à ruptura (morte) do CORPO externo. Ele assim o fez para que o homem buscasse o centro do mundo de trevas”58 (Mysterium, XVII 38).
“Depois que o brilho do espírito deste mundo conquistou Adão, ele caiu no sono. Então seu CORPO celeste tornou-se carne e sangue, e seu forte poder tornou-se rígidos ossos. A Virgem Celeste partiu para o éter celeste, para o princípio do poder”. (Três Princípios…, XIII 2).
“O princípio externo é a causa de um combate contínuo. Causa combates contínuos entre animais, pois todos os animais são um fruto do terceiro princípio, e têm a vida daquele princípio; tanto seu espírito e CORPO. Tudo que se move neste mundo, e também o homem, até onde concerne seu CORPO visível e seu espírito (mundano) em carne e sangue, é também um fruto daquele princípio, e nada mais”. (Seis Pontos, III, 53).
“O sol não é tão diferente da água; a água possuía a qualidade e a essência do sol. Sem isso a água não receberia sua luz. Embora o sol seja um CORPO que possui uma forma, sua essência também está na água, mas não manifestada. De fato, reconhecemos que o mundo como um todo é um sol, e que seu lugar seria em todos os lugares se Deus quisesse inflamá-lo e torná-lo manifesto, pois toda existência começa na luz do sol”84 (Seis Pontos Teosóficos, VI 10).
“O sol é o centro da constelação (sistema solar) e a terra é o centro dos elementos. Ambos, se comparados, são como espírito e CORPO, homem e mulher. Mas a constelação possui uma outra mulher, onde lança sua substância, ou seja, a lua, esposa de todos os planetas, mas especialmente do sol”. (Mysterium XI 31).
“O superior deseja o inferior e vice-versa. A fome daquilo que está acima é direcionado poderosamente para a terra, e a fome da terra busca aquilo que está acima. Assim, se compararmos um ao outro, são como CORPO e alma, ou como homem e mulher, gerando filhos”. (Grace V 19).
“Os quatro elementos surgiram do elemento único, que possui uma única vontade; eles existem agora num único CORPO, havendo entre eles muita luta e disputa. O calor está contra o frio, o fogo contra a água; o ar está contra a terra e cada um causa a morte e o rompimento do outro”. (Assinatura… XV 4).
“O ouro está intimamente ligado á substancialidade divina ou corporeidade celestial. Isso seria visto se pudéssemos dissolver o CORPO morto do ouro e o tornássemos volátil, espírito ativo, mas isso só é possível através do poder de Deus”. (Assinatura… III 39).
“Os frutos da terra não estão inteiramente na cólera de Deus, pois a palavra incorporada, sendo imortal e imperecível, estava florescendo novamente no CORPO da morte, produzindo frutos do CORPO mortificado da terra”. (Aurora, XXI 24).
“A qualidade terrestre, que se encontrava no Paraíso numa condição não manifestada, manifestou-se através do desejo da alma. Disso resultou o calor e o frio, a vida-veneno de toda adversidade, a supremacia do CORPO, de modo que a bela imagem do Céu e do Paraíso desapareceu de vista”. (Cons. Stiefel…. II 83).
“Deus deu ao homem um CORPO constituído de poder puro e essencial, depois deu a natureza da alma, que se comparada com a grosseira substância terrestre, pode ser considerada como sendo um CORPO espiritual”. (Mysterium, XVI 3).
“Os corpos dos primeiros seres humanos eram celestiais, mas quando comeram do fruto terrestre, absorvendo-o em seus corpos a temperatura separou-se, e o CORPO terrestre manifestou-se de acordo com todas as qualidades”. (Grace, VII 5).
“Quando Eva alcançou a árvore e arrancou o fruto, ela o fez através do limus terrestre e através da vontade da alma, que desejou o conhecimento do centro da natureza. Ao realmente comer do fruto, a essência de seu CORPO, ou seja, a essência humana, tomou a essência na árvore”107. (Mysterium XX 29).
“O tempo tem um começo e um fim, e como a vontade, com seu desejo, permite ser rodeada pelo guia temporal, o CORPO morre e perece da mesma forma”. (Assinatura…, V 9).
“Após a queda, o homem com seu CORPO interior passou a viver somente no tempo; o ouro precioso da corporeidade celestial que deveria tingir, penetrar e abençoar o CORPO externo perdeu sua cor”. (Assinatura… V 8).
“O homem não era como os animais, criados do bem e do mal, (da substância meramente terrestre). Se ele não tivesse se alimentado do bem e do mal não haveria nele o fogo e a cólera; mas agora ele também possui um CORPO animal”. (Aurora, XVIII 109).
“Antes do pecado a imagem celestial penetrava totalmente o homem externo, revestindo-o com o poder divino. O elemento animal não estava manifestado nele; mas quando a imagem, formada da essência celestial, empalideceu e desapareceu, então a pobre alma, formada do primeiro princípio, viu-se rodeada pelo CORPO animal, nua, despida”. (Mysterium XXI 15).
“Foi através da queda do homem, com relação ao CORPO externo, que ele se tornou o animal dos animais; ou seja, ele se tornou a imagem animal de Deus, onde a palavra de Deus tornou-se manifestada de uma maneira terrestre. Desta forma, ele passou a ser o mestre e rei de todos os animais; mas, no entanto, apenas um animal, dotado de um intelecto mais elevado do que as meras formas animais”. (Grace, VII 6).
“A pobre alma degradada envergonha-se de possuir órgãos animais de geração, e do modo em que a fecundação ocorre. Será que todos não sentem isso? Se tivéssemos sido criados como bestas em Adão, porque teríamos vergonha de nossa bestialidade? Por que a alma sente vergonha da monstruosidade de seu CORPO externo e de seu método animal de procriação?” (Tilk I 608).
“A alma não é toda vez criada nova e soprada no CORPO, mas reproduzida de acordo com a lei natural humana, como um galho que cresce do tronco da árvore, ou como um grão ou semente que é plantada. Assim, a alma é plantada para que possa crescer e ser um espírito e CORPO”. (Quarenta Questões…, X 4).
“O coração é a verdadeira origem da alma, e no sangue interior do coração (a vontade) está a alma, o fogo, enquanto que na tintura a alma é seu espírito (sua luz); o espírito flutua sobre o coração, e comunica-se ao CORPO e a todos os órgãos”. (Quarenta Questões…, XI 3).
“O elemento interno que sustenta todo o CORPO deste mundo tornou-se o eterno CORPO de Cristo; pois, a Divindade em sua totalidade, na palavra e coração de Deus, penetrou ali na eternidade; e a mesma Divindade tornou-se um ser criado; mas tal criatura pode estar em todo lugar, como a própria Divindade”. (Princ. XXIII 20).
“O assassinato do CORPO externo de Abel, por Caim, simboliza que o homem externo tem que ser mortificado na cólera de Deus. A cólera tem que matar e consumir a imagem externa que cresceu na cólera, mas de sua morte surgiu a vida eterna”. (Mysterium, XXVIII 14).
“Por que os irmãos (Caim e Abel) desejaram fazer sacrifício a Deus, sendo que o pacto só é encontrado no sincero desejo pela misericórdia de Deus, na oração e no convencimento do próprio homem da necessidade de abandonar sua vontade própria e demoníaca, da necessidade de transformar e arrepender-se e de trazer sua fé e esperança para a misericórdia de Deus? A vontade livre da alma é tênue como um nada; ainda que seu CORPO (material) esteja envolvido por algo (substancial), sua essência concebida e própria encontra-se num estado de falso desejo, devido ao pecado. Se, então, essa vontade livre, com seu desejo (acompanhada pelo) deve atuar em direção a Deus, terá, em primeiro lugar, que se projetar de seu próprio algo ilusório, e toda vez que de lá se projetar, estará nua e impotente, e novamente dentro do nada original. Se a vontade deseja penetrar em Deus, deve morrer para seu próprio egoísmo e deixar o (eu) ilusório; toda vez que a vontade abandona o eu, fica como que nada e não pode agir, lutar ou realizar nada. Se a vontade deseja mostrar seu poder, deve estar dentro de algo onde possa conceber e formar a si mesma, como é o caso da fé; pois, se há uma fé ativa, então essa fé deve conceber algo (ter algum objeto) onde possa agir. Até mesmo a vontade livre de Deus concebeu a si mesma (tem como objeto) o mundo espiritual interno, através do qual atua. Assim, a vontade livre da alma do homem, tendo sua origem no abismo (a vontade incognoscível e primordial), deve conceber a si mesma em algo, a fim de manifestar-se e movimentar-se diante de Deus”. (Mysterium, XXVII. I 4-6).
“O CORPO de Adão foi criado do Limus da terra, e também do Limus do céu da santidade; mas o Limus do céu, onde a vontade livre poderia conceber-se numa forma celeste e assim mover-se, agir, pensar e orar diante de Deus estava enfraquecido em Adão, e, portanto, os dois irmãos inflamaram (sacrificaram) os frutos da terra. Caim trouxe dos frutos da terra (matéria), mas Abel trouxe do primogênito seus rebanhos (do espírito), e isso foi inflamado através do fogo”. (Mysterium, XXVII 7).
“A vítima, a madeira, a fumaça, tudo era terrestre, assim como o homem era terrestre, no que se refere ao seu CORPO externo; mas depois que o objeto sacrifical fora inflamado (pelo fogo mágico) tornou-se de natureza espiritual, pois da madeira surgiu o fogo, que recebeu e consumiu o objeto. Desta consumação resultou a fumaça do fogo, seguida pela luz, e essa luz foi o símbolo em que a imaginação do homem e a de Deus, produziram uma conjunção”.(Mysterium, XXVII 29 — 30).
“A alma, ou seja, a boca da fé dentro da alma, provou a doce e divina graça na hora do sacrifício, não como uma substância, mas no poder (espiritualidade) e no conhecimento antecipado de realizações futuras, quando aqueles poderes se tornariam manifestos na carne. Assim, o CORPO comeu do pão e da carne abençoados, onde encontrava-se o poder da graça, ou seja, a imaginação do pacto. Desta forma, os “Judeus” comeram da carne de Cristo e beberam Seu sangue, simbolicamente, pois o poder ainda não havia se tornado carne e sangue; mas eles desfrutaram da palavra da graça que mais tarde tornou-se humano”. (Communion, I 34).
“O Cristo é maior do que todos os anjos do céu, porque Ele possui um CORPO humano celestial; Ele possui também a noiva celestial eterna, a virgem da divina sabedoria, e, finalmente, a Santíssima Trindade em Sua possessão. Em verdade, podemos afirmar que Ele é uma individualidade na Santíssima Trindade no céu, um verdadeiro homem no céu, e um eterno rei neste mundo, um senhor do céu e da terra”. (Three Princíples, XXII 86).
“O santo Espírito de Deus formou a substancialidade Angélica, celestial em um só elemento, através da virgem; mas os planetas e elementos deste mundo formaram o homem externo, conferindo-lhe um CORPO natural e uma alma exatamente igual a dos outros seres humanos, ambos em uma só pessoa. De modo que, cada forma possuía seu próprio estado particular de percepção e sensação, e o estado divino não se misturou a tal fórmula (com a forma terrestre) a fim de que a primeira diminuísse e permanecesse o que era (antes que a encarnação ocorresse), e se transformasse no que não era (através da encarnação), mas sem qualquer separação, diferenciação ou divisão do ser divino. Desta forma, o Verbo permanece no pai, o ser criado do santo elemento permaneceu diante do pai, e o estado natural humano ocorreu neste mundo, no ventre da virgem Maria”. (Três Princípios…, XX 86).
“O Cristo não é só uma semente que veio do céu, sem possuir nenhuma outra qualidade recebida do homem exceto uma cobertura humana (CORPO). Se Ele não possuísse uma natureza humana, não seria o Filho do Homem, nem seria meu irmão”. (Tilk I. 245).
“A alma de Cristo é uma criatura como a nossa própria alma, e Ele a recebeu da humanidade e no CORPO de Maria. Portanto, nos regozijamos eternamente de que a alma de Cristo seja nossa irmã e de que o CORPO de Cristo seja nosso CORPO no homem regenerado”. (Three Princípios, XXIII 30).
“O que me ajudaria se Cristo houvesse trazido com Ele uma alma estranha? Nada! Mas regozijo-me de que Ele tenha introduzido minha alma no santíssimo Ternário. Posso dizer, verdadeiramente: ‘A alma de Cristo é minha irmã, e o CORPO de Cristo o alimento de minha alma’”(Três Princípios…, XXII 78).
“A primeira coisa que uma criança (no ventre) recebe é a tintura de sua mãe. O mesmo aconteceu com o Cristo. Quando o anjo anunciou à Maria a futura encarnação de Cristo, foi a vontade da mãe, e a tintura que receberam o Limbus de Deus que a impregnou e passou a lhe pertencer. Se, então, a alma da criança está na Santíssima Trindade, não pensam vocês que sua luz gloriosa ilumina maravilhosamente a mãe, e que esta mãe coloca, corretamente, seus pés sobre a Lua, ao ser exaltada acima de tudo o que é de natureza terrestre? Ela deu à luz o Redentor do mundo sem nenhum contato carnal, e dela originou-se o CORPO que atraiu todos os membros, ou seja, os filhos de Deus em Cristo, os filhos da Luz”. (Três Princípios…, XVIII 93-98).
“A Palavra prometida por Deus no jardim do Éden veio a florescer na vida-luz da virgem; e quando o anjo Gabriel, por ordem do pai, veio a dar a ela um impulso, através da mensagem, a palavra penetrou um elemento da virgem casta, mas não inteiramente em sua alma e CORPO a ponto de deidificar uma pessoa”. (Three Princípios, XVIII 89).
“Quando Deus movimentou-se em Maria como Seu desígnio, ela foi então altamente abençoada, e nesta benção do Redentor ela se tornou impregnada. Ora, sabe-se que a semente do homem comunica suas qualidades ao CORPO. Quando a vida divina penetra a essência da semente (poder) de Maria, seu CORPO todo, que então envolvia o CORPO da imagem (divina), tornou-se abençoado e vivificado por este maravilhoso movimento de Deus. O reino externo deste mundo não foi com isso separado de Maria, ela ainda estava aprisionada ali; mas a tintura de seu sangue tornou-se iluminada com a tintura divina; ou seja, com a tintura da semente; comunicando suas qualidades à forma corpórea”. (Tilk I. 331).
“O Cristo não produziu através de seu CORPO externo pecado ou desonra. Não, isso não pode ser; mas Ele tomou para Si, como um peso, o pecado que herdamos de Adão, e o qual Ele carregaria como se fosse Adão, ainda que não fosse Adão”. (Cons. Stiefel…, II 499).
“O Cristo atraiu verdadeiramente para Si as essências humanas enquanto no CORPO da virgem Maria, e desta forma tornou-se nosso irmão. Mas as essências humanas não podem apreender Sua divindade eterna; só o novo homem, nascido em Deus, é disso capaz, assim como o CORPO apreende a alma”. (Três Princípios…, XXII 48).
“A alma e o Verbo não são um ou um ser. A alma nasce do centro da natureza, das essências, e pertence ao CORPO, pois surge das essências do CORPO, e atrai o CORPO para si; mas o Verbo pertence ao centro da majestade, e atrai a majestade para si”. (A Vida Tríplice…, VI 83).
“A Razão diz: ‘O CORPO de Cristo está em um lugar; como poderia estar em todo lugar? Trata-se de uma criatura, e uma criatura não pode estar em todo lugar ao mesmo tempo’. Ouça, cara Razão: ‘Quando o verbo de Deus tornou-se um ser humano, no CORPO de Maria, não estava ele, ao mesmo tempo, acima das estrelas? Enquanto estava em Nazaré, não estava também em Jerusalém e em todo lugar? Ou pensas que Deus, enquanto Se fez homem, tenha ficado confinado à sua forma humana?’ Isso constitui uma impossibilidade e assim, enquanto Deus se tornou homem, Sua humanidade encontrava-se em todo lugar em que Sua divindade existisse”. (Três Princípios…, XXIII 8).
“O Cristo não se tornou homem apenas no CORPO (terrestre) da virgem Maria, como se Sua divindade ou essencialidade divina tivesse sido capturada, aprisionada ou permanecida ali. Assim como um pouco de Deus, que é a plenitude de todas as coisas, reside em apenas um lugar, pequeno foi o movimento de Deus, em uma pequena porção (a do Verbo); pois Ele não é diferenciado, mas em todo lugar é um e o todo, e onde quer que se torne manifesto ali é Ele manifestado como um todo. Nem Deus é mensurável, nem há lugar em que habite, a menos que Ele estabeleça para Si mesmo tal morada em uma de Suas criaturas; mas, mesmo assim Ele permanece um todo à parte e além de todo ser criado”. (Encarnação de Cristo…. I 8).
“Podemos comparar o sol à Cristo em Seu aspecto de ser criado, e toda a profundidade do espaço pode ser comparada ao Pai. Se observarmos então, que o sol brilha na total profundidade do espaço, enviando seu calor e poder a todo lugar, não podemos dizer então, que na profundidade o poder e a luz do sol estejam fora do CORPO do sol; pois se a luz e a substância do sol não estivessem em toda parte, o espaço não receberia o poder da luz do sol. Dois poderes ou princípios de uma natureza similar são necessários para serem receptivos um ao outro. A profundeza (do espaço) contém sua luz de forma oculta (latente). Pela vontade de Deus, toda a profundidade seria sol”. (Menschwerdu, I 8).
“Deus também vive no homem. Portanto, se amamos e buscamos, não mais que ao nosso (verdadeiro) ser, então amamos a Deus. Aquilo que fazemos uns aos outros fazemos a Deus. Aquele que busca e encontra seu irmão e irmã buscou e encontrou a Deus. Nós estamos Nele, todos em um só CORPO com muitos membros, sendo que cada um tem sua própria função”. (A Vida Tríplice…, XI 106).
“O espírito desse mundo capturou o CORPO, tornando-o terrestre; o CORPO e a alma tornaram-se corruptos. Desta forma, não mais estamos em posse do elemento puro necessário para a formação de um CORPO (puro), mas de uma protuberância dos quatro elementos em combinação com a influência das estrelas. Este CORPO não pertence à Divindade. Deus não Se revela num CORPO impuro, mas somente no homem santo (interiormente regenerado), na pura imagem que Ele criou no princípio. Nada mais havia de ser feito além de regenerar a imagem através do coração e da luz de Deus”. (Três Princípios…, XXIII 21).
“Quando o Cristo resistiu à tentação, no lugar de Adão, o recém introduzido Ens celestial quebrou a espada na morte do CORPO externo de Cristo; através da santa substância Ele trouxe o CORPO externo, tomado da semente de Maria, para o estado santo, pela espada da cólera Neste mesmo poder o CORPO externo surgiu da morte, conquistando tanto a morte como a espada ígnea”. (Mysterium, XXIV 24).
“Depois que a alma de Cristo recebeu o pão celeste, era preciso observar se ela se manifestaria no poder do fogo da vaidade, ou, se plena de humildade, se manteria unicamente no coração e na vontade de Deus, entregando Sua alma e se tornando um anjo da humildade. Nota-se aqui, a astúcia do demônio, pois ele toma as Escrituras e diz: ‘Os anjos irão conduzi-lo sobre suas mãos’. Esta passagem tem sido mal aplicada, pois não se refere ao CORPO físico, mas à alma. Isso ele quis introduzir no orgulho, para que se confiasse em ‘ser carregado pelos anjos’; mas o Redentor disse: ‘Também está escrito: Tu não tentarás o Senhor teu Deus’. Desta forma, ele venceu o orgulho do demônio para penetrar a humildade e o amor de Seu Pai celestial”. (Três Princípios…, XXII 108).
“Na carne externa do Redentor encontrava-se a parte demoníaca, aquela que surgiu em Adão ao morrer para Deus. Ora, esse produto tinha que ser novamente recebido no amor de Deus, como Isaias afirmou sobre o Cristo: ‘Ele tomou todos os nossos pecados para Si’. O Adão amaldiçoado ficou pendurado na Cruz, como uma maldição, mas o Cristo o redimiu pela dor do sofrimento inocente e pelo derramamento de Seu sangue. O CORPO de Adão morreu na Cruz e Cristo, nascido de Jesus e da semente santificada da mulher, o tingiu (abençoou) com Seu precioso sangue de amor”. (Cons. Stiefel…, II 494).
“Cristo, o homem interior, tomou nossos pecados para Si, e deixou o CORPO, no qual havia derramado a maldição de Deus, pendurando na Cruz como uma maldição de Deus. Assim Ele morreu, e em Sua morte espalhou Seu sangue, o sangue do homem santo, na essência do homem externo, onde reside a morte. Mas quando seu sangue santo penetrou a morte (com a essência externa), então a morte se tornou terrificada diante da vida santa, e a cólera, terrificada diante do amor, e caiu em seu próprio veneno, como que morta ou aniquilada”. (Cons. Stiefel…, II 205).
“Quando o Cristo morreu, Ele não jogou fora o CORPO que havia estado em Sua possessão sobre a terra, nem o deixou ser consumido pelos quatro elementos, mantendo (ou tomando) um CORPO totalmente estranho (para a forma terrestre); Ele simplesmente repousou o sofrimento (a consciência exterior) deste mundo, e Se revestiu da imortalidade, a fim de que Seu CORPO pudesse viver no poder divino, e não no espírito deste mundo”. (Três Princípios…, XXV 53).
“É errôneo supor que a alma de Cristo havia deixado o CORPO e descendido ao inferno, e que ali, havia, no poder divino, atacado os demônios, atando-os com correntes, destruindo com isso o inferno. É melhor compreender que no momento em que o Cristo prostou o reino deste mundo, Sua alma penetrou a morte e a cólera de Deus, e com isso a cólera foi reconciliada no amor. Os demônios e todas as almas descrentes na cólera foram aprisionadas em si mesmas, e a morte foi rompida; mas a vida floresceu através da morte”. (Três Princípios…, XXV 76).
“Os santos, que colocaram sua fé no Messias, receberam então o elemento puro para um novo CORPO, de acordo com a promessa. Pois, como o herói prometido penetrou a morte através da vida, suas almas se revestiram do CORPO de Cristo, como num novo CORPO, e viveram Nele através de Seu poder. Eram eles os santos patriarcas e profetas, que neste mundo foram ungidos no poder do Verbo de Deus, esmagando a cabeça da serpente e quem, pelo poder do Verbo havia profetizado e realizado milagres. Eles tornaram-se vivos no poder de Cristo”. (Três Princípios…, XXIV 52).
“O CORPO no qual o Cristo surgiu dos mortos não podia ser detido por pedras ou lápides. Ele passa por todas as coisas sem nada quebrar; ele se apodera deste mundo, mas este mundo não pode apreendê-lo. Nada o pode fazer sofrer, pois nele encontra-se toda a plenitude da Divindade”. (Três Princípios…, XXV 87).
“Não havia necessidade de remover uma pedra para liberar o CORPO do Senhor da tumba. Isso ocorreu unicamente para mostrar aos judeus a tolice de imaginarem poder brecar Deus, e também para os discípulos de pouca fé, para que pudessem ver que Cristo havia verdadeiramente se elevado”. (Três Princípios…, XXV 85).
“Embora o Cristo nem sempre caminhava visivelmente entre os discípulos, Ele frequentemente se mostrava visível, tangível e substancialmente a eles, na forma do CORPO que havia ocupado sobre a terra, e o qual o novo CORPO havia absorvido, tendo o poder de representar novamente”. (Três Princípios…, XXIV 97).
“Enquanto o Cristo se alimenta da fé e da oração de nossa alma, a fé humana, juntamente com a oração e o louvor a Deus, torna-se corporal na palavra do poder; esse novo ser passa a ser um com a substância da corporeidade celestial de Cristo, o CORPO eterno de Cristo”. (Mysterium, LXX).
“A pobre alma aprisionada, encerrada nas trevas da morte, é um fogo mágico faminto, que atrai da encarnação de Cristo, a substancialidade reaberta de Deus, e deste engolir ou nutrição, produz um CORPO similar ao da Divindade. Assim, a pobre alma será revestida com um CORPO de luz, comparável ao fogo de um pavio”. (Cartas, XI 21).
“Ninguém deve se imaginar seguro após ter obtido a coroa de pérolas, pois pode perdê-la novamente. A alma, durante sua vida terrestre, está acorrentada por três temerosas correntes. Primeiro pela severa cólera de Deus, o abismo e as trevas do mundo, que é o centro da vida criada da alma, cuja raiz mais íntima é o desejo. A segunda corrente é a ânsia ígnea do demônio pela alma, que tenta a alma e busca, incessantemente, tirá-la do repouso da verdade divina para cair na vaidade, no orgulho, na avareza, na inveja e na raiva; através destas propensões malignas, ele procura ventilar o fogo na alma, a fim de que se afaste de Deus e penetre o egoísmo. Mas a terceira e mais perigosa corrente é a do CORPO e do sangue, corruptíveis, fúteis, terrestre e mortal, cheios de desejos e inclinações malignas, juntamente com a região astral (plano astral), onde, como num grande oceano, a alma está flutuando, o que a faz ser, diariamente, inflamada e infectada pelo pecado”. (Três Princípios…, XXV 7).
“A causa do antagonismo entre a carne e o espírito pode facilmente ser encontrada; o espírito interior tem o CORPO de Deus, nascido da doce essencialidade, e o espírito externo tem o CORPO do espírito ígneo da cólera, que busca, continuamente, a cólera despertada; ou seja, as grandes maravilhas que estão no Arcanum, na inflexibilidade da alma. O amor-espírito interior protesta e não irá deixar o espírito externo surgir e incendiar a alma; pois isso seria perder sua própria felicidade e forma, que seriam destruídas pela cólera”. (Quarenta Questões…, XVII 14).
“Na pedra bruta pode-se encontrar o ouro precioso em crescimento, e a aspereza da pedra auxilia o seu crescimento, embora a aspereza não seja como o ouro. Do mesmo modo, o CORPO terrestre deve auxiliar na geração do Cristo em si, mesmo que aquele CORPO não seja o Cristo, e nunca será o Cristo na eternidade”. (Grace, VIII 94).
“O desejo é a introdução (da vontade) em algo, e do desejo resulta a formação de um ser corpóreo (no plano astral). Ali está oculta a fonte do pecado. É muito mais fácil afastar o desejo do que destruir o CORPO (formado pela ação). Isso é muito difícil. Portanto, é aconselhável que se volte os olhos para longe dos maus desejos, para que a tintura (o princípio da vida) não penetre a essência e a mente não seja preenchida por eles, pois é através da mente que o desejo se torna substancial, o que exigirá uma ruptura (forçada)”. (Três Princípios…, XX 28).
“É uma grande tolice para o homem anelar o que não é seu (mas sim um mero atrativo para o ser com o qual está ligado durante sua carreira terrestre), e introduzir em seu desejo aquilo que o infecta de doenças, e que por último lhe conduz para longe de Deus, excluindo-o em CORPO e alma de seu estado celestial”. (Mysterium, XXIV 16).
“A vontade, quando reta, é fé, e como tal pode dar ao CORPO uma nova forma, de acordo com o espírito externo; pois o homem interior é o senhor do exterior; este tem que obedecer o primeiro, e o interior pode colocá-lo sob nova forma, mas não permanentemente”. (Quarenta Questões…, VI 10).
“Nossa vida deve ser um arrependimento constante, pois é também uma contínua corrente de pecado. Na verdade, o nobre ramo de lírios, recém nascido em Cristo, não peca; no entanto, o homem terrestre peca em CORPO e alma, e busca destruir a nobre flor”. (Cons. Stiefel…, XI 537).
“O reino celeste nos santos é ativo e consciente em sua fé, por onde sua vontade se integra a Deus; mas a vida natural é cercada pela carne e pelo sangue e está relacionada, ao contrário, à cólera de Deus. Assim, a alma está sempre na angústia quando o inferno precipita-se sobre ela, desejando nela se manifestar; mas ela mergulha na esperança da graça divina, e permanece como uma bela rosa entre os espinhos, até que na morte do CORPO o reino deste mundo dela se afasta. Só então, quando não há mais nada que a obstrua, ela será plenamente manifestada no reino de Deus”. (Vida Suprasensual…, XXXIX).
“Um verdadeiro Cristão sabe ser um servo de Deus, cujo dever é atender às Suas obras, apropriadamente. Ele não é propriedade seu, e o CORPO terrestre que habita, não é seu verdadeiro lar. Ele pode buscar, plantar, cultivar, lutar e agir como quiser, mas está sempre consciente de que faz aquilo para Deus, e que terá que prestar contas sobre isso. Ele deve lembrar-se sempre que entre essas obras é um estranho, uma visita, um servo”. (Assinatura…, XV 44).
“Cara alma, se desejas a luz de Deus, e também a luz deste mundo, se desejas alimentar seu CORPO (e mente), e (ao mesmo tempo) busca os mistérios de Deus, faça aquilo que o próprio Deus faz. Um olho de sua alma olha a eternidade, o outro a natureza. Esse busca continuamente no desejo e cria um espelho atrás do outro. Que assim seja. Assim deve ser, pois Deus assim o quer. Mas o olho voltado para a eternidade não pode se voltar para o desejo (longe de Deus); é através dele que se busca virar o outro para si mesmo, e não deixá-lo se desviar de ti; ou seja, não deixe ele se afastar do olho que mira a liberdade. Coloque sua vontade naquilo que está fazendo, lembrando de que é um servo da vinha de Deus; quer dizer, do Eterno; mergulhe sua vontade a cada instante na humildade diante de Deus; então sua imagem irá caminhar na humildade com sua vontade na majestade de Deus, e será iluminada perpetuamente pela triunfante luz de Deus”. (Quarenta Questões…, XII 28).
“A vontade, entregue a Deus diz: ‘Senhor, se é Vosso desejo que eu esteja na prisão ou na miséria, assim desejarei estar. Se me levas ao inferno, convosco irei, pois Vós estais no Céu. Se eu tiver unicamente a Vós, porque me preocuparia com o céu ou com o inferno? Mesmo que meu CORPO e minha alma pereçam, em Vós devo permanecer e Vós em mim. Ao Vos possuir, tenho tudo o que quero. Usa-me segundo a Vossa vontade”. (Mysterium, LXVI).
“Por teu próprio poder não há como manter a tranquilidade, que nenhuma criatura pode alcançar. Deves te entregar completamente à vida de nosso Senhor Jesus Cristo, oferecendo a Ele toda tua vontade própria e desejo, a fim de que não desejes nada fora Dele. Estarás então neste mundo e em suas qualidades, no que concerne ao teu CORPO. Com tua vontade estarás nos pés da Cruz de Cristo, e com tua vontade irás caminhar no céu, no ponto de onde surgem todas as criaturas, e para onde todas retornarão”. (Vida Suprasensual…, IX).
“A alma propriamente dita não é nada corporal; mas o CORPO na tintura cresce tanto celestial como infernal. Não é um CORPO tangível, num aspecto externo, mas um CORPO de poder; o CORPO de Deus; o CORPO celeste de Cristo”. (Quarenta Questões…, VII 18).
“A vida que recebemos no CORPO de nossa mãe pertence unicamente ao poder do sol, das estrelas e dos elementos, que não só organizam o CORPO da criança, dotando-o de vida, mas que também o trás à luz, o nutre e o acompanha durante toda a duração desta vida. São esses elementos que distribuem fortuna ou infortúnio, e finalmente o faz morrer e decompor-se”. (Três Princípios…, XIV 4).
“Observe o que você é. Pó da terra; um CORPO. Tua vida está sujeita às estrelas e aos elementos. São eles que te governam segundo suas qualidades, dotando-o de talentos e ciências; mas quando o tempo e constelação sob os quais foi concebido e nascifo chega ao fim, então eles irão te abandonar”. (Encarnação de Cristo…, XI 6).
“Quando uma pessoa neste mundo morre aparece diante do anjo que em sua espada carrega a morte e a vida, o amor e a cólera de Deus. Ali sua alma passa pelo julgamento, nos portais do paraíso. Se foi capturada pela cólera de Deus, não será capaz de passar pela porta, mas se é uma criança da virgem, nascida da semente da mulher (celestial), então ela passará. O anjo irá cortar de sua natureza, aquilo que fora gerado pela serpente, e a alma irá então servir a Deus em seu santo templo no Paraíso, esperando ali pela ressurreição de seu CORPO (celestial)”. (Mysterium, XXV 2).
“Há três princípios na constituição do homem, cada qual pode ser desenvolvido durante sua existência terrestre; mas depois que o CORPO estiver desorganizado, ele vive então em um princípio e não pode envolver o outro. Na eternidade, ele deve permanecer no estado de consciência que adquiriu aqui”. (Três Princípios…, Supplement, X).
“Durante sua vida terrestre a alma pode mudar swa vontade, mas após a morte do CORPO nada permanece no seu poder através do qual possa mudar sua vontade”. (Tilk I 267).
“O que quer que a alma receba em sua vontade. Durante sua vida terrestre, e seja com o que for que ela se envolva, isso irá levar com sua vontade após a morte do CORPO; ela não pode mais se livrar disso, pois ela nada mais tem do que aquilo em que se meteu, e que agora constitui seu próprio ser. Mas durante a vida terrestre ela pode destruir aquilo em que envolveu sua vontade”. (A Vida Tríplice…, XII 25).
“Se o espírito permanece não regenerado com seu princípio original, então irá aparecer na ruptura da forma tal criatura correspondente à qualidade da vontade (caráter) adquirido durante a vida terrestre. Se, por exemplo, durante a vida se tem a invejosa disposição de um cão, rancoroso com tudo e com todos, então este caráter do cão irá encontrar sua expressão numa forma correspondente após a morte do CORPO; pois de acordo com isso, a alma (animal) toma (assume) sua forma, e esse tipo de vontade permanece contigo na eternidade, pois as portas das profundezas que levam à luz de Deus são então fechadas diante de ti”. (Três Princípios…, XVI 50).
“Durante a vida terrestre o descrente sente a presença do inferno dentro de sua falsa consciência, mas ele não o compreende; pois ainda vive na vaidade terrestre, onde se distrai, e o qual lhe proporciona prazer e luxúria. Além do mais, sua vida externa está em possessão da luz da natureza externa, e sua alma revela-se ali; de modo que a dor interna não pode se manifestar. Mas quando o CORPO morre, a alma não mais desfruta de tal proteção e dos prazeres temporais. Somado a isso, a luz externa terá sido extinta. A alma entra numa eterna ânsia pela vaidade à qual cedeu durante sua vida na terra; mas ela nada pode reter além de sua própria falsa vontade concebida. Ela agora possui muito pouco daquilo que antes possuía tanto, e com o que tampouco estava satisfeita. Ela certamente cometeria mais mal, mas não tem como realizá-lo, e assim ela interpreta esse papel dentro de seu próprio ser”. (Vida Suprasensual…, XXXIX).
“A alma é como uma pessoa que sonha estar em grande angústia e tortura, buscando alguma coisa que a alivie, sem poder encontrar. Ela então se desespera, e não encontrando saída rende-se ao seu condutor (ao impulso interior que a conduz), para que este faça com ela o que quiser. Assim, a alma abandonada cai no poder do demônio, onde não pode, e nem lhe é permitido seguir suas inclinações; mas o que quer que o demônio faça, ela também é compelida a fazer. É desta forma que ela se torna um inimigo de Deus, e facilmente ergue-se ali o orgulho e o fogo sobre o trono principesco dos anjos. Na terra e em seu CORPO físico ela se fazia de tola; agora, ela continua sendo tola e traquina, e seja qual for a bobagem que cometeu na vida, é o que agora passará a representar. A própria tolice é seu tesouro, e isso é, como diz o Cristo, seu coração e sua vontade”. (A Vida Tríplice…, XVIII 10).
“Se a vontade interna batalha a cada instante, diariamente, contra as qualidades demoníacas que a aflige, apaziguando-as e não permite que tomem substância em si, ao mesmo tempo em que as qualidades malignas perturbam a pessoa, não permitindo que ela atue sempre com sua boa vontade, essa pessoa deve acreditar e saber, com certeza, que o fogo de Deus está queimando dentro dela e tentando tornar-se luz; e quando quer que o CORPO maligno com sua condição maligna é rompido, a fim de não mais impedir que a centelha flamejante queime, então o fogo divino, em sua essência, irá queimar numa chama, e a imagem divina será reconstituída de acordo com a qualidade mais forte que aquela pessoa tenha introduzido em seu desejo”. (Seis Pontos Teosóficos…, VII 41).
“Aquelas almas sinceras que operaram as maravilhas de Deus em Sua vontade aos pés da Cruz, tendo recebido o CORPO de Deus, ou seja, do Cristo, e que caminharam ali em justiça e verdade, todos os seus feitos também o seguirão, em sua forte vontade e desejo, e experimentam um enorme prazer no amor e misericórdia de Deus, pelos quais estão continuamente rodeados. As maravilhas de Deus são seu alimento; elas vivem na glória, poder, força e majestade além de qualquer descrição”. (A Vida Tríplice…, XVIII 12).
“As almas abençoadas são felizes pelos trabalhos realizados aqui, e aquelas que sofreram muita perseguição por causa da verdade irão receber a coroa da vitória que irá coroar o novo CORPO no dia do julgamento. Ocorre nelas um contínuo fluxo de contentamento, sempre que contemplam o futuro. Assim como seus feitos foram variados, variada é sua esperança. Um diarista que trabalha bastante, fica satisfeito com o pagamento. Assim ocorre ali. Uma consciência satisfeita habita nestas almas. Toda a escória a que foram submetidas e todas as falsas acusações são para elas uma grande honra de vitória. Suas orações constantes, seus bons pensamentos e boas obras em benefício ao próximo, constituem o alimento que consomem até o tempo em que seu CORPO (celestial) irá provar dos frutos do Paraíso”. (Quarenta Questões…, XXII 4).
“Aquele que ajuda o degradado abençoa a si próprio, pois ele deseja tudo de bom, e ora à Deus para abençoá-lo em CORPO e alma. Assim seu desejo e benção retornam a quem doou no Mysterium, ele é por elas rodeado e seguido, como uma boa obra nascida em Deus. Esse é o tesouro que o homem leva com ele; seus tesouros terrestres ele terá que deixar para trás”. (Encarnação de Cristo…, CXI 4).
“Voz perguntais por coisas sobre as quais não posso saber, para isso eu mesmo deveria estar entre as almas que partiram, e o espírito da alma deveria estar comigo; mas, como todos nós temos um CORPO e um espírito em Cristo, portanto, todos nós devemos ver no Cristo em um espírito e desfrutar Seu conhecimento. Assim, nossa alma estará relacionando-se com as almas dos mortos. Elas não podem vir até nós, mas nós podemos penetrá-las”. (Quarenta Questões…, XXV I).
“A oração dos vivos para os mortos são úteis na medida em que os que oram sejam verdadeiros Cristãos (em seus corações), num estado de regeneração. Se a pobre alma não se tornou inteiramente brutalizada num verme ou animal, mas se ela ainda penetra em Deus com seu desejo, estando, portanto conectada à Ele pelo fio da regeneração, e se a alma-espírito daqueles que oram, juntamente com a pobre alma volta-se para Deus em fervoroso amor, então a primeira irá auxiliar a segunda no combate contra os elementos das trevas e romper as correntes do demônio. Isso é especialmente possível na hora”da separação do espírito do CORPO, e eminentemente no caso de pais, filhos ou parentes de sangue; pois entre aqueles que estão ligados entre si pelo sangue as tinturas entram mais facilmente na harmonia necessária (co-vibração), e então o espírito fica mais propenso a entrar na batalha, havendo mais facilidade de conquistar do que se apenas estranhos estiverem presentes. Tudo isso é porém inútil, a menos que estas pessoas estejam, elas próprias num estado de regeneração, pois um demônio não pode destruir a outro. Se a alma do moribundo está inteiramente separada daquilo que a liga a Cristo, e se ela não alcança por seus esforços próprios está ligação. as orações dos outros não valem de nada”. (Três Princípios…, XIX 55).
“Tudo o que fazemos, pensamos e desejamos em nosso ser exterior é obra do espírito deste mundo, atuando em nossa constituição; pois o CORPO nada mais é do que o instrumento daquele espírito onde opera, e como todos os outros instrumentos que nascem do espírito deste mundo, irá, por fim, se desfazer e se decompor. Portanto, nenhum homem deve desprezar ou condenar outro homem, caso este não possua as mesmas qualidades que ele; pois o céu natural (a constelação) constrói cada homem segundo a natureza das influências regentes. Ele fornece a cada pessoa seus caminhos, modos e caracteres, além de seus desejos e intintos, e isso não pode ser arrancado do homem externo enquanto o céu externo não romper sua constituição animal. Mas se o homem externo não faz o que o espírito do mundo externo deseja nele, mas é forçado a abandonar o que é falso e ilusório, então tal poder não procede do céu externo, mas do novo homem interior, que precede da eternidade e batalha contra o homem terrestre”; normalmente ele alcança uma vitória sobre o segundo”. (Três Princípios…, XXV 6).
“O homem celeste e santo, oculto no homem monstruoso (externo), está tanto no céu quanto Deus, e o céu está nele, e o coração e a luz de Deus é gerada e nasce dentro dele. Assim, Deus está nele e ele está em Deus. Deus está mais perto dele do que seu CORPO bestial”. 166
“O CORPO animal não é seu lugar de origem, próprio dele, onde está em casa; o verdadeiro homem, regenerado e recém-nascido em Cristo, não está neste mundo, mas no paraíso de Deus; e embora o CORPO animal morra, nada acontece ao novo homem, que surge da vontade contrária e da casa do tormento para o seu lugar de origem. Não há necessidade de remoção para qualquer lugar ou distância, pois Deus encontra-se revelado em nele, por toda parte”. (The Epistles, XXV 13).
“Deus é o centro do homem, mas ele reside apenas em si mesmo, a menos que o espírito do homem torne-se um espírito com Deus; neste caso, ele se tornará manifesto na natureza humana, na alma, na mente e no desejo, por onde se tornará perceptível aos sentidos interiores do homem. A vontade envia os sentidos para Deus, e Deus grava os sentidos e se torna um ser com eles. Então, os sentidos passam a carregar o poder de Deus para a vontade, e a vontade os recebe com gratidão, mas com tremor; pois reconhece ser indigna e sabe que vem de uma morada instável. Assim, ela recebe aquele poder ao mergulhar-se diante de Deus e de seu triunfo surge a doce humildade. Essa é a verdadeira essência de Deus, e essa essência concebida na vontade é o CORPO celestial, e é chamado de fé verdadeira e justa, recebida pela vontade, no poder de Deus. Ela mergulha na mente e reside no fogo da alma”. (Menschw. X 8).
“A virgem diz: Algo em ti me contraria. Eu te criei e te tirei do meio dos espinhos. Quando eras um animal selvagem, eu te configurei em minha própria imagem. Mas o animal selvagem está entre os espinhos: isso eu não vou tomar em meu peito. Você ainda vive com seu animal selvagem. Quando o mundo tomar esse animal, já que a ele pertence, então eu te tomarei. Assim, cada um irá tomar o que lhe pertence. Por que então amas tanto aquele animal selvagem que não te causa mais nada além de dor? Não podes carregá-lo contigo. Ele não te pertence, mas ao mundo. Que o mundo o use como puder, mas permaneças tu comigo. Será por pouco tempo; logo seu animal irá se quebrar, e tu dele te livrarás, e permanecerás comigo. Como irás regozijar-te, se pensares naquele animal, que te afligia dia e noite, e ver que dele estas livres. Como uma flor cresce da terra, tu te elevarás acima de teu animal selvagem. Tu dizes: ‘Sou teu animal; tu nasceste em mim’. Ouça, meu animal! Sou maior que tu. Quando estavas por vir, eu era tua construtora. Minhas essências saem da raiz da eternidade; mas tu pertences a este mundo. Tu irás te quebrar, mas eu permaneço eternamente em meu poder. Portanto sou muito mais nobre que tu. Tu vives na cólera; mas eu irei colocar minha cólera assustadora na luz, na alegria eterna. Minhas obras estão no poder, enquanto as tuas permanecem como sombras. Quando eu estiver livre de ti, nunca mais irei te aceitar como meu animal; mas, (tomo) meu novo CORPO, o qual estou regenerando na mais profunda raiz do elemento santo”. (Princípios, XXI 69).
“Eleve tua mente no espírito, veja que toda a natureza, com todos os seus poderes, com sua profundidade, largura e peso, céu e terra, e tudo que ali se encontra e acima dos céus, é o CORPO de Deus, e os poderes das estrelas são as artérias do CORPO natural de Deus neste mundo”.(Aurora, II 16).
“A Natureza não é Deus, não mais do que o CORPO de um homem é o homem. A Natureza é o eco e a imagem da natureza eterna, manifesta pelos poderes do Verbo”. (Tabulae Principioe, li).
“Nem no céu, nem na terra; nem dentre as estrelas ou elementos, podemos encontrar algum caminho que nos leve ao repouso. Mal entramos na vida, e depois disso é o fim, quando nosso CORPO nascerá de volta na terra e todas as nossas obras, trabalhos, ciências e glórias serão herdadas por outros, que também se incomodam por um tempo, com as mesmas coisas, e então nos seguem (para a morte). Isso ocorre desde o princípio do mundo até o seu fim. Durante nossa miséria nunca poderemos saber onde permanece nosso espírito quando o CORPO cai e se torna cadáver, a menos que sejamos recém-nascidos, fora deste mundo; de modo que, embora vivamos neste mundo, em nosso CORPO, habitamos na nossa alma e espírito em outra vida, nova, perfeita e eterna. Ali, um novo homem será encontrado em nosso espírito e alma, e ali deverá ele viver eternamente. Somente nesta nova forma aprenderemos a conhecer o que somos e onde está nossa verdadeira casa”. (Princípios, XXII 5).
“O homem é a cabeça; ele possui o regimento superior, com a tintura do fogo, e em sua tintura, possui a alma que deseja Vênus como sua matriz corporal. A alma deseja ter espírito e CORPO, e isso está na matriz mulher. Mas o regimento inferior é o feminino, e seu regimento encontra-se na Lua; pois o Sol fornece o calor, Vênus a tintura, não de natureza ígnea, mas aquosa”.
“A Fêmea deseja o macho, e a Lua busca o Sol; pois ela é de natureza material, e deseja um coração celeste. Assim, a matriz feminina deseja o coração do homem e a alma feminina deseja sua tintura; pois a alma é um bem eterno. Assim, existe o desejo sexual entre todas as criaturas; elas desejam misturar-se uma com as outras. O CORPO não compreende isso, nem tampouco o espírito-ar; mas, as duas tinturas, a masculina e a feminina, conhecem muito bem”. (A Vida Tríplice…, IX 106).
“Se te dizes um Cristão, por que então não acreditas nas palavras de Cristo, quando diz: ‘Eu estarei contigo até o final do mundo’; diz ainda que Ele nos dará seu CORPO por alimento e Seu sangue como bebida. Tu perguntas: ‘O Cristo foi para o céu, como poderia estar neste mundo?’ Talvez concordes com o fato de que Ele esteja presente conosco em Seu espírito Santo. Mas o que seria do homem recém-nascido em ti, se fosse alimentado unicamente pelo espírito, sendo esse unicamente alimento para a alma? Cada vida alimenta-se de sua própria mãe. A alma é espírito, como do alimento espiritual; o homem recém-nascido prova do elemento puro, e o homem externo daquilo que provém dos quatro elementos”.
“Qual o benefício do CORPO (etéreo) se a alma alimenta-se da divindade pura? Pois sabes que a alma e o CORPO não são um e a mesma coisa. A alma é espírito, e necessita do alimento espiritual. Ou pensas que podes alimentar o novo homem com o alimento terrestre? Se pensares assim, é porque estais longe do reino de Deus”. (Princípios, XXIII 6).
“Todo o poder do Pai se expressa nas qualidades do Verbo, ou seja, o Filho de Deus. O mesmo verbo, ou o mesmo som, expressado pelo Pai expressa do Salniter, ou os poderes do Pai, e do Mercurius ou som do Pai. Assim, o Pai expressa o verbo de si mesmo, e o mesmo som é a glória de todos os seus poderes; depois que ele é expresso, não mais está contido nos poderes do Pai, mas soa e toca na totalidade do pai em todos os poderes. Esse poder expressado pelo pai tem tal força que o som do verbo imediatamente e rapidamente penetra por toda profundeza do Pai, e sua força é o Espírito Santo, pois, o verbo pronunciado permanece como uma glória ou um mandamento majestoso diante do rei; mas o som, emanando através do verbo, executa o mandamento do Pai pronunciado por Ele através do Verbo, e aqui ocorre o nascimento da Santíssima Trindade. O mesmo ocorre no homem ou no anjo. O poder na totalidade de seu CORPO possui todas as qualidades como em Deus o Pai”. (Aurora VI 2).