Destruição do Templo (Mc XIII, 1-2; Mt XXIV, 13; Lc XXI, 5-7)

LOGIA JESUS — DESTRUIÇÃO DO TEMPLO (Mc XIII, 1-2; Mt XXIV, 13; Lc XXI, 5-7)

EVANGELHO DE JESUS: Mc 13:1-4; Mt 24:13; Lc 21:5-7

5 Alguns diziam sobre o Santuário que ele é ornado com belas pedras e ofertas… Ele diz:
6 «Dias virão em que, daquilo que vedes, não será deixada pedra sobre pedra que não seja destruída.»
7 Eles o interrogam e dizem:
«Rabbi, quando então isto sobrevirá?
e qual será o sinal de que isto acontecerá?»


Mestre Eckhart: SERMÃO 9


Roberto Pla: Evangelho de ToméLogion 113

O templo foi significado por Jesus “em figura”, e deu a entender dele que era seu corpo. Mais adiante, identificou Paulo Apostolo o corpo de todos os homens, de qualquer homem, como templo de Deus vivo, posto que — disse — “o Espírito de Deus habita em vós”.

Quando agora, no discurso, dizem os evangelistas que Jesus saía do templo, deve ser interpretado também “em figura” como o começo de uma reflexão de Jesus fundada na não identificação com o corpo. A resposta de um discípulo — qualquer discípulo — que ainda permanece identificado é, como corresponde, admirativa com respeito a esses “templos”, essas construções ou corpos que vê, como se tivessem vida eterna.

Jesus explica ao discípulo a transitoriedade do “templo” humano. Nenhuma pedra que se sobreponha à “pedra angular”, ao Cristo interior eterno, deixará de ser destruída pelo tempo. Ao final, quando tudo se tenha consumado, somente a pedra eterna prevalecerá.

Isso é tudo enquanto ao templo “em figura” e não haverá necessidade de mencioná-lo de novo durante o Discurso. A ruína do templo corporal é, por outra parte, uma predicação fácil, infalível, posto que se nomeia porque é o símbolo da destruição do hílico, a morte sentenciada de todo o passível.

Nisso conclui tudo o que no homem é do mundo, a simples confirmação da dissolução final de todo o terreno.

Não há transcurso temporal entre “sair do tempo” e estar “sentado no monte”. Ao estado transitório de sair, de andar, segue agora a permanência de estar sentado. O salmista diz que o Senhor, o ungido, se senta à destra de Deus, para sempre. Mas Jesus ainda não ressuscitou e não se senta à destra do Pai, senão no Monte das Oliveiras, de frente ao templo.