54. Quando Jesus foi batizado, “o Espírito Santo desceu sobre ele em forma corporal, como pomba” (Lc 3,22). A descida da pomba é a melhor expressão da atitude do Espírito para com Nosso Senhor.
Enquanto pronunciamos o Nome de Jesus tentemos corresponder, se assim podemos falar, ao movimento do Espírito em direção a Jesus, com o Espírito dirigido pelo Pai a Jesus, olhando para Jesus, vindo até Jesus. Unamo-nos — tanto quanto uma criatura pode unir-se a uma ação divina — a este vôo da pomba (” Quem me dera ter asas como pomba…!” Sl 55,7) e aos sentimentos de ternura expressos por sua voz: “…Ouve-se o canto da rola em nosso campo” (Ct 2,12). Antes de “interceder por nós com gemidos inefáveis” (Rm 8,26) — o Espírito eternamente suspirou e suspira por Jesus. O livro do Apocalipse mostra-nos o Espírito, junto com a Esposa (isto é, a Igreja) clamando a Nosso Senhor. Ao proferirmos o Nome de Jesus, podemos concebê-lo como anelo e aspiração do Espírito Santo, como expressão do desejo e ternura do Espírito. Assim seremos admitidos (segundo nossa frágil capacidade humana) no mistério da relação amorosa entre o Espírito Santo e o Filho.