LOGIA JESUS — A PRATA PERDIDA (Lc XV, 8-10)
8 Ou, ainda, qual é a mulher que, tendo dez dracmas, se perde uma,
não acende uma lâmpada e varre a casa, para procurá-la com cuidado até que a encontre?
9 Quando a encontra, convoca as amigas e vizinhas
e diz: “Tende bem-querer comigo, porque encontrei minha dracma perdida.”
10 Assim, eu vos digo: há bem-querer semelhante, nas faces dos mensageiros de Elohîms,
por um único faltoso que retorna.» [Chouraqui]
A chave para o entendimento deste logion está nas analogias: mulher e amigas = anjos; dracma perdido = pecador; dracma achado = pecador arrependido. O uso de números deve também ser verificado, no caso “dez” dracmas. Assim como a mulher acende a candeia, dando luz para sua busca e varre a casa, purificando a casa com diligência, assim também os anjos agiriam em nossa “casa”, nosso interior, até que se alcance nossa metanoia (arrependimento)? Até que nossa parte valiosa, das dez que temos, seja reencontrada, e assim não estejamos mais na condição de “ignorância metafísica”, de incompletude, de pecado (hamartia)…
Antonio Orbe:
Irineu atesta o simbolismo valentiniano (Valentino). Não se detém em refutá-lo. Por conta própria, devia expô-lo como o símile da Ovelha Perdida.
8,4. Y que Achamot se extravió del Pléroma, el Cristo la formó y el Salvador la buscó, afirman ellos que está indicado cuando dijo que había venido a buscar la oveja perdida (Mt 18,12-13; Lc 15,4-7). Porque la oveja errabunda significaría a la Madre errante, la cual sembró la Iglesia terrena; su pérdida sería su permanencia fuera del Pléroma, en medio de sufrimientos, de los cuales se habría originado la materia. La mujer que limpió toda la casa hasta encontrar la dracma (Lc 15,8-10), dicen que describe a la Sabiduría superior, la cual, habiendo perdido su Intención, después de algún tiempo, limpiando todas las cosas con la venida del Salvador, la volvió a encontrar, porque habría regresado al interior del Pléroma.
Roberto Pla: Evangelho de Tomé – Logion 88
Quanto a essência do homem “no homem”, os anjos são os ministros da luz, posto que eles são luz. Quando eles se reúnem, reunidos ficam os “eleitos”, pois eles são os “eleitos” (Cf. Mt 24,31; Mc 13,27); e separados ficam os “justos”, pois eles são os “justos” (Parabola da Rede); e separada fica a messe, pois eles são os “segadores” e a messe (Parabola da Rede). Eles são a messe que espera ser redimida da ignorância da alma; o cativo que há que restituir em liberdade. Daí a alegria que se consigna “entre os anjos de Deus” quando uma alma se converte (Lc 15,10) à glória do Pai, o lugar santo onde eles têm plantada sua tenda eterna (Renúncia).
Maurice Nicoll: UM EM MUITOS