O Tetramorfo
Nas série de seres vivos aclamados pelo simbolismo cristão para formar a misteriosa coroa de Cristo, um grupo de quatro animais é notável pelo grande lugar que detém, e continua a deter, na arte sagrada e na literatura mística. Os vemos representados às vezes separadamente um do outro e às vezes unidos, combinados na forma de ser único que seria estranho de fato e desconcertante para qualquer um ignorante do simbolismo eclesiástico.
Estes animais celestiais são aqueles que o profeta hebreu Ezequiel, por volta do fim século VII aC, e o evangelista São João nos primeiros anos da Igreja, presenciaram sua visão se manifestando, dos quais nos legaram relatos extraordinários e desconcertantes: o leão, o boi, a águia e o homem. Formam aquilo que a arte sagrada denominou o Tetramorfo, as “Quatro Formas”.
Estas são as palavras de Ezequiel: Eze 1:1-28
E estas a de São João: Apocalipse 4:1-11
Em São João como em Ezequiel, estes quatro animais, ou melhor estas quatro “criaturas viventes”, são o epítome da criação, porque de todas as criaturas são as mais nobres. Devemos ver a seguir como o Homem, o Leão, o Boi (ou Touro) e a Águia foram levadas a representar simbolicamente o Cristo e como as artes cristãs os dispuseram ao seu redor para representar os quatro evangelistas que nos transmitiram sua história e seu ensinamento.