CLEMENTE DE ALEXANDRIA HINO AO CRISTO

Clemente de Alexandria

HINO AO CRISTO SALVADOR

(P.G. 8, 681-683; S.C. 158)

Freio de incautos potrinhos, asa de certeiro pássaro, firme leme dos navios, pastor de régios cordeiros!

Reúne os teus filhinhos, pede à inocência deles hino e louvor sinceros; cantem seus lábios puros aquele que os conduz reinando sobre os santos.

Verbo que vences tudo, Filho do Pai altíssimo, juiz que tudo sabes, és força dos que lutam e eterno regozijo dos séculos sem fim.

Da raça dos mortais tu és o salvador, pastor e agricultor; freio seguro e leme, asa que leva aos céus a grei purificada.

Tu és o pescador daqueles que escaparam ao pélago do mal: peixes que o pão da Vida atrai pela doçura longe da tempestade.

Santíssimo pastor de espirituais cordeiros, conduze como um rei teus filhos inocentes: sobre os teus passos, Cristo, caminhem para o céu!

Ó Verbo inesgotável, ó tempo-eternidade, ó luz que não se extingue, ó fonte de piedade!

Tu constróis a virtude daqueles que, vivendo, a Deus, por serem santos, um hino vão erguendo.

Ó Jesus Cristo, leite que nos desceu do céu pelos sagrados seios da esposa virginal, premida peles dons da eterna sapiência.

E, quanto a nós, filhinhos, de lábios sem malícia, sempre a sugar o seio do Verbo maternal, possa nos saciar o espiritual orvalho!

Com os mais singelos hinos, cantemos sem disfarce do Cristo a realeza: juntemos nossas vozes, pagando-lhe o tributo pelas lições de Vida.

Do Filho onipotente formemos o cortejo: um coro de pacíficos. Hinos ao Deus da paz cantemos, povo sábio, em Cristo transformados.

Tradução de D. Marcos Barbosa.