O Pai-Espírito é cercado pela “água pura [também: viva] de Sua luz”. E como, por meio de Seu reflexo nisso, ocorre a primeira reduplicação espontânea da divindade, resultando na hipostatização de Seu Pensamento, a Primeira Ennoia, já foi relatado anteriormente. Ela também é o “Primeiro Homem” (um nome mais adiante aplicado ao próprio Pai), “espírito original”, “macho-fêmea”, e é chamada Barbelo. Daí procede a geração do Pleroma. “A Barbelo pediu a Ele que lhe desse um ‘Primeiro Conhecimento’; Ele o concedeu: depois de tê-lo concedido, o Primeiro Conhecimento se manifestou [veio à tona, ou seja passou da imanência para o ser separado]” e, de maneira semelhante, outros Aeons — abstratos personificados que se unem para exaltar o Invisível e o Barbelo — são produzidos até que o Pleroma esteja completo; exceto o Filho Unigênito (Christos) que, de uma maneira mais sexual, é “carregado” pela Ennoia por ela ter contemplado “intensamente” o Pai. Não se encontra aqui a emissão dos Aeons em pares que, como tais, tornam-se a fonte para outras emissões (o esquema valentiniano, por Irineu, também é garantido para os Barbeliotes). Mas o princípio do par é subitamente mencionado onde é violado: na aberração da Sophia.
Apócrifo de João – Barbelo [HJGR]
- “O olho que Deus me vê é o olho que O vejo” [MEHT:126-127]
- « N’éteignez pas l’esprit »
- «Apathie» et connaissance
- A base do platonismo
- A Caridade Profanada [JBCP]
- A confusão do psíquico e do espiritual [JBCP]
- A Consciência de Existir [PNHI]
- A Criação em Deus [LSCD]
- A cura do filho lunático (Mt 17,14-21)
- A esperança cristã da imortalidade na eternidade [VPRJ]