Philip Zaleski — ORAÇÃO
#Duas figuras guardam a entrada do tema da oração: o mago e o sacerdote.
**O mago comanda; o sacerdote oferece;
**A oração do mago é uma encantação, um charme, uma palavra ou canto de poder usado para alcançar um determinado resultado
**A oração do sacerdote é uma invocação, a fala ou canto de um sacrifício, que honrando os deuses busca alcançar bens temporais e eternos.
**A oração mágica faz descer o poder dos céus.
**A oração do sacerdote é um ofertório sobre o altar ascendendo aos céus.
**Ambas são ações arquetípicas.
#Estudo da coletânea Greek Magical Papyri, , onde se salienta a denominada Liturgia de Mitras (Mithras Liturgy), que reúne uma séria de orações contendo uma variedade de efeitos sonoros, do gênero que Rudolf Otto tão bem caracterizou como “sons numinosos originais”.
#Estudo do “Oitavo Livro de Moisés” (Eight Book of Moses), onde se encontra uma interpretação dos ruídos sonoros das orações mágicas, como reproduções de sons emitidos por animais (que nos faz lembrar o fascinante estudo de Marius Schneider).
#Outros ingredientes compõem a oração mágica, além da mente e da voz, e de gestos e prostrações, o uso de incenso, aromas diversos e até alimentos se combinam em algumas orações.
#Existe uma ambivalência entre gregos e romanos sobre a magia, refletida em sua terminologia.
**O grego mageia (latim magia) refere-se às práticas dos magoi (latim magi), membros do sacerdócio hereditário persa que eram admirados por sua sabedoria mas temidos por sua estranheza.
**Plotino afirma que “a oração e sua resposta, a magia e seu sucesso depende da simpatia das forças encadeadas”. O cosmo é afinado como uma lira, de modo que a vibração criada por uma oração ou conjuro em um lado causa uma vibração em resposta em outro.
**Sobre este sistema neoplatônico se desenvolveu todo um complexo de harmonias e correspondências, um sistema denominado teurgia (vide Iamblichus e Proclus).
**Breve resumo do Asno Dourado de Apuleius.
#Os limites entre oração e magia não podem ser claramente traçados; imagine uma oração sem um traço de magia, sem qualquer sensação de que há um poder nas palavras e ações que a constituem; imagine uma oração buscando tão somente resultados desejados, sem o espírito vital da humildade e da dependência da graça divina.
**A oração deve ter uma dimensão mágica, mas deve também manter esta dimensão sob vigilância.
#Mágica judaica
**A história de Honi-Me’aggel, Honi o Traçador do Círculo Mágico.
#O Ba’al Shem Tov
**Resumo do grande mestre hasídico, Ba’al Shem Tov.
#A Magia Cristã
**Heliand (Canto do Salvador) do século IX DC
**Devoção e oração cristãs
#Magia Profunda
**O mundo fantástico de Tolkien e de C.S.Lewis.
#O Sacrifício do Fogo
**O fogo Agni no Rig-Veda
#Sacrifício em Oração
**Referências à tradição indiana, especialmente ao budismo e ao vedanta.
#O Sacrifício de Abraão
**Diversas referências às passagens bíblicas que caracterizam o sacrifício na tradição judaica.
#O Sacrifício de Cristo
#Intercessão
#O Coração em Peregrinação
**Exploração de quatro figuras arquetípicas que personalizam modos fundamentais de oração: o refugiado, o devoto, o extático e o contemplativo.
#A Terra das Especiarias
**Exploração dos relacionamentos entre oração e cultura:
***Examina-se o papel excepcional que a oração desempenha nas sociedades tradicionais e as negociações modernas entre oração e secularidade na cultura das sociedade contemporâneas.
#Algo Compreendido
**Tentativas de se compreender a oração em laboratórios de ciências empíricas e no laboratório do coração humano.
**Exame dos relacionamentos entre oração e cura, da eficácia da oração.
**Retorno às questões de abertura: Como e porque oramos? Qual o lugar da oração da vida humana e do cosmo? É a oração “algo compreendido”, como no poema de George Herbert?