José o Carpinteiro Copta

HISTÓRIA COPTA DE JOSÉ O CARPINTEIRO

Fonte: Evangelios Apócrifos, por Edmundo González Blanco

O apócrifo intitulado “HISTORIA DE JOSÉ O CARPINTEIRO” conserva tradições a respeito do esposo de Maria, que não se encontram nos evangelhos canônicos.

Como narra principalmente a enfermidade, a morte e o sepultamento de José, poderia, com maior precisão, chamar-se “Morte de José o carpinteiro”.

As narrativas expõem longamente as ideias e as práticas ligadas ao ritual da morte e do sepultamento, na época e no lugar onde foram escritas.

Muitas minúcias são imaginosas e dramatizantes, mas, no fundo, o escrito nada encerra de contrário ao ensino ortodoxo, embora apareçam leves traços de gnosticismo e uma referência aos milenarismo ou quiliasmo.

Língua e texto

A primeira publicação do texto foi feita, em 1722, pelo sueco George Wallin. Reproduzia um manuscrito árabe pertencente à Biblioteca Real de Paris, proveniente do Egito. O texto árabe estava acompanhado de tradução latina e notas.

A origem do manuscrito levou à hipótese de que o texto árabe fosse tradução de um original copta.

Pouco depois foi encontrado este original na Biblioteca Imperial de Paris, para onde fora levado da Biblioteca do Vaticano.

Seguiram-se as descobertas de outros fragmentos.

O texto copta apresenta-se atualmente em duas recensões ou redações. Uma completa, no dialeto bohaírico (32 capítulos), e outra parcial, no dialeto sahídico (capítulos 13 a 21 da versão árabe).

As particularidades vocabulares do texto copta alicerçam a probabilidade de que a primeira redação tenha sido em grego.

No séc. XVI, Isidoro de Isolano conheceu uma versão latina deste apócrifo, cujo original supôs ser hebraico.

Há, portanto, três textos fundamentais:

a) O copta sahídico, incompleto (cap. XIII a XXI), mas considerado o mais próximo do original.

b) O copta bohaírico, completo (32 capítulos).

c) O texto árabe acompanhado da versão latina.

Autor e data

Não dispomos de informações sobre o autor deste escrito. De acordo com o Prólogo, são palavras atribuídas a Jesus Cristo, conservadas pelos apóstolos.

O escrito original deve datar do séc. IV ou V, tendo o Egito como local de sua redação.

Divisão

Para facilitar as citações, o texto, depois de pequeno prólogo, é geralmente dividido em 32 capítulos. Os capítulos são subdivididos em versículos. Ao todo 193 versículos. (excertos tradução em português de Lincoln Ramos)

VIDE: TEXTO EM PORTUGUÊS