GNOSTICISMO — MITOS, DEFINIÇÕES, TERMOS E NOÇÕES
ESCRITURA GNÓSTICA CLÁSSICA
Enquanto movimento religioso emergindo nos primórdios do cristianismo, porém com manifestações no judaísmo que logo antecede o cristianismo e no hermetismo e na filosofia pagã que lhe sucede, o Gnosticismo vem sendo muito estudado nos últimos dois séculos, revelando uma concepção ímpar em termos cosmológicos, ontológicos e metafísicos, com uma terminologia própria, por vezes divergentes entre as correntes dentro do próprio movimento. Nesta página apresenta-se uma pequena amostra das definições de seus principais pesquisadores, assim como uma tentativa de identificar os termos e noções capitais para seu entendimento.
Corbin
( … ) Hay algo en común entre las antiguas religiones mistéricas, que inician a un misterio, y las sodalidades iniciáticas que, en el seno de las religiones reveladas, inician a una gnosis. Pero su estatuto difiere. Ni el Cristianismo ni el Islam son, en su constitución histórica oficial, religiones iniciáticas. Sin embargo, existe una versión iniciática, una gnosis del Cristianismo y del Islam. Lo que hace falta saber es en qué medida los dogmas fundamentales de una y otra religión justifican o niegan, precisan o contradicen la función de la gnosis; saber, por ejemplo, si el dogma oficial de la Encarnación se solidariza con la conciencia histórica, o si la gnosis le da su verdadero sentido; si el profetismo esencial al Islam exige una gnosis, puesto que la verdad del Libro revelado postula una hermenéutica profética, o si la excluye. Y una cuestión práctica también: habría que realizar un estudio comparativo en profundidad sobre la suerte corrida por la gnosis en el Islam y en el Cristianismo. Cabe sin duda imaginar un diálogo, en la metahistoria, entre los «Hermanos de la Pureza», de Basora, movimiento con vínculos ismailíes, y los Rosacruces de Johann Valentín Andreae: se habrían entendido perfectamente. Pero la pregunta sigue en pié: ¿Ha habido en el Cristianismo un fenómeno comparable a lo que la gnosis ismaelí representa para el Islam? O bien, ¿a partir de cuándo se tornó este hecho imposible? ¿Han existido en el Cristianismo espirituales comparables a un Ibn Arabi y que hayan ejercido un influencia semejante? ¿Ha habido en el Cristianismo un fenómeno comparable, en extensión y en profundidad, al del sufismo? Es al sufismo iranio al que básicamente nos referimos aquí. Hay que ser precavido con las comparaciones apresuradas que han podido hacerse con el monaquismo cristiano; ambos fenómenos difieren profundamente. Se puede pensar en una Orden tercera o en una Logia, pero no es ni lo uno ni lo otro. (HCIbnArabi)
CTJ
Do grego gnosis, «conhecimento»; comporta um conjunto de doutrinas elaboradas durante os primeiros séculos da era cristã, graças às quais o homem crê estar em estado de atingir um perfeito conhecimento de Deus. Aplicando critérios diferentes dos da religião, o gnosticismo apresenta-se como uma espécie de supra-religião.
Um traço caraterístico da gnose é o dualismo fortemente acentuado, com uma separação absoluta entre as emanações da luz, esfera de influência do «Deus bom», por um lado, e, por outro, a esfera terrestre, dominada pela matéria essencialmente má.
Distinguem-se várias tendências gnósticas com doutrinas por vezes muito dissemelhantes umas das outras. A ideia da gnose é a da emanação a partir de Deus de todos os seres espirituais. A cada nível de emanação produz-se uma degradação. A gnose indica principalmente uma via de redenção graças à qual se opera um regresso progressivo ao Criador e, portanto, o restabelecimento da harmonia primitiva.
Entre as duas esferas, por um lado a de Deus, e por outro a das forças do Mal, situam-se seres intermediários sob a dominação do Demiurgo, criador do mundo físico.
Existiu uma gnose cristã e uma gnose judaica. Por vezes, judeus e cristãos, após a separação ao nível das duas comunidades, encontravam-se algures lado a lado nos grupos gnósticos. (CTJ)