Antônio de Pádua — Quatro Sermões sobre a Virgem Maria
Colaboração e tradução de Antonio Carneiro
1o. Sermão para o Nascimento da Virgem
Como a estrela da manhã no meio das nuvens
A estrela da manhã se chamava Lucifer, porque brilhava mais clara que todas as estrelas. Esse Lucifer que precedia o sol, anunciava o amanhecer e regava com o brilho de sua luz as trevas da noite, agora ela designa a Virgem Maria que anunciou a manhã da graça o sol da justiça àqueles que estavam nas trevas.
Como a lua em sua plenitude
A Virgem Maria é chamada « lua cheia », pois ela é perfeita sob todos seus aspectos. A lua é imperfeita e semi-cheia quando tem manchas e formas como a crescente. A Virgem Maria não teve manchas em seu nascimento, uma vez que ela foi santificada no seio de sua mãe. Ela nunca as teve durante sua vida; é porque ela brilha plena e perfeita e como a luz, dissolve as trevas.
Nós te rogamos, oh Nossa Senhora, Tu, que é a estrela da manhã,
afaste pelo teu esplendor a nuvem da tentação do diabo que encobre a terra de nosso espírito.
Tu, que é a lua em sua plenitude, preencha o vazio de nossos corações,
dissolva as trevas de nossos pecados,
a fim que mereçamos chegar à plenitude da vida eterna e à luz da glória infinita.