Evola (UK1928) – Theosophia Practica – regeneração

Na concepção de Gichtel, o segredo da regeneração consiste em “tocar” o centro inferior, o globo ou olho mágico, de modo a produzir uma certa transformação que possa restaurar o temperamento original, com a Luz ou Sofia recém-despertada e casada com o Fogo. Gichtel diz que o desejo ardente não destruiu completamente o princípio luminoso, mas causou a separação dele; que ele está oculto e, no homem natural, permanece oculto e inativo, inutilizável e latente. Ele ainda está no coração, mas mais profundo do que a consciência pessoal pode alcançar (II, 12, 13). Ele fala de um fogo de Amor divino que pode acender o Globo e despertar uma luz clara das profundezas do coração, que pode libertar o Sol da Serpente (II, 54); e é a presença celestial de Cristo que também gera sete formas espirituais no lugar das naturais (II, 14). Assim, a palingenesia do corpo e a formação do homem perfeito e angelical são realizadas.

O método de Gichtel é basicamente o mesmo do Caduceu hermético, que é a harmonia das duas serpentes antagônicas (branca e negra). Na segunda chave de Basil Valentin, esse Caduceu é um Mercúrio coroado que faz a mediação entre os dois combatentes. Um é solar, armado com uma serpente: é o fogo infernal, a Ira de Deus, mas também o Enxofre comum, que é o ardor, também “heroico”, do indivíduo. O outro é lunar, com um pássaro, que se refere ao Ar e às Águas superiores e pode corresponder a Sofia, que Gichtel diz que se retira, ofendida pelo desejo de seu marido (III, 66-68, 70, 71). Os Filhos da Arte se referem novamente a essa composição quando dizem que o Fogo necessário para a Obra é um Fogo temperado, um Fogo suave, um Fogo luminoso que “não queima as mãos”, um Fogo duplo e andrógino; enquanto a Água é uma Água seca e ardente que “não molha as mãos”.