Pla
Jesus disse: O que busca não deve cessar de buscar até que encontre; quando encontre ficará estupefato e uma vez estupefato se maravilhará e reinará sobre o todo.
Gillabert
Jesus disse: que aquele que procura não cesse de procurar até que encontre; e quando tiver encontrado, estará estupefato, e estando estupefato, estará maravilhado e reinará sobre o Todo.
Leloup
Jesus dizia: Que aquele que procura, esteja sempre em demanda, até que encontre, e quando tiver encontrado, estará na perplexidade, tendo estado na perplexidade, maravilhar-se-á, reinará sobre o Todo.
Meyer
Jesus disse, ‘Que aquele que busca não pare de buscar até encontrar. Quando encontrar, se perturbará. Quando perturbado, se deslumbrará, e reinará sobre tudo’.
Mt 7,7-8
7 Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á. 8 Porque, aquele que pede, recebe; e, o que busca, encontra; e, ao que bate, abrir-se-lhe-á.
Lc 11,9-10
9 Pelo que eu vos digo: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei, e abrir-se-vos-á; 10 pois todo o que pede, recebe; e quem busca acha; e ao que bate, abrir-se-lhe-á.
Clemente de Alexandria
Clement of Alexandria (Stromata), i. 9. 45. Até mesmo (ou também) no Evangelho segundo os Hebreus estão escritas as palavras ‘aquele que se maravilha reinará, e aquele que reina repousará’. id, (Strom,) v. 14. 96. Pois essas palavras têm a mesma força que estas: ele não cessará de buscar até que encontre e, tendo encontrado, ficará maravilhado e, tendo ficado maravilhado, reinará e, tendo reinado, repousará. [Rhodes James]
Oxyrhynchus
Que aquele que busca não cesse de (buscar até) encontrar, e quando encontrar (se maravilhará, e) tendo se maravilhado, reinará, e (tendo reinado) repousará. [Rhodes James]
Comentários
Puech
Logion 2 (pl. 80, 14-19: “Que aquele que procura não deixe de procurar até encontrar, e quando tiver encontrado, ficará perturbado, e se estiver perturbado, ficará maravilhado, e reinará sobre o Todo”) é citado, entre outros, duas vezes por Clemente de Alexandria em seus Stromata (II, 9, 45, 5, e V, 14, 96, 3) e dado na primeira vez como vindo do kath’ Hebraious euaggelion.
O tema desenvolvido aqui é resumido na palavra de ordem evangélica: “Buscai e achareis”, frequentemente apresentada pelos gnósticos (cf. S. Irineu, Adv. haer., II, 13, 30, II, 18,6, III, 24,2, e Tertuliano, De praescr. haer., 8) e, além disso, retomada em: Logion 92 e Logion 94. Descrevendo os estágios da “busca” que leva, em graus sucessivos, à descoberta de Deus ou do Reino, este logion também distingue, à sua maneira, entre um “movimento” e um “repouso”, anapausis. O “movimento” corresponde, ao que parece, à própria busca, à sua jornada, que é uma aproximação gradual marcada ou pontuada pela provação de várias emoções ou sentimentos que afetam a alma do “buscador”, agitando-a e sacudindo-a, perturbando-a ou excitando-a: perturbação, confusão ou tumulto (thorubos), admiração, espanto ou assombro, estupor, até mesmo pavor (thambos), ou seja, em suma, provocando essas concussões, esses abalos, essa agitação, que poderiam evocar, por sua vez, os equivalentes gregos de kim: kinesis, salos, ou mesmo seismos. Em todo caso, não há dúvida de que o “repouso” (anapauesthai, epanapauesthai, nas versões citadas por Clément), que se segue ao “movimento” e é alcançado no final da última etapa, marcando o fim definitivo da ascensão, é correlativo ao “achado”, à descoberta do objeto, do lugar ou do estado procurado.