diakrisis

Ora, quanto ao que está enfermo na , recebei-o, não em contendas sobre dúvidas (diakrisis). (Rom 14:1)

E a outro a operação de maravilhas; e a outro a profecia; e a outro o dom de discernir os espíritos (diakrisis); e a outro a variedade de línguas; e a outro a interpretação das línguas. (1Co 12:10)

Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal. (Heb 5:14)


DISCERNIMIENTO (diakrisis): en general, es la capacidad de acoger las mociones de la gracia (kharis) y los signos de Dios, asumiéndolos, sin alterarlos por exceso o por defecto; se refiere también a la capacidad de distinguir la acción (praxis) verdadera de la gracia (kharis) y de los impulsos que proceden de ella, de los engaños del demonio (diabolos), quien puede quizás, presentarse bajo la apariencia del bien (agathon). El discernimiento entre el bien (agathon) y el mal (kakon) pertenece a la verdadera ciencia (gnosis). En un padre espiritual, además, el discernimiento se manifiesta también por la capacidad de adaptarse, en alguna manera, a la “medida” del interlocutor, secundándolo y disponiéndolo a recibir mociones del Espíritu (nous), sin prevenirlo ni inducirlo a hacer lo que Dios aún no le pide y para lo que, en consecuencia, no da la gracia necesaria.


Citações dos Padres — em nosso site francês

Tradução Francesa
Designa as energias (energeia) não criadas (ageneton), distintas da essência (ousia), pelas quais o Divino se manifesta e se comunica.

Tradução Inglesa
Dom espiritual permitindo a discriminação entre os tipos de pensamentos (logismos) que atravessam o pensamento, para reconhecê-los precisamente e tratá-los devidamente. Através desta dádiva obtém-se o “discernimento de espíritos”, ou seja, a habilidade de distinguir entre os pensamentos ou visões inspirados por Deus e as sugestões (prosbole) ou fantasias (phantasia) vindas do diabo (diabolos). É uma espécie de olho ou de lanterna da alma (psyche) pela qual o homem encontra seu caminho espiritual sem cair em extremos; inclui assim a ideia de discrição.

Evagrio
Da Discriminação (diakrisis): “7. Aprendemos, depois de muita observação, a reconhecer a diferença entre pensamentos angélicos, pensamentos humanos e pensamentos que vem dos demônios (diabolos). O pensamento angélico tem que ver com a natureza verdadeira das coisas e com a busca de suas essências espirituais (essências interiores — ousia). Por exemplo, porque o ouro foi criado e espalhado como areia nas baixas regiões da terra, para se achado somente como muita labuta e esforço? E como, quando achado, é lavado na água e posto ao fogo, e então posto na mão de artesãos que o moldam em candelabros do tabernáculo e censórios e vasos dos quais, pela graça de nosso Salvador, o rei da Babilônia não mais bebe (Dan V, 2)? Um homem como Cleopas traz um coração ardendo com estes mistérios (Lc XXIV, 32). O pensamento demoníaco, por outro lado, nem conhece nem pode sabe tais coisas. Só pode vergonhosamente sugerir a aquisição de ouro físico, vislumbrando a riqueza e a glória que disto virá. Finalmente, o pensamento humano nem busca adquirir ouro nem se preocupa em saber o que simboliza, nas traz à mente simplesmente a imagem de ouro, sem paixão ou ganância. O mesmo princípio se aplica a outras coisas também.

Máximo o Confessor
Discriminação — “A recompensa do autodomínio é a não identificação, e a da (pistis) é o conhecimento (gnosis). E a não identificação proporciona o discernimento (discernimento de espíritos) enquanto o conhecimento dá lugar ao amor (eros) por Deus. A mente que bem se sucedeu na vida ativa avança na prudência (phronesis) e aquela bem sucedida na contemplação (theoria) avança em conhecimento. (…) A recompensa pelo trabalho da virtude (theoria) é não-identificação e conhecimento, pois estas se tornam nossos mestres no Reino dos Céus assim como as paixões (pathos) e a ignorância são mestres da eterna punição.”

Padres do Deserto
Há graus de discriminação que se distinguem pelos efeitos. É necessário que ela tenha certa profundidade antes que possa dirigir a luta (agon) pela (metanoia) e assim se alcançar a impassibilidade (apatheia). Segundo Clemente de Alexandria, o nous peculiar do ser humano deve permitir a discriminação das aparências e não ser levada por elas.

Para os monges e monjas do deserto, um dos sintomas e frutos importantes da humildade é a capacidade de discernir espíritos. O discernimento de espíritos é uma atividade de iluminação, e sem humildade não há luz (phos). O que discerne espíritos sem humildade é um cego que guia outro cego.

Na tradição do deserto, o discernimento de espíritos, em si mesmo e em outros, consiste em saber distinguir o bem (agathon) do mal (kakia) nos corações (kardia), no que fazemos e no que nos sentimos inspirados a fazer. É ajudar a perceber o que é inspirado por Deus, ou pelo demônio (diabolos), ou por paixões (pathos) ou ilusões (plane). O discernimento de espíritos pertencia já à tradição judeu-cristã, e se desenvolveu como disciplina religiosa nas comunidades de Qumrã. Jesus instou seus discípulos a discernir os tempos e os espíritos (Mt 7,15ss: “Pelos seus frutos os conhecereis”; Mt 16: “não sabeis interpretar os sinais dos tempos?” Mt 24,32). O Novo Testamento, particularmente São Paulo, é rico em critérios para discernir o que vem do Espírito e o que procede da carne (sarx); para Paulo, o discernimento de espíritos é um carisma (1Cor 12,10). (A SABEDORIA DO DESERTO — SEGUNDO GALILEA, Paulinas)

Teofano o Recluso: Discernimento
“Discreción”, en el lenguaje de los padres de la vida monástica, equivale a “sentido de lo real”. Es una virtud que modera por igual los excesos de la presunción y los defectos de la pusilanimidad. Con todo, en aquellos tiempos, más debía atenderse a frenar los excesos del celo por las austeridades corporales que a estimular la generosidad de ciertos monjes remolones. A uno de los padres del yermo, Poimén, se le atribuye esta admirable sentencia: “Todo lo que excede la medida pertenece al demonio”; Poimén se creía obligado a insistir en este punto, porque, según decía, “muchos de nuestros padres fueron fuertes en el ascetismo, pero en la sutileza (de la discreción), sólo alguno que otro”.

Hay que añadir enseguida que por “discreción”, entiende, sobre todo, el “discernimiento de espíritus”; pero también la considera como moderationis generatrix (madre de la moderación) y la opone al vitium nimietatis (vicio de la desmesura). Tomándola en ambos sentidos, le otorga el título de “fuente y raíz de todas las virtudes”. Su papel consiste en mantener al monje a igual distancia de los excesos, guiarie por el camino real, sin permitirle desviarse ni a la derecha ni a la izquierda. La colección sistemática latina de Apotegmas contiene todo un libeüus de 115 números titulado De la discreción, en el que se pueden hallar multitud de ejemplos de dicha virtud en ambos sentidos del vocablo.

La discreción acabó por imponerse, al menos entre los mejores. En efecto, conocemos numerosos casos de monjes santos que, movidos por la discreción, prescinden a veces de reglas y costumbres bien establecidas y consideradas por muchos como intangibles y sacrosantas. De ordinario es el servicio y el amor del prójimo la ocasión inmediata. El ayuno y el silencio, por ejemplo, son prácticas muy recomendables y recomendadas de la vida ascética, pero, comer y hablar pueden ser a veces manifestaciones de la caridad, y, por lo consiguiente, mucho más importante que las reglas que se infringen. Por eso, un anciano podía decir: “Este parece que guarda el silencio, pero habla sin cesar, puesto que su corazón juzga a los demás; aquél habla de la mañana a la noche, y no falta al silencio, puesto que nada dice que no sea provechoso a los demás”. Los textos monásticos abundan en parecidas anécdotas: Un hermano fue a visitar a un ermitaño, y al despedirse le dijo: “Perdóname, padre, por haberte privado de seguir la regla”. El anacoreta respondió: “Mi regla es acogerte con hospitalidad y ponerte de nuevo en tu camino con paz”. Nuestros monjes no eran, en modo alguno, ni formalistas ni escrupulosos. No se hacían esclavos de las reglas y costumbres, y se ha notado que esta enfermedad psíquica tan penosa que son los escrúpulos apenas aparece, o tal vez no aparece absolutamente, en los textos espirituales o teóricos del monacato primitivo. Los verdaderos monjes gozan de la libertad de los hijos de Dios; son humanos, muy humanos. La discreción en último análisis, los libra de toda estrechez moral, de toda cautividad psíquica, y los mantiene en el reino de la libertad interior.

Larchet
O papel da prudência é, geralmente, o de discernir em todas as circunstâncias a vontade (thelema) de Deus. Em todas as suas modalidades, ela assemelha-se à virtude (arete) do discernimento (diakrisis; discretio) e é assim que os Padres a designam frequentemente.


Robin Amis: UMA CRISTANDADE DIFERENTE

«Sem diakrisis o caminho é facilmente perdido» (Cassiano). Embora traduzido por «discriminação», é um termo grego que os Padres da Igreja usaram constantemente de modo muito especializado, enquanto um elemento essencial no deslocamento pelo Caminho. A discriminação é um poder da nous – inteligência. Máximo o Confessor afirma: «enquanto o poder discriminatório da alma, nous, persuade a alma a se agarrar a primeira e trancender a segunda», ele se refere a duas espécies de influências, uma a influência do mundo (a segunda), a outra a influência espiritual (a primeira) que nos atrai para fora das preocupações ordinárias concernentes ao mundo.

É preciso aprender a separar nous de distrações do mundo. Esta «separação interior» requer que distinguamos e discriminemos entre o conhecimento possuído por nous e as sensações nos alcançando desde o mundo exterior. A completa discriminação leva à apatheia, a não submissão às paixões.


Frithjof Schuon: PÉROLAS DE UM PEREGRINO

As interpretações teológicas da árvore proibida nem sempre são concludentes: assim, reconhecer que o primeiro homem tinha necessariamente discernimento moral, em seguida pretender que o pecado original foi a usurpação da faculdade — reservada a Deus — de decidir o que é o bem e o mal é, no mínimo, contraditório. Pois, se Adão tinha discernimento moral, tinha por essa mesma razão a faculdade de aplicá-lo e a frase “decidir por si mesmo o que é o bem e o mal” não tem sentido algum, a menos que signifique o desejo de ir contra o discernimento; mas, neste caso, há a violação de uma faculdade humana e não a usurpação de um privilégio divino. Além disso, dizer que, decidindo o que é o bem e o mal, o homem se põe no lugar de Deus é insinuar que o bem e o mal resultam de uma decisão divina, isto é, de um veredicto cujas causas não podemos ignorar; aí está uma opinião que nos leva a certos exageros da teologia asharita. Evidentemente, a avaliação moral, seja extrínseca ou intrínseca, circunstancial ou essencial,86 nada tem de arbitrária: é mal aquilo que por sua natureza ou no plano da sua manifestação se opõe a Deus, ou aquilo que de fato é prejudicial ao homem, estando o interesse superior sempre à frente do interesse inferior. Embora seja evidente, lembremos a esse respeito que um bem objetivo pode ser subjetivamente um mal para determinado indivíduo ou para determinado gênero de homens, e inversamente; por razões de oportunidade, a moral codificada e simplificadora admitirá mais facilmente esse segundo ponto de vista do que o primeiro, no sentido de que sempre denominará um “mal” todo bem moral ou socialmente inoportuno.