Esta aproximação entre a Torá e a Árvore da Vida é baseada nos Prov. 3, 18. O pecado de Adão, aliás, não priva o Homem de todo o conhecimento da Torá: este é-lhe simplesmente acessível de outra maneira, de um outro modo. O fato de ter comido o fruto da árvore proporciona a Adão conhecimento e discernimento de um ponto de vista humano, mas priva-o do verdadeiro conhecimento intuitivo, do qual ele estava dotado anteriormente (P. R. K., ed. Buber, 44 b/45 a). Contudo, Adão faz penitência e recebe a Sefer Raziel (cf. Zohar, I, 55 b), chave do verdadeiro conhecimento dos segredos da Torá.
Sempre de acordo com o Midrash (Gen. R., ib.), Adão, após o seu pecado, prevendo que os seus descendentes corriam o risco de tomar o caminho do Guehinnom («Geena»), abstém-se de procriar até que Deus lhe revela que após vinte e seis gerações irá dar a Torá a Israel (cf. também ib., I, 10). Deus, é certo, fechou ao Homem o caminho da Árvore da Vida, mas, em compensação, deu a Israel a Torá, que, doravante, é a sua Árvore da Vida». [CTJ]