Calisto o Patriarca — CAPÍTULOS SOBRE A ORAÇÃO
1. Se queres aprender a verdade, imita o exemplo do tocador de cítara. Ele mantém sua cabeça inclinada para baixo, e dedicando seu ouvir ao canto, maneja a palheta. Ao mesmo tempo que as cordas são tocadas umas após as outras com arte, a cítara ressoa sua melodia, e o tocador de cítara sob esta doçura de mel.
2. Ó trabalhador da vinha, Ó tu que amas o esforço, que o exemplo seja claro, e cria. Desde então sóbrio e vigilante (nepsis) como o tocador de cítara, encontrarás facilmente na profundeza do coração aquilo que buscas. Pois a alma (psyche) tomada pelo amor divino não pode voltar atrás. “Minha alma, diz o divino Davi, está ligada a ti.” (Sl. 62/63)
3. Penso que a cítara, bem-amado, é o coração (kardia). As cordas, são os sentidos. A palheta é a reflexão (dianoia) da inteligência (nous). Esta, pela razão (logistikon), anima continuamente a palheta, a qual é a lembrança de Deus (mneme Theou) de onde vem na alma um desfrute inefável e reflete-se na inteligência (nous) pura o flamejamento da luz divina (phos).