Afonso de Ligório Redenção

Afonso de Ligório — Obras Asceticas de San Alfonso M. de Ligorio
Obras Asceticas de San Alfonso M. de Ligorio, I, Obras dedicadas al pueblo en general, Biblioteca de Autores Cristianos (BAC), Madrid, 1952, 1040 p., edición crítica, introducción ascético-alfonsiana, selección, versión del italiano, notas e índices del padre Andres Goy, C.SS.R.

Contribuição e tradução de Antonio Carneiro das páginas 28 e 29

Meditação II — Bondade de Deus Pai e de Deus Filho na obra da Redenção
I. Deus criou Adão e o enriqueceu com dons; mas o homem, ingrato, o ultrajou com o pecado, privando-se a si e a sua descendência da divina graça e do paraíso. Vê, pois, o genêro humano perdido e sem remédio. O homem havia ofendido à Deus, pelo que era incapaz de oferta-lhe digna satisfação: era preciso que uma pessoa divina satisfizesse por ele. Que fez o Pai Eterno para remediar tal perda? Mandou seu próprio Filho que se fizesse homem e se revestisse da mesma carne pecadora, para que com a morte pagasse à divina justiça as dívidas e facilitasse o retorno da graça.

Meu Deus, se vossa bondade infinita não houvesse encontrado esse remédio, não haveria jamais ninguém que se atreveria a pedir-lhe nem mesmo a imaginá-lo.

II. Que estranheza não deve ter causado aos anjos o grande amor que Deus mostrou para o homem rebelde! Que disseram ao ver o Verbo eterno feito homem e revestido da mesma carne que tinham os pecadores, aparecendo assim diante do mundo o Verbo encarnado como um dos tantos pecadores!

Quão obrigados estamos, meu Jesus, a deixar patente nosso amor, e eu mais que os demais, por haver vos ofendido mais que todos! Se não tivesse vindo me salvar, que haveria sido de mim por toda eternidade? quem poderia me livrar dos castigos merecidos por mim? Sejais sempre bendito e louvado por tanta caridade.

III. O Filho de Deus baixa, pois, do céu para terra para se fazer homem e viver uma vida penosa; vir a morrer em uma cruz por amor aos homens, e os homens que creem ser isto, será possível ser além de outra coisa que não seja um Deus encarnado?

Ah, Jesus, meu Salvador, não quero amar nada fora de vós! Contanto que somente me tenhais amado. renuncio a todos os bens criados: só vós me bastais, oh imenso e infinito bem! Se no passado vos desgostei, agora me arrependo, e queria que esta minha dor me fizesse morrer para compensar de alguma maneira os desgostos que vos causei. Ah, não permitais que no porvenir seja ingrato ao amor que vós me manifestastes! Não, meu Jesus, fazei que vos ame e tratai-me depois como lhe agradai. Oh bondade infinita, oh amor infinito, não quero viver sem amá-los! Oh Maria, Mãe de misericórdia, peço-vos que me concedeis a graça de amar sempre à Deus!