JEAN ROBIN — A ÚLTIMA CHANCE DO OCIDENTE
Traduzido e anotado por Antonio Carneiro
BODAS DO CORDEIRO
Para encarar, nesse contexto, os destinos escatológicos das formas tradicionais, sob um ângulo menos conhecido, examinaremos os dois símbolos tibetanos, quase idênticos, do « Grande Hum » e do « Namtchouwangdan » — este último sendo expressamente ligado à doutrina cíclica do Kalachakra (ou « Roda da Existência que vem de « Shamballah »do século XI. As correspondências microcósmicas e macrocósmicas desses dois símbolos permitem, por adaptação ao período atual do ciclo, estudar o papel das diversas tradições ou sub tradições, atualmente em ação na « biologia » terrestre.
ONamtchouwangdane o Grande Humsão símbolos quaternários — assim como se pode julgar segundo as figuras a seguir — que, como tais, são suscetíveis de se aplicar à divisão igualmente quaternária dos ciclos cósmicos e de suas sub múltiplas de diversas ordens.
1 de Aum, que é a fonte da Manifestação Universal. Nesta etapa corresponde o estado sem distinção de castas. As etapas seguintes são: KRITA-YUGA; TRETA-YUGA; DWAPARA-YUGA; KALI-YUGA. Mas, primeiramente, é necessário lembrar-se que o fim do ciclo comporta a passagem por uma etapa abaixo da distinção das castas, correspondente ao reino dos mais vis dos homens, os Tchandalas2, que, segundo seu modo de geração (fecundação de uma mulher brâmane por um Shudra) correspondente à submissão voluntária das faculdades dos Brâmanes às faculdades dos Shudras. Além disso, o poder soberano dos Tchandalas se estenderá ao conjunto da terra e da humanidade, para além dos diversos povos e Estados, e exceção feita somente para um pequeno número de homens.
“principiel” em francês no texto, usado por Roland Barthes como relativo ao princípio quando é a causa de alguma coisa. ↩
Les Pariah dans l’Humanité, par Louis Jacolliot, A. Lacroix & Cie. Éditeurs, Paris, 1876. ↩