Agostinho de Hipona — SEGUNDA-FEIRA DE PÁSCOA
1. A Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo lê-se estes dias, segundo é costume, de todos os livros do Sagrado Evangelho. Nesta leitura de hoje reparámos de certo como o próprio Senhor Jesus, aos seus discípulos, que eram os seus primeiros membros, que andavam ao seu lado, os repreendeu porque a O que choravam morto não acreditavam que estivesse vivo. Os nossos pais na fé, ainda não tinham fé, os mestres por quem todo o orbe das terras havia de acreditar o que eles haviam de pre-que estivesse vivo. Os nossos pais no fé ainda não acreditavam. Aquele que tinham visto ressuscitar mortos, não acreditavam que tivesse ressuscitado.
Eram bem merecidas as repreensões que levavam. Com esta revelação tomavam conhecimento do que eram por si mesmos e do que viriam a ser por Ele. Como também Pedro aprendeu a conhecer-se quando na iminência da Paixão foi presunçoso e quando ela estava a chegar vacilou. Viu-se a si em si, doeu-se de si em si, chorou-se a si em si; e converteu-se para Aquele1 que o fizera. Ora pois, estes ainda não acreditavam, nesta leitura; embora já vissem, ainda não acreditavam. Que grande dignação a d’Ele, pois a nós nos deu a graça de crer o que ainda não vemos! Nós acreditamos nas palavras deles, eles nem a seus olhos acreditavam.