O Pai-Espírito é cercado pela “água pura [também: viva] de Sua luz”. E como, por meio de Seu reflexo nisso, ocorre a primeira reduplicação espontânea da divindade, resultando na hipostatização de Seu Pensamento, a Primeira Ennoia, já foi relatado anteriormente. Ela também é o “Primeiro Homem” (um nome mais adiante aplicado ao próprio Pai), “espírito original”, “macho-fêmea”, e é chamada Barbelo. Daí procede a geração do Pleroma. “A Barbelo pediu a Ele que lhe desse um ‘Primeiro Conhecimento’; Ele o concedeu: depois de tê-lo concedido, o Primeiro Conhecimento se manifestou [veio à tona, ou seja passou da imanência para o ser separado]” e, de maneira semelhante, outros Aeons — abstratos personificados que se unem para exaltar o Invisível e o Barbelo — são produzidos até que o Pleroma esteja completo; exceto o Filho Unigênito (Christos) que, de uma maneira mais sexual, é “carregado” pela Ennoia por ela ter contemplado “intensamente” o Pai. Não se encontra aqui a emissão dos Aeons em pares que, como tais, tornam-se a fonte para outras emissões (o esquema valentiniano, por Irineu, também é garantido para os Barbeliotes). Mas o princípio do par é subitamente mencionado onde é violado: na aberração da Sophia.
Apócrifo de João – Barbelo [HJGR]
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