PRÓLOGO DE JOÃO — A TODOS AQUELES QUE O RECEBEM…
A todos aqueles que o recebem, àqueles que creem em seu Nome, dá a ser Filhos de Deus.
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Erígena: SEU PRÓPRIO
Jean-Yves Leloup: EVANGELHO DE JOÃO
Aqueles que se abrem, que se fazem « capacidade », o Logos os investe. O primeiro mandamento é: « Escuta… Escuta, Israel, tu amarás…» (Shema Israel).
Escutar, é se pôr atento, receptivo ao Real, à Realidade do Logos que dá às coisas de serem o que elas são.
A Escuta conduz à adesão, à aderência, ao que chamamos: a Fé.
Se abrir, Escutar, unificar-se com Aquele que Vem… Realizar seu Nome… etapas para e pelo Logos.
Joaquim Carreira das Neves: ESCRITOS DE JOÃO
Como o Logos nunca tem um nome explícito de maneira direta, o redator-autor trata-o com tempos no passado, no presente e no futuro e com as diversas modalidades de ação dos tempos gregos. Assim acontece no v. 12 com o aoristo elabon (“aqueles que o acolheram) e o presente pisteuousin (“os que acreditam”), aclarados com o aoristo infinitivo genesthai (“aqueles que o acolheram…. que acreditam no seu nome…concedeu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus”; literalmente, “de se terem tornado/originado (de terem nascido) filhos de Deus”). Neste particular, o Prólogo constitui uma aporia teológica em relação a todo o corpo joanico porque só aqui se afirma que os crentes são “filhos de Deus”. Em todos os demais textos só Jesus é “o Filho de Deus” enquanto que os crentes são tekna tou Theou (“crianças de Deus”). Estes “filhos de Deus” são os verdadeiros ta idia, ao contrário dos do v. 11, que receberam da plenitude do Verbo graça sobre graça (v. 16), em oposição à Lei de Moisés do v. 17, e que vão conhecer a verdade total de Deus — o Pai -, através deste “unigênito divino”, que lhes vai “expor” toda essa verdade precisamente em exposição evangélica (v. 18).