Gregório do Sinai — Seleção de Jean Gouillard
Da respiração
Isaías, o anacoreta — e muitos outros com ele — atesta que deves reter a respiração. “Disciplina teu espírito indisciplinado, diz Isaías; isto é, o espírito desordenado e dissipado pelo poder inimigo, que a negligência reconduz depois do batismo com todos os seus maus espíritos…” ( Mt 12,45 ). Outro diz: “A respiração do monge deve ser a lembrança de Deus”; e outro: “O amor de Deus deve passar antes da respiração”. E Simeão, o Novo Teólogo: “Comprime o ar que inspiras pelo nariz, de modo a não respirar à vontade”…
Quando da nossa purificação (katharsis), recebemos a garantia do Espírito e a sementeira do verbo interior ( Tg 1,21 )… mas a negligência dos mandamentos nos fez recair nas paixões e, ao invés de respirar o Espírito Santo, nos enchemos do sopro dos espíritos maus. Manifestamente, é essa a origem do bocejo, segundo os Padres. Aquele que obteve o Espírito e é purificado por ele, é também aquecido por ele e respira a vida divina, fala-a, pensa-a e vive-a segundo a palavra do Senhor: “Não sereis vós que estareis falando…” ( Mt 10,20 )