Jacob Boehme — SIGNATURA RERUM
Excertos de Adam McLean, “”
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Ilustrando a edição de 1682 do livro Signatura Rerum de Jacob Boehme, esta “mandala” tem escrito no alto à esquerda, SIGNATURA RERUM, a Assinatura de Todas as Coisas, sob a forma de uma cruz. Interessantemente, no braço vertical vemos uma polaridade, onde na parte para cima SIGNA se lê para cima, enquanto na parte inferior TURA se lê para baixo. As letras “V” e “A” também incorporam a polaridade.
Quanto à mandala ela mesma, vemos no topo um triângulo alado suportando o quádruplo Nome de Deus, YHWH. Ele irradia sete raios ou forças espirituais para as alturas do mundo espiritual. Abaixo do espaço circular central, se vê a Cidade Celestial, a Nova Jerusalém do XXI capítulo do Apocalipse, com o Cordeiro no centro e as doze portas aos seu redor. Assim temos uma polaridade entre Deus, remoto no mundo espiritual sobre seu trono com os sete espíritos irradiando, e o estabelecimento dos princípios espirituais na Terra como Cidade Espiritual. No espaço central vemos o que deve ser integrado destas forças espirituais remotas, ocultas, a serem levadas a manifestação exterior como o reino da Cidade Espiritual.
Esta figuração central é cercada de quatro chamas, representando os arquétipos dos quatro elementos. Estes, adicionados ao triuno reino do Divino, dá os sete espíritos. O Divino age através das três partes da Trindade — Pai, Filho e Espírito Santo — e também través do Quaternário dos Quatro Arcanjos dos elementos e Direções do Espaço (Miguel, Uriel, Gabriel, Rafael, embora não nomeados aqui. Estes existem nas alturas do Mundo Espiritual, mas medeiam através do reino zodiacal das estrelas. Assim conectam com o ~9801~ Touro, o ~9804~ Leão, o ~9807~ Águia, ~9810~ Homem. Os doze signos zodiacais no meio da esfera também relacionam-se com os doze portais da Jerusalém celestial. Estes quatro arquétipos são ainda mediados na região central do espaço mundial pelos espíritos planetários ~9794~, ~9796~, ~9795~, ~9792~. Boehme chama os planetas de Sete Propriedades e conecta-os com a Visão da Divindade e com os sete braços do candelabro do Capítulo um do Apocalipse. Boehme interpreta as Sete Estrelas nesta visão como princípios espirituais externalizados nos corpos planetários.
Acima, no topo do espaço circular, um triângulo alado flamejante suporta o disco do Sol. Esta é a reflexão do triângulo espiritual superior no meio do reino das estrelas, o mundo astral. Abaixo, polarizado com este triângulo flamejante, está o Cubo enquadrado suportando o crescente lunar. Esta é a Pedra da Fundação da Jerusalém Celestial, a Pedra Angular do Cristo. Notamos que carrega dentro dela um triângulo sombreado apontando para baixo, notamos também que o disco do Sol acima tem duas quádruplas chamas radiantes. O alquimista deve unir o Três com o Quatro; ou seja, deve trazer a Trindade espiritual para dentro do mundo material dos Quatro Elementos. Estes, quando adicionados juntos, formam os Sete Princípios; e quando multiplicados dão os Doze Portais Zodiacais da Nova Jerusalém.
Indo além destas polaridades, realizamos o domínio de um símbolo que não está delineado exteriormente. Este é Mercúrio ~9791~, seu símbolo planetário sendo formado pelas duas asas do Sol triângulo, o círculo central interior, e a quádrupla cruz definida pela Pedra Cúbica. Mercúrio. a substância viva da alma humana, une as polaridades, o espiritual e o material. Notemos também que os planetas acima da linha mediana, ~9794~ e ~9796~, têm a cruz da matéria acima; enquanto os planetas abaixo desta linha, ~9791~ e ~9795~, têm a cruz material acima.