Barsanufio e João de Gaza

PHILOKALIA-AUTORES — BARSANÚFIO E JOÃO DE GAZA

São Barsanuphius ou Barsanúfio seria egípcio por nascimento, mas os registros que se tem já o apresentam como monge em um monastério na Palestina. Vindo em peregrinação a Jerusalém ali viveu sob a tutela do staretz Marcellus, e posteriormente ingressou na comunidade de Abba Serid próximo a Gaza. Construiu uma pequena célula fora e viveu ali uma vida eremítica, desfrutando do silêncio.

Após muito trabalho sobre si mesmo, tendo purificado seu coração das paixões, elevou-se por uma perfeita humildade que o fazia considerar-se e cinzas, não apenas em palavras mas de fato. Sempre se dizia: Quem sou eu? e quem me considera alguém?

Este santo teria vivido no século VI, no reino do imperador Justiniano, e por cinquenta anos quase ninguém o viu. Só aparecendo para alguns irmãos e lavando seus pés para banir qualquer dúvida de sua existência.

O outro staretz, São João, praticou a mesma vida de silêncio recebendo dons do Espírito Santo, em particular o dom de clarividência e profecia, razão pela qual era chamado Profeta. Depois de sua morte São Barsanúfio cessou de falar e não respondeu mais qualquer questão que lhe perguntasse.

Estes benditos padres legaram um livro de sábios conselhos, contendo cerca de 850 respostas a várias questões perguntadas por diferentes pessoas. Tal é este livro rico de juízos maravilhosos solucionando as questões mais intrincadas. Ensina a paciência, desraíza as queixas, age como lâmina cortante da vontade própria, como um guia para verdadeira e perfeita humildade, fazendo nos ver como nada; um mensageiro do arrependimento, um intercessor pela salvação de nossas almas, e pela perfeição em Cristo Jesus. (resumo da apresentação de Teofano o Recluso, traduzido em inglês em Escritos da Philokalia)

Segundo Jean Gouillard, Barsanufio e João seriam:
Reclusos no mosteiro de Séridos, perto de Gaza, deixaram cerca de oitocentas e cinquenta cartas de direção, em forma de respostas e perguntas práticas (edição raríssima devida a Nicodemos, o Hagiorita, Veneza, 1816). Desprezados pelas Philokalias grega e eslavônica, foram aceitos na Philokalia russa. Eles recomendam insistentemente a oração de Jesus, com empenho e discrição ao mesmo tempo, distinguindo as diferentes obras da vida espiritual. A doutrina dos dois reclusos é acessível, doravante, em tradução francesa integral: Barsanuphe et Jean, Correspondance, Solesmes, 1972.

ESCRITOS NA INTERNET:

Excertos e estudos: