chamada

HANS JONAS — A RELIGIÃO GNÓSTICA

VIDE: CHAMADA
Chamada de Fora
Excertos traduzidos de THE GNOSTIC RELIGION

O símbolo do “chamado” como a forma na qual o transmundano faz sua aparição dentro do mundo é tão fundamental para o gnosticismo oriental que podemos até designar as religiões mandeana e maniqueísta como “religiões do chamado” [[“Chamador do Chamado” é o título do missionário maniqueu; até o tempo do islamismo a palavra para missão era “chamado”, para missionário, “chamador”.]. O leitor se lembrará da conexão estreita que se tem no Novo Testamento entre escuta e . Encontramos muitos exemplos nos escritos mandeanos: a em resposta ao chamado do além que não pode ser visto mas ouvido. O simbolismo maniqueu chegou a hipostasiar o “Chamado” e a “Resposta” em figuras divinas separadas. No Hino da Pérola, a “carta” que os celestiais enviam a seu exilado no mundo chega a ele como uma “voz”.

Na elaboração de Valentino, o chamado é especificamente o chamado pelo “nome”, i.e., o místico nome espiritual da pessoa, desde a eternidade “inscrito” por Deus no “livro dos vivos”.

O chamado pode também se referir ao chamado apocalíptico anunciando o fim do mundo.


Werner Foerster: GNOSIS

O fator central no Gnosticismo, o «chamado», não alcança o homem nem no pensamento racional nem em uma experiência que elimina o pensamento. O homem tem uma maneira especial de recepção em seu «Eu». Ele se sente ele mesmo «endereçado» e responde ao chamado. Ele sente que é encontrado por algo que já se encontra dentro dele, embora admitidamente enterrado. Não é nada novo, mas ao invés o velho que só necessita ser chamado à mente. É como uma nota soada à distância, que toca um acorde ecoante em seu coração. Aqui está a razão porque a aceitação básica da gnosis pode e dever ter lugar em um ato simples.