Boehme: coração

“Todas as coisas recebidas por boato, sem a percepção pessoal, ainda permanecerá uma dúvida quanto a sua real verdade; mas aquilo que é visto pelo olho e compreendido pelo CORAÇÃO carrega consigo a convicção”. (Três Princípios…, X. 26)

“O único e verdadeiro caminho através do qual Deus pode ser percebido em Sua Palavra, Essência e Vontade, é quando o homem alcança um estado de unidade consigo mesmo, e quando — não só em sua imaginação, mas em sua vontade, possa deixar tudo o que é eu pessoal, ou o que pertence ao eu: dinheiro e bens, pai e mãe, irmão e irmã, esposa e filhos, corpo e vida, quando o seu próprio eu se transforma num nada. Ele deve entregar tudo e se tornar mais pobre que um pássaro no ar, que possui um ninho. O homem não deve ter um ninho para o seu CORAÇÃO neste mundo. Não que se deva fugir de casa, abandonar esposa, filhos ou parentes, cometer suicídio, ou jogar fora suas propriedades, a fim de não estar corporalmente presente; deve-se matar e anular a vontade própria, aquela que clama por todas essas coisas como sua possessão. O homem deve entregar tudo isso ao seu Criador, e dizer com todo consentimento de seu CORAÇÃO: ‘Senhor, tudo é seu’! Sou indigno de governar tudo isso, mas como Tu me colocastes ali, devo cumprir meu dever entregando minha vontade a Ti, de forma total e completa. Aja através de mim da forma que quiseres, a fim de que a Sua vontade seja feita em todas as coisas e em tudo que eu seja chamado a fazer para o benefício de meus irmãos, a quem sirvo segundo o teu mandamento. Aquele que penetra neste estado de resignação suprema entra em união divina com Cristo, a fim de ver ao Próprio Deus. Ele fala com Deus e Deus fala com ele, ele sabe qual é a Palavra”, a. “Essência, e a Vontade de Deus”. (Mysterium, XLI. 54-63).

“Quando meu espírito, cheio de sofrimento, movimentando-se como que numa grande tormenta, sinceramente surgiu em Deus, carregando consigo todo o meu CORAÇÃO e minha mente, com todos os meus pensamentos e com toda a minha vontade; quando eu não podia mais parar de lutar contra o amor e a misericórdia de Deus, a menos que sua Benção descesse sobre mim — ou seja, a menos que Ele iluminasse minha mente com Seu Espírito Santo, para que eu pudesse compreender a Sua vontade e me livrar de minha dor, então a luz do Espírito rompeu das nuvens. Enquanto que em meu fervor, lutava poderosamente contra os portais do inferno, como se tivesse mais forças do que as que estavam em minha posse, desejando arriscar a própria vida (que teria sido insuportável, sem o auxílio de Deus); após duras lutas contra os poderes das trevas, meu espírito rompeu as portas do inferno, e penetrou a essência mais íntima da Divindade recém-nascida, onde foi recebida com grande amor, tal qual aquele oferecido por uma noiva ao receber seu amado noivo. As palavras não podem expressar a grande satisfação e triunfo que experimentei então; tampouco poderia comparar tal satisfação com qualquer outra coisa, senão com o estado no qual a vida nasce da morte, ou com a ressurreição do morto. Durante este estado, meu espírito imediatamente viu através de todas as coisas, e reconheceu à Deus em todas as coisas, até mesmo nas ervas e nas pragas, e soube o que era Deus e qual era a Sua vontade. Então, minha vontade cresceu rapidamente nessa luz, e recebi um forte impulso de descrever o estado divino.” (Aurora, XIX. 4).

“Eu nunca desejei saber nada sobre os mistérios divinos, nem compreendo como posso busca-los ou encontrá-los. Tudo o que busquei foi o CORAÇÃO de Jesus Cristo (o centro da verdade), onde devo me ocultar e encontrar a proteção da temível cólera de Deus; peço a Deus sinceramente que me conceda o Seu Espírito Santo e a Misericórdia, que Ele possa me abençoar, conduzir e afastar de mim tudo o que nos separa, a fim de que eu não viva em minha vontade própria, mas na Dele. Engajado nessa busca e nesse desejo sincero, a porta me foi aberta, de modo que em um quarto de hora, vi e aprendi mais do que se estivesse estudado por muitos anos nas universidades.” (Cartas, XII 6,7).

“Se alguém deseja me seguir, que não seja intoxicado pelos pensamentos e desejos terrestres, mas que seja cingido pela espada do Espírito, pois terá que descer à terrível profundidade, por não dizer ao meio do reino do inferno. É muito duro lutar contra o demônio entre o céu e a terra, por ele ser um poderoso senhor. Durante tais batalhas passei por experiências amargas, que encheram meu CORAÇÃO de dor. Frequentemente o sol desaparecia da minha vista, mas depois surgia novamente e quanto mais o sol se punha, mais lindo, claro e magnífico era o seu raiar”. (Aurora, XIII. 20).

Deus é a vontade da sabedoria eterna, a sabedoria eternamente gerada Dele, em Sua revelação. Essa revelação ocorre através de um espírito ternário. Primeiro através da Vontade eterna, em seu aspecto de Pai; depois, através da Vontade eterna em seu aspecto de amor divino, o centro ou o CORAÇÃO do Pai; e finalmente através do Espírito, o poder que emana da vontade e do amor.” (Mysterium I. 2,4).

“O Pai é a vontade do não fundamento (Absoluto). Essa vontade concebe em si mesma o desejo de manifestar-se. Esse amor ou desejo é o poder concebido pela vontade ou Pai, dentro de si — ou seja, o Filho, CORAÇÃO ou morada (a primeira fundação dentro da não fundação ou não fundamento), o primeiro princípio dentro da vontade. A vontade é falada através da concepção de si mesma, e essa emissão da vontade em fala ou respiração é o Espírito da Divindade”. (Mysterium, I.2).

“A sabedoria coloca-se diante de Deus como um espelho ou reflexo, onde a Divindade vê seu próprio ser e todas as grandes maravilhas da eternidade, que não tem começo, nem fim, no tempo, cujo princípio e o fim são eternos. A sabedoria é uma revelação da Santíssima Trindade; isso não deve ser compreendido como se ela revelasse a si mesma à Deus, através de seu próprio poder ou escolha, mas o centro divino, o CORAÇÃO e essência de Deus, torna-se revelado nela. Ela é como um espelho da Divindade, e como qualquer outro espelho, simplesmente permanece quieta; ela não produz imagem alguma, mas simplesmente a concebe”. (Encarnação de Cristo…, I, 1, 12).

“A Essência eterna, desejando revelar-se a si mesma (para obter auto consciência), teve que conceber em si uma vontade; mas como em si mesma não havia objeto para sua vontade ou desejo, exceto o Verbo poderoso, que na eternidade tranquila não existia, os sete estados da natureza eterna tiveram que nascer ali. Daí procede então, de eternidade em eternidade, o Verbo poderoso, o poder, o CORAÇÃO e a vida da eternidade tranquila e de sua sabedoria eterna”. (A Vida Tríplice…, III 21).

“A vontade eterna, o Pai, conduz Seu CORAÇÃO, Seu Filho eterno, pelo fogo, ao grande triunfo, ao Seu reino de glória”. (Grace, II. 21).

“O Pai é o primeiro de todos os seres concebíeis, mas se o segundo princípio não se tornasse manifesto no nascimento do Filho, Ele não seria revelado. Assim, o Filho, sendo o CORAÇÃO, a luz, o amor e a bela e doce beneficência do Pai, mas sendo distinto Dele em Seu aspecto individual, entrega-se ao Pai reconciliado, amoroso e misericordioso. Seu nascimento ocorre no fogo, mas Ele obtém sua personalidade e nome pela ignição da luz clara, branca e suave, que Ele próprio é”. (Três Princípios…, IV. 58).

“Se o leitor considerar a profundeza do céu, as estrelas, os elementos e a terra, não irá, com certeza, ver com seus próprios olhos, a Divindade pura e cristalina, embora Deus esteja ali, dentro de tudo isso; mas se você elevar seus pensamentos e direcionar sua mente a Deus, que em Sua santidade governa com o Todo, estará então penetrando o céu e alcançando o próprio CORAÇÃO sagrado de Deus”. (Aurora, XXIII. II).

“Com a luz e o CORAÇÃO de Deus, como tais, nada pode ser criado; porque, a luz é o fim da natureza e não possui qualidade. Portanto, ela não pode mudar ou tornar-se algo, mas permanece sempre a mesma na eternidade”. (Três Princípios…, X 41).

“Michael representa Deus o Pai. Ele não era Deus, o Pai propriamente dito; mas há entre os seres criados (os anjos) um que representa Deus, o Pai. O círculo ou espaço onde ele e seus anjos são criados é o seu reino; ele é um filho amado de Deus, uma alegria para seu Pai. Não o compare com o CORAÇÃO ou a luz de Deus, que está na totalidade do Pai, e o qual não tem começo nem fim, assim como o Pai. Esse príncipe é um ser criado, e como tal tem um princípio; mas ele está em Deus o Pai, e se curva a Ele no amor. Portanto, ele usa sobre sua cabeça a coroa da honra, poder e força, e a não ser o próprio Deus em Sua trindade, não se pode encontrar nada no céu que seja maior, ou mais bonito ou poderoso que ele”. (Aurora, XII 86).

“Assim como Michael fora criado segundo o tipo e a beleza de Deus o Pai, Lúcifer fora criado segundo o tipo e a beleza de Deus o Filho, unido à Ele em amor; seu CORAÇÃO repousava no centro da luz, como se fosse o próprio Deus”. (Aurora, XII 101).

“O terceiro rei, Uriel, é formado segundo o tipo e o caráter do Espírito Santo. Ele é um magnífico e belo príncipe de Deus, também unido em amor com os outros príncipes, como num só CORAÇÃO”. (Aurora, XII III).

“Cada princípio é atraído pelo conhecimento e sentimentos semelhantes em seu próprio ser. Os princípios existentes na periferia atuam sobre seus princípios correspondentes no centro. Amor atua sobre amor, ódio sobre ódio; o bem é atraído pelo bem e o mal pelo mal. Se não há desejo mal ativo no homem, as influências malignas não podem criar raízes em seu CORAÇÃO. O demônio é a mais pobre de todas as criaturas. Ele não pode mudar uma folha de árvore sem que a cólera esteja presente”. (Pontos Teosóficos V. 15).

“Quando Lúcifer viu que era tão bonito, e quando percebeu seu nascimento elevado, e grande poder, o espírito que ele havia gerado em si (ou seja, sua própria vontade livre) manifestou-se e desejou triunfar sobre o divino nascimento, e exaltar-se acima do CORAÇÃO de Deus”. (Aurora, XIV. 13, 32).

Deus não criou um inferno ou um estado especial de sofrimento para atormentar as criaturas que dele desertaram; mas tão logo os demônios deixaram a luz e tentaram governar através do poder do fogo sobre a beatitude no CORAÇÃO de Deus, no mesmo momento foram para fora de Deus, penetrando as quatro qualidades inferiores da natureza eterna. Com isso, foram mantidos aprisionados no abismo do inferno”. (A Vida Tríplice…, II.53).

“Se os espíritos que surgiam (em Lúcifer) tivessem interagido pacificamente e segundo a vontade de Deus, teriam gerado um filho, o qual seria como o Filho de Deus e seu amado irmão; mas quando surgiram num estado de absoluta ignição, geraram um filho triunfante, auto planejado, que, de acordo com a primeira qualidade, era duro, áspero, frio e escuro; e de acordo com o segundo princípio, de uma aparência ígnea, ardente e amarga. O som nele era um duro som-fogo, e no lugar do amor havia um inimigo orgulhoso. Assim, na sétima forma da natureza apareceu um monstro orgulhoso que fantasiou estar acima de Deus, como não havia outro igual. O amor esfriou; o CORAÇÃO de Deus não podia mais tocar esse ser pervertido. Sempre que aquele CORAÇÃO, cheio de benevolência e graça, movimentava-se para encontrá-lo, o CORAÇÃO do monstro aparecia escuro, frio, duro e ígneo”. (Aurora, XIII. 40-47).

“Que nenhum homem pense que está no poder do demônio arrancar de seu CORAÇÃO as obras produzidas pela luz. Ele nem pode vê-las e nem compreender o que são. Portanto, mesmo se na mais externa geração, o demônio se enfurece e causa tempestade, enquanto você não transferir os produtos da cólera para a luz do seu CORAÇÃO, sua alma será salva de ser prejudicada pelo demônio, pois ele é cego e surdo na luz”. (Aurora, XIX.97).

“Antes dos tempos da cólera, havia no lugar desse mundo as seis fontes espirituais, gerando a sétima de forma suave e doce, como ainda acontece no céu, e não crescia ali nem sequer uma gota de cólera. Tudo o que existia era luz e transparência, sem a necessidade de outra luz, pois a fonte do amor com o CORAÇÃO de Deus estava iluminando tudo. A natureza era então muito etérea, e tudo permanecia num grande poder. Mas tão logo se deu o início da guerra dos demônios orgulhosos, tudo tomou uma outra forma e modo de ação. A luz se extinguiu na geração externa; consequentemente, o calor tornou-se aprisionado na corporalidade, não podendo mais gerar sua própria vida. Por causa disso, a morte penetrou a natureza e a natureza se degenerou. Uma nova criação da luz se fez necessária, sem o que a terra teria permanecido na morte eterna”. (Aurora, XVII. 2 IV.15).

“Nisso consiste a queda de Lúcifer; ele despertou a mãe do fogo e quis governar sobre a benevolência, no CORAÇÃO de Deus. Esse fogo é agora seu inferno; mas esse inferno foi capturado por Deus através do céu, ou seja, a mãe da água. Pois enquanto a localidade desse mundo dera para queimar por conta própria, Deus movimentou-se para criar, e criou a água. Disso resultou o oceano e a insondável profundeza aquosa. Foi o que ocorreu em Sodoma e Gomorra, pois quando o pecado era grande e o demônio habitava ali, desejando manifestar seus poderes, Deus permitiu que o príncipe desse mundo acendesse aqueles cinco reinos, para ali ser senhor e ter sua morada. Deus pensava em destruir seu orgulho; Ele fez com que a água chegasse até lá, e desta forma extinguiu sua glória”. (A Vida Tríplice… VIII. 24).

“A cólera não tocou o CORAÇÃO de Deus, mas o amor benevolente emanou de Seu CORAÇÃO, penetrando a mais externa geração da cólera, extinguindo-a. Ele disse: ‘Que haja a Luz’”. (Aurora, 85).

“Esse movimento durou seis dias e seis noites, quando todos os sete espíritos de Deus estavam em geração móvel e completa; o CORAÇÃO de todos os espíritos e o salitre da terra também giraram seis vezes dentro da grande roda”. (Aurora, XXI. 123).

“O sol é o CORAÇÃO de todos os poderes nesse mundo, e está configurado segundo os poderes de todas as estrelas, enquanto que, por outro lado, ele ilumina e vivifica todas as estrelas e poderes neste mundo”. (Aurora, VII 42).

“O sol está no meio das profundezas, ou seja, na luz ou no CORAÇÃO das estrelas, extraído de todos os seus poderes pelo poder de Deus, trazido para a forma. Portanto, ele é a luz clara de tudo, e pelo seu brilho e calor acende todas as estrelas, cada um de acordo com sua própria e especial qualidade e poder”. (A Vida Tríplice… VII.40).

“Não que chamando o sol de centro queremos dizer que todas as estrelas originaram-se de um ponto central, chamado ‘sol’. O sol é o centro dos poderes das estrelas, a causa pela qual se movimentam em sua essência. Ele desenvolve seus poderes e coloca seu poder dentro delas, esse poder constitui seu CORAÇÃO”. (Mysterium XI.32).

“Assim como o sol é o CORAÇÃO da vida e origem de todos os espíritos no corpo deste mundo, Saturno é o princípio de toda corporalidade e tangibilidade. Desta forma, seu princípio e descendência não vêm do sol; sua origem é a intensa, azeda e severa ansiedade de todo corpo deste mundo”. (Aurora, XXVI I).

“Os espíritos originais, no todo, não podiam ser imediatamente inflamados pela alma, pois a alma era apenas uma semente no todo, oculta no CORAÇÃO de Deus em seu céu, até que o criador expandisse o todo pelo Seu sopro. Então os espíritos originais inflamaram a alma, fazendo com que corpo e alma vivessem imediatamente. A alma realmente possuía sua vida antes que o corpo existisse; mas ela encontrava-se no CORAÇÃO de Deus, oculta no todo e no céu, e nada mais era do que uma semente santa, um centro de poder em Deus”. (Aurora, XXVI. 126).

“A alma no poder de Deus penetra todas as coisas, e é poderosa sobre tudo, como o próprio Deus; pois ela vive no poder de Seu CORAÇÃO”. (Três Princípios…, XXII 17).

Deus possui a eterna e imutável vontade para gerar Seu CORAÇÃO e seu Filho, e assim a alma deveria colocar sua vontade imutável no CORAÇÃO de Deus. Então ela estaria no céu e no Paraíso, desfrutando da felicidade inexprimível de Deus o Pai, a que Ele desfruta no Filho; a alma ouviria então as palavras inexpressíveis no CORAÇÃO de Deus”. (Três Princípios… X 14).

“Adão foi concebido no amor de Deus e nasceu neste mundo. Tinha posse de uma substancialidade divina e sua alma era de vontade, o primeiro princípio, a qualidade do Pai. Essa vontade deveria ser dirigida, juntamente com sua imaginação, no CORAÇÃO do Pai, ou seja, no Verbo e no Espírito do amor e da pureza. A alma humana reteria então, a substância de Deus no Verbo da Vida”. (Encarnação de Cristo…, I 10 2).

“Se a alma mergulha sua vontade na humildade, ou seja, na obediência de Deus, torna-se uma fonte do CORAÇÃO de Deus, recebe o poder divino e todas as suas essências tornam-se angélicas e deleitosas. Suas essências ásperas também se tornam úteis, aparecendo-lhe mais humildes e úteis do que se tivessem sido inteiramente doce e humilde desde sua origem”. (Três Princípios… XIII 31).

“A alma de Adão poderia ter governado poderosamente sobre o princípio externo, caso tivesse entrado novamente com sua vontade no CORAÇÃO de Deus, na palavra do Senhor”. (Quarenta Questões… IV 2).

“O espírito de Adão buscava o fruto terrestre, pertencente à natureza da terra corrupta, portanto a natureza formou para ele uma árvore semelhante à terra corrupta; pois Adão era o CORAÇÃO na natureza; desta forma, ele auxiliou na formação dessa árvore, da qual desejava comer”. (Aurora, XVII 20).

Deus o Pai gera amor através de Seu CORAÇÃO, e o sol simboliza o CORAÇÃO eterno de Deus, que dá toda sua força a todos os seres e existência”. (Assinatura…, IV 39).

“A alma em sua substância é um fluxo mágico de fogo da natureza de Deus, o Pai. A alma é um desejo ardente pela luz. Assim, Deus o Pai, deseja seu CORAÇÃO, o centro de luz, de forma muito forte e desde toda a eternidade; Ele a gera em Sua vontade desejante, da qualidade do fogo”. (Quatro Complexões…, II).

Deus também produz o segundo princípio em Seu amor, de onde gera, de eternidade em eternidade Seu CORAÇÃO e verbo eterno, e o espírito inflama o elo da natureza, e a torna luminosa no amor e na vida de Seu CORAÇÃO, pelo poder da luz. Da mesma forma, a alma do homem deseja penetrar o segundo princípio e manter sua ânsia no poder de Deus”. (A Vida Tríplice…, I II-13).

“O CORAÇÃO é a verdadeira origem da alma, e no sangue interior do CORAÇÃO (a vontade) está a alma, o fogo, enquanto que na tintura a alma é seu espírito (sua luz); o espírito flutua sobre o CORAÇÃO, e comunica-se ao corpo e a todos os órgãos”. (Quarenta Questões…, XI 3).

“O elemento interno que sustenta todo o corpo deste mundo tornou-se o eterno corpo de Cristo; pois, a Divindade em sua totalidade, na palavra e CORAÇÃO de Deus, penetrou ali na eternidade; e a mesma Divindade tornou-se um ser criado; mas tal criatura pode estar em todo lugar, como a própria Divindade”. (Princ. XXIII 20).

“Adão teria se perdido eternamente se o CORAÇÃO de Deus com a palavra da promessa, não tivesse penetrado sua alma, despertando a esperança espiritual que o manteve”. (Quarenta Questões…, VIII 5).

“Quando a alma afastou-se da Luz de Deus e penetrou o espírito deste mundo, deu-se início ao tormento do primeiro princípio. Ela viu e sentiu que não estava mais no reino de Deus, até que o CORAÇÃO de Deus veio e se colocou entre ela e o reino divino, possibilitando-o penetrar ali e regenerar-se”. (Três Princípios…, IX 6).

“A alma separou sua vontade da vontade do Pai g penetrou na luxúria desta vida. Não haveria outra forma de redenção, exceto que a vontade pura do Pai penetrasse outra vez em sua substância trazendo-a novamente ao estado que ocupava primeiramente, de modo que sua vontade fosse novamente direcionada para o CORAÇÃO e luz de Deus”. (Três Princípios…, XXII 67).

“Para auxiliar a alma, o CORAÇÃO de Deus com sua luz, e não o Pai propriamente dito, tinha que penetrá-la, pois no Pai ela já estava de qualquer modo; mas encontrava-se afastada da entrada para a geração do CORAÇÃO (o início da auto consciência divina) de Deus, e seus desejos estavam direcionados para o mundo externo”. (Três Princípios…, XXII 68).

“A palavra que Deus pronunciou com relação ao poder que esmagaria a cabeça da serpente, era uma centelha de luz do divino CORAÇÃO de Deus, e ali o Pai, desde a eternidade, viu e elegeu a humanidade. Nesta centelha de luzamor divino todo o mundo deveria viver, e Adão já se encontrava ali quando ocorreu sua criação, como foi expresso por Paulo (Ep. I 13), dizendo que o homem foi eleito no Cristo antes que a fundação deste mundo fosse estabelecida”. (Três Princípios…, XVI 107).

“Como o sol brilha por todo o mundo externo, fazendo com que todas as coisas se tornem mais poderosas e férteis, sem deixarem de ser distintos entre si (em seus centros corporais), do mesmo modo, o Cristo, como um Sol manifestado, brilha de Iahweh ou Jesus (da profundeza de), na humanidade criada de Cristo. Iahweh é o Sol divino e eterno, e dentro deste Sol encontra-se oculto de todas as criaturas o grande Amor-Sol de Cristo, como um CORAÇÃO no centro da Santíssima Trindade; mas pelo movimento da Divindade Ele se revelou como um Sol santo do amor divino”. (Cons. Stiefel…, II 422)

“O espírito desse mundo capturou o corpo, tornando-o terrestre; o corpo e a alma tornaram-se corruptos. Desta forma, não mais estamos em posse do elemento puro necessário para a formação de um corpo (puro), mas de uma protuberância dos quatro elementos em combinação com a influência das estrelas. Este corpo não pertence à Divindade. Deus não Se revela num corpo impuro, mas somente no homem santo (interiormente regenerado), na pura imagem que Ele criou no princípio. Nada mais havia de ser feito além de regenerar a imagem através do CORAÇÃO e da luz de Deus”. (Três Princípios…, XXIII 21).

“Como consequência do pecado, não havia salvação para o homem; a menos que o Verbo eterno, CORAÇÃO de Deus, se tornasse humano e penetrasse o terceiro princípio, a carne e o sangue humano e tomasse para si (o estado de) uma alma humana, penetrando a morte de uma alma destituída, através da qual pudesse afastar da morte o seu poder e do inferno a sua picada terrível, conduzindo assim a alma para fora da morte e redimindo-a do inferno”. (A Vida Tríplice…, VII 39).

“Depois que a alma de Cristo recebeu o pão celeste, era preciso observar se ela se manifestaria no poder do fogo da vaidade, ou, se plena de humildade, se manteria unicamente no CORAÇÃO e na vontade de Deus, entregando Sua alma e se tornando um anjo da humildade. Nota-se aqui, a astúcia do demônio, pois ele toma as Escrituras e diz: ‘Os anjos irão conduzi-lo sobre suas mãos’. Esta passagem tem sido mal aplicada, pois não se refere ao corpo físico, mas à alma. Isso ele quis introduzir no orgulho, para que se confiasse em ‘ser carregado pelos anjos’; mas o Redentor disse: ‘Também está escrito: Tu não tentarás o Senhor teu Deus’. Desta forma, ele venceu o orgulho do demônio para penetrar a humildade e o amor de Seu Pai celestial”. (Três Princípios…, XXII 108).

“A vida do homem, durante a presente existência, é como uma roda viva; de repente ela vira para cima o que estava para baixo. A vida se inflama em cada substância e com isso se corrompe; mas, se purificada na água da humildade, onde se movimenta o CORAÇÃO de Deus e sai de onde está, sua vida-fogo pode envolver a substância celestial”. (Six Mysterious Points, II 13).

“Um verdadeiro Cristão abomina a vontade da carne e a rejeita. Ele é, constantemente, seu próprio acusador, e considera-se indigno, e de todo CORAÇÃO desejará penetrar a misericórdia de Deus. Nunca irá dizer coisas do tipo, ‘Sou um Cristão’; lutará para penetrar a misericórdia de Deus e desejar Sua graça, a fim de se transformar num verdadeiro Cristão. Toda sua vida é um arrependimento contínuo, sempre desejando alcançar a graça divina, na medida em que essa graça o alcança”. (Communion, IV 27).

“A alma é como uma pessoa que sonha estar em grande angústia e tortura, buscando alguma coisa que a alivie, sem poder encontrar. Ela então se desespera, e não encontrando saída rende-se ao seu condutor (ao impulso interior que a conduz), para que este faça com ela o que quiser. Assim, a alma abandonada cai no poder do demônio, onde não pode, e nem lhe é permitido seguir suas inclinações; mas o que quer que o demônio faça, ela também é compelida a fazer. É desta forma que ela se torna um inimigo de Deus, e facilmente ergue-se ali o orgulho e o fogo sobre o trono principesco dos anjos. Na terra e em seu corpo físico ela se fazia de tola; agora, ela continua sendo tola e traquina, e seja qual for a bobagem que cometeu na vida, é o que agora passará a representar. A própria tolice é seu tesouro, e isso é, como diz o Cristo, seu CORAÇÃO e sua vontade”. (A Vida Tríplice…, XVIII 10).

“O Cristo diz: ‘Onde estiver o seu tesouro, ai está seu CORAÇÃO’. Almas infortunadas reaparecem em suas comunidades e pedem auxílio através da oração, e fantasiam que desta forma poderão ser aliviadas. Fatos como este deram início à doutrina do purgatório”. (A Vida Tríplice…, XII 24).

“Se queres seguir o caminho (da luz), é preciso grande sinceridade. Não pode ser só palavras e pretensão, enquanto o CORAÇÃO encontra-se longe; pois deste modo nada conseguirás. É preciso unificar toda sua mente, com todos os seus sentidos e razão, em uma só vontade, se queres ser restaurado e sair de suas abominações. É preciso colocar seu sentido em Deus, em Sua caridade, com plena confiança e segurança, então irás conseguir. Se o demônio em ti disser: ‘Não pode ser, és um grande pecador’, não se deixe aterrorizar, pois ele é um mentiroso, e o pai da dúvida”.

“Não há mais do que dois reinos movendo-se no homem. Um é o reino de Deus, onde está o Cristo, desejando-o; o outro é o reino do inferno, onde está o demônio, desejando-o também. A pobre alma terá que batalhar, pois está no meio. Cristo oferece a ela o novo manto, e o demônio as roupas do pecado; sempre que o homem tem um bom pensamento ou desejo por Deus, desejando entrar em verdadeira sintonia (tornar-se um com o Divino), esse pensamento, com certeza, não vem dele, mas do amor de Deus, e a nobre virgem o chama para que venha, e para que não desistas de seus esforços. Mas, se neste caminho, o homem se depara com seus grandes pecados, que tentam dete-lo como montanhas, de modo que não encontra paz em seu CORAÇÃO, isso é, com certeza obra do diabo, que o faz pensar que Deus não quer ouvi-lo. Nestes momentos não deixe que nada te detenha ou te terrifique; pois o demônio é teu inimigo. Está escrito que se os pecados dos homens fossem vermelhos como sangue eles se arrependessem verdadeiramente, os mesmos se tornariam brancos como a neve”. (Princípios, XXIV 34).

“O homem celeste e santo, oculto no homem monstruoso (externo), está tanto no céu quanto Deus, e o céu está nele, e o CORAÇÃO e a luz de Deus é gerada e nasce dentro dele. Assim, Deus está nele e ele está em Deus. Deus está mais perto dele do que seu corpo bestial”. 166

“A Fêmea deseja o macho, e a Lua busca o Sol; pois ela é de natureza material, e deseja um CORAÇÃO celeste. Assim, a matriz feminina deseja o CORAÇÃO do homem e a alma feminina deseja sua tintura; pois a alma é um bem eterno. Assim, existe o desejo sexual entre todas as criaturas; elas desejam misturar-se uma com as outras. O corpo não compreende isso, nem tampouco o espírito-ar; mas, as duas tinturas, a masculina e a feminina, conhecem muito bem”. (A Vida Tríplice…, IX 106).