ÍCONES DA DORMIÇÃO
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VIDE
- Maria
- Virgem
Simbolismo
Richard Temple
A estória da vida da Virgem, muita da qual só conhecemos através da Iconografia, não pode ser buscada em fatos históricos. A maior parte de sua imagética vem de fontes não-canônicas escritas muito após os supostos eventos. Por exemplo, a fonte textual para a Dormição é do apócrifos “Discurso de São João o Divino” que data do IV ou V século. Historiadores portanto sentem-se limitados em regulamentá-lo como mitologia, lenda ou culto. Até q950, quando foi oficialmente feito parte do dogma, a Dormição era, para os católicos romanos, uma “opção piedosa” de crença. Na Igreja da Inglaterra é rejeitado fundamentando-se que não é suficientemente antigo para ser considerado “tradição” nem “fundamentado em qualquer garantia da Escritura Sagrada”. Mas na Igreja Oriental era aceito pelos padres desde muito cedo e tornou-se uma festividade desde o século VI.
Mesmo assim, suas origens permanecem obscuras, Vladimir Lossky nos diz que o “Dicurso” apócrifo não é confiável e, enquanto autoridade doutrinal, nos refere às homílias de escritores posteriores tas como João de Tessalônica no século VII e João de Damasco no século X.
Assim é especialmente interessante que uma das mais antigas “testemunhas” da Dormição seja Dionísio o Areopagita que, escrevendo no século VI ou mais cedo, tem uma passagem sobre a Dormição nos Nomes Divinos. Vimos que Dionísio é um escritor neoplatônico cristão cuja interpretação é somente mística. Isto é uma firme indicação que o significado da Dormição deve ser buscada ao nível esotérico. Também demonstra que este elemento está presente desde o início da tradição e, neste caso, livre das distrações de um sentido historicamente literal ou inferior. A ideia de um sentido esotérico é endossada por Vladimir Lossky que escreve inequivocamente do “caráter misterioso do evento… um mistério não destinado para ‘aqueles de fora’ (i.é. o círculo exotérico), mas revelado para a consciência interior”. Nesta base podemos interpretar a imagética como representando uma realidade psico-cósmica que propriamente corresponde à atual experiência espiritual mas não a qualquer experiência no mundo físico e racional. O ícone da Dormição pode ser visto como um comentário do que o Hesicasta confronta dentro dele através da prática do que Gregório Palamas chamou “oração científica”.
A alma da Mãe de Deus, ou a essência daquilo que dá nascimento a Cristo dentro de nós mesmos, é elevada pelos anjos, os arcanjos, os serafins e finalmente pelo Divino Logos.
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