Acerto de contas (Mt XVIII, 23-35)

Parábolas Evangélicas — O ACERTO DE CONTAS (MT XVIII, 23-35)

23 Assim o reino dos céus é como um homem, um rei, que quer acertar suas contas com seus servos. 24 Quando ele começa a acertá-las, um devedor de dez mil talentos é levado diante dele. 25 Ele não tem como pagar. Seu Adôn ordena sua venda juntamente com sua mulher, seus filhos e tudo o que ele tem, que tudo seja vendido. 26 O servo se joga sobre suas faces, se prosterna diante dele e diz: “Sê longânimo comigo e tudo te pagarei.” 27 O Adôn deste servo se compadece; solta-o e lhe perdoa a dívida. 28 Este servo parte. E encontra um de seus co-servos, que lhe deve cem denários. Ele o agarra pelo pescoço, sufocando-o, e diz: “Paga o que tu deves.” 29 O co-servo cai sobre suas faces, suplica-lhe e diz: “Sê longânimo comigo, e te pagarei.” 30 Ele recusa, vai-se embora e o põe na prisão, até que lhe tenha pago sua dívida. 31 Seus co-servos veem o que aconteceu e se entristecem muito. Eles vão e informam seu Adôn de tudo o que aconteceu. 32 Então seu Adôn o chama e lhe diz: “Servo criminoso, toda tua dívida, eu te perdoei porque me suplicaste. 33 Não devias também matriciar teu co-servo como eu mesmo te matriciei?” 34 Seu Adôn se inflama. Ele o entrega aos torturadores, até que tenha pago toda sua dívida. 35 Assim meu pai dos céus agirá também convosco, se não perdoardes as dívidas de vosso irmão de todo vosso coração.» (Mt 18:23-35; tr. Chouraqui)


Antonio OrbeParábolas Evangélicas em São Irineu

Atos de Tomé: documento de excepcional importância para os ritos gnósticos (valentinianos?), tem seções aparentadas doutrinalmente com os Excerpta ex Theodoto. Excerto que entreve parábolas, como esta aqui:

“Plantei uma vinha sobre tua terra. Afundem suas raízes no abismo, e desdobrem-se para os céus seus ramos, e gozem delas os que são dignos de ti. As riquezas e posses que me deste as depositei (como dinheiro) no banco. Devolve-me elas com interesses, como prometestes. Com tua mina negociei outras dez. Sejam-me aditadas segundo tua promessa. Eu perdoei a dívida de meus devedores. Não me reclamaram dela, porque tu ma perdoaste. Convidado à ceia, a ela me apresentei. Me livrei do campo e da mulher. Não me expulsem pois, e goze (da ceia) vestido de um hábito branco, a fim de que me faça digno das bodas e ninguém jogue — atado de pés e mãos — às trevas exteriores. Minha candeia, com sua luz resplandecente, aguarda o amo de volta das bodas…