Figueira Infrutifera [OPEI]

Antonio OrbeParábolas Evangélicas em São Irineu
CAPITULO 6.—La higuera infructuosa (Lc 13,6-9)

    • Apócrifos
    • Gnósticos
    • Pistis Sophia
    • Eclesiásticos fuera de Ireneo
    • San Ireneo

      Segundo Orbe, em Irineu se verifica que esta parábola constava do evangelho de Marcion; mas, de fato, não consta de Marcion; não há indicações em Tertuliano; para Epifânio, ela não estava presente em Marcion; pode-se concluir que a omissão se explica pois o amo da figueira e de vinha (Luc XX, 9-18) era YHWH e o lavrador Cristo, e o gnóstico se opunha a relacionar ambos, especialmente no tocante à salvação de Israel, simbolizado na figueira.
      Apócrifos

    “E vós tomais a comparação da figueira: logo que saia sua renovação e estique suas ramas (não tardará em) vir o fim do mundo. E eu, Pedro, lhe respondi e disse: Sobre a figueira indica-me em que o conheceremos, pois durante seus dias todos a figueira tem renovações, e cada ano traz fruto para seus amos. O que significa a parábola da figueira? Não o sabemos. E me contestou o Mestre e disse-me: Não compreendes que a figueira é a casa de Israel? Como um homem havia plantado uma figueira em seu horto, e não trazia fruto, e buscava seus fruto por vários anos. E ao não encontrá-lo, disse ao guarda de sue jardim: Arranca a figueira, não nos faça infrutuosa nossa terra! E o dono do horto disse a Deus: Nós servos (?) queremos limpá-la (a figueira) e cavar ao seu redor e regá-la com água. Se então não traz fruto, em seguida arrancaremos suas raízes da horto e plantaremos outra em seu lugar. Não compreendestes que a figueira é a casa de Israel? Na verdade te digo, quando ao final tenham brotado as ramas, virão falsos Cristos e despertarão a esperança (dizendo): Eu sou o Cristo, que (um tempo) vem ao mundo”. (Apocalipse de Pedro)

    Por duas vezes se afirma que a figueira é a casa de Israel.

    O amo do horto se distingue do guarda: o primeiro é Deus; o segundo demanda (no plural) a favor da figueira, seriam “servidores”; de Deus, não precisamente Cristo.
    Gnósticos
    !Docetas de Hipólito

    “Os que a si próprios se chamavam docetas dogmatizavam isto: Deus vem a ser como a primeira semente da figueira. Em magnitude inteiramente pequeníssima; em virtude, a grandeza indefinida (dynamei de apeiron megethos), sem número em multiplicidade, autosuficiente para a gênese, refúgio dos temerosos, abrigo dos desnudos, véu do pudor (aiskynes epikalymma), fruto apetecido (zetoumenon karpon) ao que veio — diz — o buscador três vezes e não achou. Por isto — diz — maldisse a figueira por não achar nela o fruto aquele doce, o fruto que buscava. Tal era e tão grande — por falar em figueira -, segundo eles, o Deus pequeno e grande. (E sendo assim) — como a eles lhes parece -, fez-se o mundo da seguinte maneira. Quando se enterneceram as ramas da figueira, brotaram folhas — como se pode ver — e em seguida o fruto, no qual se guarda a indefinida e a inumerável entesourada semente de figueira. Três são, a nosso parecer, as coisas que primeiro faz a semente da figueira: tronco, a saber, a figueira; folhas e fruto, o figo, segundo dissemos antes. Desta sorte — afirma — nasceram três eones (ou) princípios, a partir do primeiro princípio do universo. E isto — diz — não o silenciou Moisés ao dizer que três são as palavras de Deus: obscuridade, trevas, tempestade (skotos, gnophos, thyella), e não adicionou mais. Deus, com efeito, nada adicionou aos três eones, a não se que eles sobrepuseram tudo às criaturas e continuam sobrepondo. Enquanto Deus permanece em si muito afastado dos três eones… Todos estes eones, os três e os indefinidos todos indefinidamente vindos deles, são hermafroditas. Incrementados, pois, e engrandecidos e feitos todos a partir daquele único primeiro esperma, produz-se a sinfonia e unidade deles, e os todos (os eones) se juntaram em um éon — o intermédio -, fruto comum a (todos) eles. Engendraram de uma virgem ao salvador, (situado) na região intermédia do universo, de virtude igual em tudo a semente do figo; aparte que este (o Salvador) é engendrado, enquanto aquele primeiro esperma donde veio a figueira é ingênito (ageneton)”. Hipólito — Refutações

    O fruto da figueira que buscava o amo é Deus ignoto, objeto de contínua inquisição.

    Os três anos da parábola se convertem nos três eones que nasceram do cobiçado fruto, traduzidos em tronco, folhas e fruto, e nos três Logos misteriosos: obscuridade, trevas e tormenta; membros do Unigênito por cujo meio se chega ao Deus ignoto.

    Figueira mítica de baixo para cima, do homem a Deus, provoca três etapas de conhecimento, através do Logos unigênito. O Logos se dividiria em Anthropos/Logos/Nous.

    Possuído o Nous estará o homem em condições de abrir o cobiçado fruto, através de três eones e intuir a Deus ignoto.
    Pistis Sophia
    Eclesiásticos fuera de Ireneo