Porta Estreita

Sermão da Montanha — PORTA ESTREITA (Mt VII,13-14; Lc XIII,24)

CITAÇÕES DO EVANGELHO DE JESUS: Mt 7:13-14; Lc 13:24

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São Jerônimo:
Obras de San Jerónimo, II, Comentario a Mateo y otros escritos, Biblioteca de Autores Cristianos (BAC), Madrid, 2002, 769 p., edición bilingü e promovida por la Orden de San Jerónimo, introducciones, traducción y notas de Virgíliio Bejarano.

Tradução de Antonio Carneiro do Comentário à Mateus, Livro I (1,1 — 10,42), página 75.

14. Que tem que entrar pela porta estreita e precaver-se dos falsos profetas

Entrai pela porta estreita! Quão larga a porta e espaçoso o caminho que leva à perdição, e muitos são os que entram por ela! Quão apertada a porta e que estreito o caminho que conduz à vida, e poucos são os que a encontram! (7, 13.14) O caminho espaçoso são os prazeres desta vida que apetecem aos homens; o estreito é o que discorre entre as penalidades e jejuns, pelo qual se encaminhou o apóstolo e pelo qual exorta a que se encaminhe Timóteo (1 Tim 5,21). Considere ao mesmo tempo quão significativamente foi falado de um e do outro caminho. Pelo largo caminham muitos; o estreito poucos o encontram. O largo não o buscamos nem é necessário encontrá-lo, se oferece espontaneamente e é o caminho dos equivocados; mas, o apertado nem todos o encontram nem os que o encontram se encaminham no instante por ele, posto que muitos, havendo encontrado já o caminho da verdade, agarrados pelos prazeres desta vida, voltam da metade do caminho.

Precavei-vos dos falsos profetas que vem a vós com pele de ovelha, mas, por dentro são lobos rapaces.(7,15) Também, desde logo, pode ser entendido que são todos os que com seus hábitos e suas palavras prometem uma coisa e demonstram outra com suas obras; mas, especialmente há de ser entendido como sendo dos hereges que com a continência, a castidade e o jejum parecem se envolver quase como com uma certa vestimenta de piedade, mas que, tendo por dentro a alma envenenada, conquistam os corações dos irmãos mais simples. Assim pois, pelos frutos de sua alma, arrastam a inocência para a ruína, se lhes compara com os lobos rapaces.

Edith Stein: A CIÊNCIA DA CRUZ — A PORTA ESTREITA