Simeão Metafrastes

PHILOKALIA — Simeão Metafrastes

No século IX Simeão foi o tradutor de textos de Macário o Egípcio (o Grande), que viveu no século IV. Sua tradução ganhou muito prestígio e foi incorporada na Philokalia. Macário éra um monge copta, pais espiritual e sacerdote no deserto de Sketis, figurando em destaque na História Lausíaca de Paládio e nos Apotegmas dos Padres do Deserto, sendo sua festa comemorada em 19 de janeiro. Assim esta Paráfrase das Homílias de Macário, por seu ‘background’ sírio e não egípcio, assim como nenhuma das fontes citadas e outras antigas, conterem qualquer referência a escritos de Macário. Acredita-se que o autor desconhecido destas Homílias deve ter escrito estas Homílias no século IV, provavelmente na Síria.

Há reconhecidas similaridades desta obra, em termos de linguagem e simbolismo, com a corrente do Messalianismo, movimento ascético originário da Síria. Alguns autores até qualificam a obra de um “Livro Ascético” dos Messalianos, atribuindo a um Simeão da Mesopotâmia.

Os compiladores da Philokalia incluíram não o texto original das Homílias, mas uma adaptação do século XI, esta sim atribuída a Simeão Metafrastes, conhecido por escreve um grande volume, Menologion, ou “Vidas dos Santos”. Nesta paráfrase de Metafrastes, enfatiza-se: o constante conflito, ou “guerra invisível” (agon), nas profundezas do coração (kardia) humano, entre a graça (kharis) e Satã (diabolos), entre o Espírito Santo e o espírito do mal (kakon); a “co-operação” ou synergeia entre graça (kharis) divina e livre arbítrio humano; a necessidade de experiência pessoal, para uma “certeza consciente e completa” (parrhesia) da morada e presença do Espírito Santo.

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