Basílio o Grande — PEQUENA ASCÉTICA 201-313
Excertos:
*ASCÉTICA 211
*ASCÉETICA 250
Tradução da Ir. Hildegardis Pasch e da Ir. Helena Nagem Assad
ÍNDICE
201. Como chegará alguém a estar bem atento na oração?
202. Se é possível em tudo e sempre não ter distrações e como realizá-lo?
203. Se, na realização do mandamento do Senhor, a medida é uma só para todos, ou uns têm mais e outros menos?
204. Como alguém se tornará apto a ser participante do Espírito Santo?
205. Quem são os pobres de espírito? (Mt 5,3)
206. O Senhor ordena que não nos inquietemos com o que comeremos, o que beberemos, ou com que nos vestiremos (Mt 6,31). Até onde vai este mandamento? Como o praticaremos?
207. Uma vez que não se deve ter inquietação a respeito da própria subsistência, e há outro preceito do Senhor que diz: “Trabalhai, não pela comida que perece” (Jo 6,27), será supérfluo trabalhar?
203. Se é boa a ascese do silêncio contínuo
209. Como poderemos temer os juízos de Deus?
210. O que é a veste decente, conforme o Apóstolo ensina?
211. Qual a medida do amor de Deus?
212. Como alcançar a caridade para com Deus?
213. Quais os sinais da caridade para com Deus?
214. Qual a diferença entre benignidade e bondade?
215. Qual é o pacífico que o Senhor denomina bem-aventurado?
216. Em que devemos nos converter e tornar-nos como crianças (Mt 18,3)?
217. Como receber o reino de Deus qual criança?
218. Que entendimento devemos pedir a Deus e como nos tornarmos dignos dele?
219. Se formos beneficiados por alguém, como poderemos dar a Deus pura e total ação de graças, e agradecer sabiamente, não ficando aquém nem além da medida?
220. Se deve ser permitido a quem o desejar um encontro com as irmãs; ou quem, quando e como, falará com as irmãs?
221. Tendo-nos ensinado o Senhor a rogar que não caiamos em tentação, devemos pedir que não sintamos dores corporais? E como suportá-las se as sentirmos?
222. Quem é o adversário de cada um de nós e como concordaremos com ele?
223. Tendo dito o Senhor: “Quando jejuares, perfuma a tua cabeça e lava o teu rosto; assim não parecerá aos homens que jejuas” (Mt 6,17); se alguém quiser jejuar por um motivo agradável a Deus — corno se verifica terem os santos muitas vezes praticado — e for visto, apesar de não o querer, o que fará?
224. Acaso, ainda hoje, uns trabalham desde a primeira hora, outros a partir da undécima? E quem são eles?
225. Corno nos tornaremos dignos das palavras do Senhor: “Onde dois ou três estão reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles” (Mt 18,20)?
226. Tendo dito o Apóstolo: “Amaldiçoados, abençoamos; caluniados, consolamos” (1Cor 4,12), como deve bendizer o que é amaldiçoado e como deve consolar o que é caluniado?
227. Se deve alguém declarar aos outros o que pensa, ou guardar para si a convicção de aprazer a Deus nisto, se a tiver
228. Se em tudo se deve fazer a vontade dos que se escandalizam, ou se há alguma coisa que não deve ser simulada, mesmo se alguns se escandalizarem
229. Se é dever, vencendo o pudor, confessar a todos ou só a alguns as ações proibidas praticadas. E a quais?
230. Que significa culto e culto racional?
231. Se um irmão, ou até por vezes um sacerdote, me prejudica e age como meu inimigo, é-me lícito observar também para com ele os mandamentos acerca dos inimigos?
232. Se alguém, injuriado por outro, a ninguém o referir, por paciência e mansidão, e parecer deixar para o juízo de Deus, age conforme o que Deus quer?
233. Se faltar a alguém uma só das boas ações, acaso, por isto, não se salvará?
234. Como alguém anunciará a morte do Senhor?
235. Se é útil aprender bem muitas coisas das Escrituras
236. Como devem aqueles que forem julgados aptos a aprender os quatro evangelhos, receber esta graça?
237. Qual é a alma que se orientará segundo a vontade de Deus?
238. Se é possível, de modo ininterrupto, salmodiar, 1er, ou aplicar-se às palavras de Deus, sem intervalo de tempo, em absoluto, porque a alguns sobrevêm uma sórdida necessidade corporal
239. Que é bom ou mau tesouro?
240. Por que se diz que é larga a porta e espaçoso o caminho que conduz à perdição?
241. Por que é estreita a porta e apertado o caminho que conduz à vida? E como se entra por ele?
242. Que quer dizer: “Amai-vos reciprocamente com caridade fraterna”?
243. Que quer dizer o Apóstolo com as palavras: “Mesmo em cólera, não pequeis. Não se ponha o sol sobre a vossa ira” (Ef 4,26), porque diz noutra parte: “Toda amargura, ira, indignação sejam desterradas do meio de vós” (Ib. 31)?
244. Que significa: “Deixai agir a ira” (Rra 12,19)?
245. Que é ser “prudente como as serpentes, mas simples como as pombas” (Mt 10,16)?
246. Que quer dizer: “A caridade nada faz de inconveniente” (1Cor 13,5)?
247. Tendo dito a Escritura: “Não vos glorieis e não faleis coisas elevadas” (1Sm 2,3) e como o Apóstolo confessa: “O que vou dizer, na certeza de poder gloriar-me, não o digo sob a inspiração do Senhor, mas como
num acesso de delírio” (2Cor 11,17) e ainda: “Tenho-me tornado insensato” (2Cor 12,11); em outro lugar, porém, afirma: “Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor” (2Cor 10,17), que é gloriar-se no Senhor e qual a maneira de se gloriar?
248. Se é o Senhor quem dá a sabedoria e de sua face sai a ciência e a prudência (Pr 2,6); se também pelo Espírito a um é dada a linguagem da sabedoria, a outro a da ciência (1Cor 12,8); por que o Senhor exprobra aos discípulos: “Também vós estais ainda sem inteligência?” (Mt 15,16). E por que o Apóstolo acusa a alguns de serem insensatos? (Rm 1,31)
249. Que é honesto e que é justo?
250. Como alguém dá o que é santo aos cães ou lança as pérolas aos porcos? Ou como acontece que se evita o seguinte: “Para que não suceda que as calquem com os seus pés e, voltando-se contra vós, vos despedacem” (Mt 7,6)?
251. Por que o Senhor uma vez proíbe levar bolsa e alforje no caminho; outra, porém, diz: “Mas agora, quem tem bolsa, tome-a, aquele que tem uma mochila, tome-a igualmente e aquele que não tiver uma espada, venda sua capa para comprar uma” (Lc 10,4; 22,36)?
252. Qual o pão cotidiano que aprendemos a pedir cada dia?
253. Que é o talento e como o multiplicaremos?
254. Qual é a mesa onde se deve, como diz o Senhor, depositar o dinheiro?
255. Para onde recebeu ordem de ir aquele ao qual se disse: “Toma o que é teu e vai-te” (Mt 20,14)?
256. Qual é a recompensa que eles recebem de igual modo que os últimos?
257. Quais as palhas queimadas em fogo inextinguível?
258. Quem é o condenado pelo Apóstolo, como afetando humildade e culto, etc. (Cl 2,18)?
259. Quem é fervoroso de espírito (Rm 12,11)?
260. O Apóstolo às vezes diz: “Não sejais imprudentes” (Ef 5,17); outras: “Não sejais sábios aos vossos próprios olhos” (Rm 12,16). É possível a quem não é imprudente não ser sábio aos próprios olhos?
261. Tendo prometido o Senhor que: “tudo o que pedirdes com fé na oração, vós o alcançareis” (Mt 21,22) e
ainda: “Se dois de vós se reunirem sobre a terra para pedir, seja o que for, consegui-lo-ão” (Mt 18,19), por que alguns que suplicavam, até mesmo os santos, não receberam? Assim o Apóstolo: “Três vezes roguei ao Senhor que o apartasse de mim” (2Cor 12,8), e não recebeu o que pedia; e também o profeta Jeremias e até o próprio Moisés
262. Uma vez que a Escritura coloca a pobreza e a indigência entre as coisas louváveis, por exemplo, quando diz: “Bem-aventurados os que têm um coração de pobre” (Mt 5,3), e também: “O pobre e o desvalido louvarão o teu nome” (SI 9,17; 73,21), qual a diferença entre pobreza e indigência e como é verdadeira a afirmação de Davi: “Quanto a mim, sou mendigo e pobre” (SI 39,18)?
263. Que quer ensinar o Senhor, por meio de exemplos, àqueles aos quais acrescentou: “Assim, pois, qualquer um de vós que não renuncia a tudo o que possui, não pode ser meu discípulo” (Lc 14,33)? Se quem quer edificar uma torre ou guerrear a outro rei, deve-se preparar ou para a construção, ou para a guerra, e se não for capaz, convém-lhe, de início, não lançar os alicerces, ou deve pedir a paz, então, quem quer ser discípulo do Senhor deve renunciar? E se vir que para si é difícil, ser-lhe-á lícito não começar a ser discípulo do Senhor?
264. Tendo dito o Apóstolo: “Sejais sinceros” (Fl 1,10), e ainda: “Mas com sinceridade” (2Cor 2,17), que é ser sincero?
265. Se somente aos sacerdotes foi dito: “Se estás por fazer a tua oferta diante do altar e te lembrares que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa lá a tua oferta diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; só então vem fazer a tua oferta” (Mt 5,23.24), ou a todos? E como cada um de nós faz a sua oferta diante do altar?
266. Que é o sal que o Senhor mandou ter, dizendo: “Tende sal em vós” (Mc 9,49)? E o Apóstolo diz: “Que as vossas conversas sejam sempre amáveis, temperadas com sal” (Cl 4,6)
267. Se um receber muitos açoites, e outro poucos, como diziam alguns que as penas são sem fim? (Lc 12,47)
268. Em que sentido alguns são denominados filhos da incredulidade e filhos da ira? (Ef 5,6; 2,3)
269. Está escrito: “Fazendo a vontade da carne e da concupiscência” (Ef 2,3). Acaso são diferentes as vontades da carne e as da concupiscência? E quais são?
270. Que significa: “Vivemos em completa penúria, mas não desesperamos” (2Cor 4,8)?
271. O Senhor disse: “Dai antes em esmola o conteúdo e todas as coisas vos serão limpas” (Lc 11,41). Acaso será alguém purificado de todos os pecados que cometeu, por meio da esmola?
272. Uma vez que preceituou o Senhor não andarmos inquietos pelo dia de amanhã, como entenderemos bem este preceito? Vemos que temos muito empenho em obter o necessário, a ponto de armazenarmos o bastante para muito tempo
273. Em que consiste a blasfêmia contra o Espírito Santo?
274. Como se fará alguém estulto neste século?
275. Se Satanás pode impedir o propósito de um santo, porque está escrito: “Já por duas vezes quisemos ir ter convosco, ao menos, eu, Paulo. Satanás, porém, nos impediu” (1Ts 2,18)
276. Que quer dizer a palavra do Apóstolo: “Para que saibais aquilatar qual é a vontade de Deus, o que é bom, o que lhe agrada e o que é perfeito” (Rm 12,2)?
277. Qual o cubículo onde o Senhor mandou entrar o que vai orar?
278. Como pode o espírito de alguém orar, seu entendimento, porém, ficar sem fruto?
279. Que significa: “Cantai salmos sabiamente” (SI 46,8)?
280. Que quer dizer: puro de coração?
281. Deve-se obrigar aquele que não quer salmodiar?
282. Quais são os que dizem: “Comemos e bebemos contigo” e ouvem a resposta: “Não sei donde sois” (Lc 13,26.27)?
283. Se quem faz a vontade de outrem, lhe é solidário
284. Se uma comunidade se empobrecer devido a uma adversidade ou doença, pode receber de outrem o necessário, sem hesitação? E se convém, de quem o aceitará?
285. Se deve uma comunidade, ao negociar com outra, inquirir solicitamente qual o preço bem justo do objeto
286. Se adoecer um membro da comunidade, deve ser transportado ao hospital?
287. Quais os dignos frutos de penitência?
288. Quem deseja confessar os pecados, deve confessá-los a todos? A qualquer pessoa? Ou a quem?
289. Quem se arrepender de um pecado, mas recair, o que fará?
290. Como alguém trabalhará sempre e muito na obra do Senhor?
291. Que significa a cana rachada, ou a torcida que fumega? E como alguém não quebrará aquela e não apagará esta?
292. Se convém ter na comunidade dos irmãos uma escola de meninos seculares
293. Como proceder com os que evitam os pecados mais graves, mas cometem, com indiferença, os leves?
294. Qual o motivo de perder alguém a contínua lembrança de Deus?
295. Por que sinais se reconhece quem se distrai?
296. Como se persuadirá a alma de estar purificada dos pecados?
297. Como deve alguém arrepender-se dos pecados?
298. Se a Escritura permite que alguém faça o bem como lhe apraz
299. Como a alma estará bem cônscia de que não tem a ambição de glória?
300. Como se realiza a conversão, que é uma coisa oculta?
301. Se alguém disser: “Minha consciência não me condena”
302. Convém tirar do depósito para dar aos indigentes de fora?
303. Se há obrigação de obedecer na comunidade às ordens de todos
304. Se os parentes dos irmãos quiserem dar algum presente à comunidade, deve ser aceito?
305. Se convém receber algo das pessoas de fora, quer amigos, ou parentes
306. Como se evita a divagação?
307. Se convém que haja revezamento para se iniciar a salmodia ou a oração
308. Se convém que a comunidade retribua algum donativo, e se a retribuição deve ser proporcional ao presente
309. Se acontecer a alguém o que é naturalmente habitual, deve aproximar-se da comunhão das coisas santas?
310. Se convém celebrar a ceia do Senhor numa casa comum
311. Devemos visitar os que nos convidarem?
312. Se convém exortar à oração os visitantes leigos
313. Se convém trabalhar quando há visitantes