Batismo Espírito [AOCG]

ANTONIO ORBE — CRISTOLOGIA GNÓSTICA

Mais que pelo simbolismo de Cristo e Sofia, filhos da sagrada pomba ou Espírito do Pai, interessa sua distinção, pela eficácia que ofitas e valentinianos os atribuem em sua descida. A que vem, separar, nos preliminares da criação, os dois personagens, para mais tarde, na plenitude dos tempos, no Jordão, não em Belém nem em Nazaré, introduzi-los novamente juntos na humanidade de Jesus? A importância outorgada ao batismo do Nazareno seria comparável à geração conjunta do Filho (primogênito das coisas criadas) e do Espírito Santo (alma da criação e mãe da Igreja dispersa no mundo). Talvez porque assinala o momento crucial da história na qual intervêm ambos em plenitude de tensão: um, mais «salvador» ou Filho que nunca, e a outra, mais «sabedoria» e Mãe.

Antes, no entanto, de urgir a eficácia dos dois personagens, sintetizados na pomba do Jordão, convém ampliar horizontes.

A pomba preocupava, assim mesmo, aos basilidianos; e, segundo parece, fora da perspectiva habitual aos discípulos de Valentino. Uma inquisição de seu simbolismo e eficácia, na linha basilidiana, poderia abrir caminhos complementares até uma teologia batismal pouco presumível.

O campo ao redor do mistério do Jordão se amplia assim prodigiosamente.

Eficácia do batismo de espírito

  • 1. Exegese de Basilides sobre a pomba
  • 2. Doutrina valentiniana
    • a) Os personagens do Jordão
    • b) Sua missão e eficácia
  • 3. Paradigma celeste do Jordão
  • 4. Docetas de Hipólito
  • 5. A modo de síntese: Comparação da teologia de Basilides
  • 6. Valentim e os eclesiásticos