PRÓLOGO DE JOÃO — ELE NÃO É A LUZ…
VIDE: VIRSÍCULOS 4-9
Ele não é a luz, mas o testemunho da Luz.
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Erígena: TESTEMUNHO DA LUZ
Jean-Yves Leloup: EVANGELHO DE JOÃO
A relação de João Batista e do Cristo é frequentemente comparada a relação que existe entre a Luz e o Sol.
A Lua não é fonte de luz, mas reflexo de luz.
O Prólogo nos adverte deste perigo que consiste em tomar algumas vezes o reflexo pela luz, a tomar o Precursor pelo Messias, e se perguntará com efeito no Evangelho « se João Batista não é o Cristo ».
Ao nível da experiência interior, pode-se tomar também o reflexo pela luz. Pode-se ter a ilusão e tomar signos precursores da realização pela Realização ela mesma: uma certa sabedoria, uma certa calma, uma certa claridade de espírito não são ainda a luz.
Estas experiências são ainda — tomando as categoria de São Paulo — do mundo psíquico e mão do mundo pneumático. João Batista o dirá ele mesmo: « Não sou o Cristo ». E esta palavra magnífica: « É preciso que ele cresça e que eu diminua ».
Tauler comentará esta palavra dizendo que o nome secreto de João Batista, é « Non Sum »: « eu não sou », enquanto o nome secreto do Cristo, é « Ego Sum »: « EU SOU ». Este « Non-sum » é a condição mesma para que se realize em nós a Presença do « Ego-Sum ».
Esta experiência será vivida por Catarina de Siena, quando o Cristo lhe dirá: « Eu sou aquele que É » — « Tu és aquela que não é ».
João Batista não é a Luz. Ele porta a luz. Sua presença é pura capacidade do Outro, como Maria — por sua humildade, sua virgindade interior, sua vacuidade, ele se fez « capax Dei » = capaz de Deus.
Ele porta o Dia. Sua face é marca de Sol.